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Empresas capixabas crescem e abrem franquias no país

Empresas capixabas crescem e abrem franquias no país

Para crescer, empresários vendem seus modelos de negócios

Publicado em 11 de agosto de 2018 às 01:07

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As irmãs Lúcia e Xuxu Neffa abriram uma empresa de alimentos congelados e depois apostaram na franquia. (Carlos Alberto Silva)

O setor de franquias é um dos que mais cresce no país, mesmo em tempos de crise econômica. O segmento avançou, entre 2014 e 2017, 26,7% em faturamento, uma média de 8% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Nos três primeiros meses de 2018, o Espírito Santo teve um aumento de 11% nas unidades de franquias, com destaque para alimentação; saúde, beleza e bem-estar; e educação.

Para surfar no bom momento do franchising no país, empresas capixabas também estão aproveitando para se tornar franqueadoras. Uma delas é a Armazém Fit Store, loja focada em alimentação saudável e fit, com uma variedade de produtos a granel, que teve a primeira loja aberta em Colatina, no ano passado.

De lá para cá, virou franqueadora e já são 50 unidades vendidas em todo o país, explica o fundador da marca, Lucas Quintella. “A partir de janeiro deste ano, começamos as vendas. Hoje, temos seis unidades implantadas e, até o fim do ano, esperamos que sejam 40”, diz Quintella.

Ainda no segmento de alimentos, as irmãs Lúcia e Xuxu Neffa criaram a marca de comida congelada Maria Honos. E decidiram tornar franquia modelos de quiosque ou de restaurante da marca. “O franqueado vai ter pouca mão de obra para operar, pois compra o produto pronto da indústria. Nosso foco é na redução de custos para o franqueado”, explica Lúcia.

Marcas conhecidas no Estado também estão disponíveis em formato de franquia, como é o caso da Dadalto. Segundo o diretor Otávio Caliman Dadalto, durante o processo de planejamento estratégico, a empresa identificou que tinha uma marca forte e uma boa base de clientes, mas havia limitação de recursos para expandir. “A conjugação desses fatores casa bem com o projeto de franquia. Hoje, já temos três lojas vendidas”.

Também uma marca consolidada, a Farmácia Alquimia é outra que é franqueadora, explica o fundador Julio Campagnaro. “A partir de 2009, passamos a nos dedicar exclusivamente à manipulação e começamos a franquear a marca. Hoje, temos cinco lojas próprias e 12 franquias. O processo de franquear é um aprendizado. O grande desafio é a relação entre franqueado e franqueador”, pontua.

FORMATAÇÃO

Há ainda marcas que estão em processo de formatação da franquia, para iniciar vendas ainda este ano, como é o caso da Le Chocolatier. A partir de 2016, a empresa modernizou sua marca e criou um novo conceito de loja. “Estamos na fase final de documentação e com conversas adiantadas com empresários do Rio de Janeiro”, afirma o investidor Angelo Piana.

O Veganza Empório Vegetariano é outro que se prepara para vender lojas até o fim do ano, mas já seleciona interessados, conta o empresário Thiago Pimentel. “Para se posicionar como franqueadora é preciso ter capacidade técnica, de gestão e retaguarda financeira, para aguentar possíveis fechamentos de loja. Estamos levando uma loja piloto para São Paulo e temos três shoppings em vista”, revela.

Há ainda marcas capixabas que já nasceram franquias, como a N1 Chicken, conta o diretor de marketing, Thiago Salla. “Ficamos quatro anos estudando para abrir uma franquia de delivery. Começamos a franquear em maio e já vendemos algumasas”.

VANTAGENS PARA QUEM QUER EXPANDIR

Quando uma empresa busca lançar franquias, ela está de olho em uma vantagem grande: expandir sua marca sem investir tanto capital. Há outros atrativos, mas também existem cuidados que precisam ser tomados na hora de decidir franquear a empresa.

O sócio da Dattamarketing, consultor de marketing e palestrante, Eurípedes Pedrinha, cita três pontos altos: o custo reduzido de capital para expandir, conseguir gente para ampliar o negócio e o conhecimento da cultura local. Entre os principais desafios, está organizar a gestão da empresa nos manuais para conseguir vender aquele modelo.

“O processo seletivo dos candidatos à franquia deve ser sério. Se uma pessoa quer comprar a franquia de cosméticos, mas não curte cuidar de cabelos nem ir ao salão, pode não ser um bom negócio”, orienta.

Para o analista de mercado do Sebrae-ES, Diogo Broetto, é preciso lembrar que para franquear uma marca ela precisa ter um segredo: “O segredo é, por exemplo, produtos exclusivos, um tempero, um software de gestão. Se não tem segredo, a chance de ser copiado é grande.”

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Outro ponto crucial, explica ele, é estruturar uma boa circular de oferta de franquia (COF), que é o documento que traz todas as regras da franquia, inclusive o contrato entre as partes. “É preciso pensar vários pontos, como o modelo de atendimento, o treinamento, quem são os fornecedores”, explica Broetto.

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