O comandante do navio Sepetiba Bay, de bandeira liberiana, onde aconteceu o acidente que levou três trabalhadores à morte, em Portocel, Aracruz, Norte do Estado, no dia 24 de julho, teve o Passaporte apreendido pela polícia, na última terça-feira, 21.
Ele não teve a identidade nem a nacionalidade reveladas, mas era o responsável pela embarcação quando aconteceu o acidente, que completa um mês hoje.
Além do Passaporte, também foi recolhido o livro de registros do navio, onde constam todas as atividades realizadas no local no dia da tragédia.
A hipótese inicial levantada por especialistas sobre as causas do acidente era de vazamento de gás tóxico, mas a apreensão reforça a suspeita de falha na medição de oxigênio dentro do navio, conforme A GAZETA revelou na quarta-feira, 22, o que teria levado os trabalhadores à asfixia.
Como a responsabilidade de autorizar as operações do navio é da própria embarcação, da qual o comandante é a autoridade máxima, a polícia apreendeu o documento dele.
Em condições normais, o porão do navio deveria ter 21% de oxigênio, mas, de acordo com a Fundacentro, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, havia somente 5%. Por isso, o gás carbônico se espalhou no local, causando a tragédia.
SINDICATO
O presidente do Sindicato dos Estivadores, José Adilson Pereira, disse que, entre os trabalhadores do porto, também circulou a informação de que o comandante foi levado pela polícia e teria que entregar o Passaporte. Por causa dessa decisão da polícia, ele não pode mais deixar o país enquanto durar o inquérito.
Procurada para comentar o ocorrido, a Fibria, empresa responsável pelo Portocel, falou que as autoridades que estão conduzindo as investigações é que podem confirmar esse tipo de informação.
Já a assessoria de comunicação da empresa responsável pelo navio Sepetiba Bay, a Norsul, disse que procurou representantes da companhia para falar sobre o assunto, mas não teve retorno até o fechamento desta reportagem.
ENTENDA O CASO
O acidente aconteceu no dia 24 de julho, quando quatro trabalhadores foram até o porão do navio Sepetiba Bay para iniciar o processo de descarga, mas desmaiaram ao chegar ao local. Três deles morreram e um conseguiu ser salvo. Luiz Carlos Milagres, Adenilson Rodrigues de Carvalho e Clóvis Lira da Silva foram as vítimas fatais. Já o quarto, Vitor Souza Olmo, foi resgatado com vida.
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