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Passagem aérea e energia pressionam inflação no ES

Passagem aérea e energia pressionam inflação no ES

Greve dos caminhoneiros, câmbio e seca afetaram os preços

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 01:22

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A inflação de 2,92% no ano e de 0,19% em julho traz a sensação de que os preços na Grande Vitória estão próximos da normalidade. Mas quando se analisa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível perceber que alguns produtos e serviços estão longe da estabilidade, pesando no orçamento das famílias.

A greve dos caminhoneiros, a taxa de câmbio e mesmo a estiagem em algumas regiões do país foram responsáveis pelo encarecimento de determinados itens.

A farinha de trigo, por exemplo, ficou 21,5% mais cara entre janeiro a julho, puxada principalmente pelo dólar. O leite longa vida também foi outro alimento que tem sofrido alta nos preços. Nos seis meses do ano, ficou 46,26% mais caro devido à entressafra.

A paralisação dos caminhoneiros também deixou verduras, legumes e frutas, principalmente as que vêm de fora do Estado, mais caras no ano, como é o caso da pera, que encareceu 14,67%.

Apesar de não ter figurado entre os aumentos mais expressivos, a tarifa de energia mostrou que está reagindo à falta de chuva em determinados Estados. Com a bandeira vermelha operando, o custo do serviço aumentou 7,94% em 2018.

O impacto não vai parar por aí. O reajuste aplicado na última terça-feira pela EDP Espírito Santo, de 16,30% para os consumidores residenciais, deve empurrar a inflação de agosto para cima.

“Vamos ter um choque inflacionário. Além do custo da energia ficar maior para as famílias, esse aumento repercute também no custo das empresas e se dissemina por toda a economia. Energia é um insumo de toda a cadeia produtiva. Isso será repassado para o preço dos alimentos”, afirma a economista e professora da Fucape, Arilda Teixeira.

INFLAÇÃO DE JULHO

Em julho, a passagem aérea, por exemplo, foi o que teve maior variação, com alta de 58,39% em relação a junho, pressionada principalmente pelo período de férias escolar e pela taxa de câmbio.

A greve dos caminhoneiros que ocorreu em maio também manteve o efeito nos preços de alguns produtos e serviços, como é o caso do frango, que ficou 4,09% mais caro. Sem ração, durante a manifestação, muitas aves morreram.

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Segundo o professor de Finanças da Doctum, Paulo Cezar Ribeiro, apesar desse cenário, em julho a maioria dos produtos baixou de preço nos supermercados, como a cebola, o tomate e a cenoura. “O que teve grande queda no custo foi a batata-inglesa, que chegou a ser vendida a R$ 10 o quilo durante a greve”, afirma, ao acrescentar que entre outubro e novembro o consumidor deve ser atingido pela entressafra da carne.

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