O tempo está soprando boas notícias para o agronegócio capixaba. Após uma safra pequena no ano passado no Espírito Santo, a projeção para este ano é de recuperação apesar da tendência de queda a nível nacional. Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE, apontam que os principais crescimentos devem ocorrer na colheita de arroz, milho e dos cafés conilon e arábica.
Principal produto do agronegócio capixaba, o café conilon, que no ano passado teve safra de 379,1 mil toneladas, em 2018 deve chegar a 550,6 mil toneladas, um crescimento de 45,3% na projeção do IBGE, que é feita mensalmente para acompanhar a evolução da produção dos principais produtos agrícolas.
O Estado é referência mundial em inovação no café conilon, e esse desenvolvimento tecnológico, que permite maior resistência e produção, aliado aos bons eventos climáticos estão sendo os responsáveis por essa expectativa favorável, explica Roberto Amadeu Fassarella, professor de Economia do Agronegócio da Ufes.
Já o arábica, que fechou 2017 com 178,8 mil toneladas colhidas, neste ano deve chegar a 228,1 mil toneladas, uma alta de 27,5%. Os números, na avaliação dos especialistas, apontam para uma recuperação fruto das boas condições climáticas neste ano.
As lavouras novas entraram em produção no exato momento que o clima estava favorável, sem desastres como seca ou muitas chuvas. Com isso, a produção cresce e os grãos estão com mais consistência e qualidade, explicou o presidente da Federação da Agricultura do Espírito Santo, Júlio Rocha.
FAMÍLIAS
Se a boa colheita de café já vinha sendo projetada nos últimos meses, a surpresa do LSPA ficou mesmo no crescimento das safras de arroz e milho que, apesar de pequenas perto de outros produtos, vão mais do que dobrar em 2018.
Em 2017, o Estado produziu 37,1 mil toneladas de milho, número que deve chegar a 39,9 mil toneladas neste ano. Se olharmos apenas a segunda safra do produto, a chamada safrinha, ela deve crescer 68%, passando de 3,8 mil toneladas para 6,5 mil. Já a safra de arroz, que havia sido de apenas 229 toneladas, deve ir para 405 toneladas neste ano, um crescimento de 77%.
Esses são produtos que o Estado não tem muita tradição, então surpreende. Esses dois cultivos aqui são realizados basicamente de forma mais artesanal, pela agricultura familiar, explica o professor Roberto Amadeu Fassarella, ao acrescentar que essa produção tem ganhado destaque. A tendência de consumo hoje são por alimentos mais saudáveis, como esses que possuem menos insumos químicos. Com uma estrutura de comercialização desses produtos mais forte, isso estimula o agricultor a produzir mais.
CEREAIS
Para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas no Estado, que foi de 49 mil toneladas em 2017, também está projetado um crescimento, de cerca de 6,4%. Número adverso da safra nacional, que deve cair 5,7%. Outros produtos com tendência de aumento de safra no Estado são batata inglesa, cana-de-açucar, tomate e cacau.
PROJEÇÕES DA SAFRA 2018
Café
2017: foram colhidos 379,1 mil toneladas de conilon e 178,8 mil de arábica.
2018: são previstos 550,6 mil toneladas de conilon e 228,1 mil de arábica.
Crescimento: 45,3% na colheita de conilon e 27,5% na de arábica.
Milho
2017: 37,1 mil toneladas colhidas (33,3 mil na primeira safra e 3,8 mil na safrinha).
2018: 39,9 mil toneladas de colheita prevista (33,4 mil na primeira safra e 6,5 mil na safrinha).
Crescimento: 7% no total, sendo 68% na safrinha.
Arroz
2017: 229 toneladas.
2018: 405 toneladas estimadas.
Crescimento: 77%.
Cereais, leguminosas e oleaginosas
2017: 49 mil toneladas colhidas.
2018: 52,2 mil toneladas previstas.
Crescimento: 6,4%.
Cana-de-açúcar
2017: 2,17 milhões de toneladas.
2018: 2,48 milhões de toneladas projetadas.
Crescimento: 14,4%.
Tomate
2017: 164,8 mil toneladas.
2018: 181,9 mil toneladas de colheita estimadas.
Crescimento: 10,4%.
Cacau
2017: 6,7 mil toneladas.
2018: 6,9 mil toneladas previstas.
Crescimento: 3,5%.
Fonte: Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE
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