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Proposta de privatização da Codesa divide opiniões

Proposta de privatização da Codesa divide opiniões

Concessão do terminal de Barra do Riacho é bem vista pela classe política, mas privatização da companhia gera polêmica

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 21:57

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(Divulgação | Codesa)

Se para o setor industrial a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que administra os portos públicos capixabas, precisa ser privatizada, para parte dos políticos do Estado, essa questão ainda precisa ser melhor debatida.

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) entregou um documento aos candidatos a presidente em que defendia a transferência dos portos para a iniciativa privada, como adiantou o colunista Angelo Passos, do jornal A Gazeta. No pedido, a entidade destacou a Codesa como uma das que têm maior potencial de receber investimentos, por ser um dos “únicos sem passivos financeiros e nem trabalhistas”.

A companhia capixaba foi uma das primeiras a ser incluída no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo Federal, envolvendo a concessão da gestão dos portos de Vitória, Vila Velha (Capuaba) e Aracruz (Barra do Riacho), como resgata o documento.

O processo foi interrompido, no entanto, em novembro, em decorrência de manifestação do Ministério dos Transportes, que recomenda o abandono da proposta de privatização da Codesa e propõe a concessão apenas de Barra do Riacho, em Aracruz.

O QUE DIZ O GOVERNO DO ESTADO?

Porto de Barra do Riacho, em Aracruz, visto de cima. (Divulgação)

Procurado pela reportagem, o governo do Estado, por meio do secretário de Desenvolvimento Econômico, José Eduardo de Azevedo, disse que é a favor da concessão do Porto de Barra do Riacho, mas que a privatização da Codesa precisa de um debate mais amplo.

"Somos favoráveis à concessão privada do Porto de Barra do Riacho, mas é importante discutir a modelagem a ser adotada com a sociedade capixaba. Quanto à privatização das companhias docas, entendemos que é necessário um amplo e profundo estudo técnico e jurídico para embasar o caminho futuro a ser seguido", afirma.

O QUE DIZEM OS DEPUTADOS?

No mesmo tom do governo estadual, o deputado federal Lelo Coimbra (MDB) diz que a privatização dos portos tem evoluído no Estado e que já há um consenso entre dirigentes da Codesa e trabalhadores que a concessão de Barra do Riacho é positiva.

“Com a privatização ou concessão de Barra do Riacho, podemos desenvolver uma expansão portuária nos moldes desta proposição que se coloca. Me incluo dentre aqueles que seguem este caminho, a partir desta compreensão e composição no Espírito Santo sobre este tema”, conta.

Já o deputado federal Helder Salomão (PT) diz ser contra a privatização da companhia, que considera estratégica para a economia capixaba. O petista diz que “nem sempre a melhor gestão é a privada, assim como nem sempre a pior gestão é a pública”. Ele ainda defende que a gestão da Codesa pode ser melhorada, com uma gestão mais competente, comprometida e eficiente, sem que necessariamente precise ser privatizada.

“Privatizar a Codesa é ceder o patrimônio público para a iniciativa privada, que vai buscar o lucro e não com o interesse comum e social dos capixabas. É um porto estratégico para o Espírito Santo. Qualquer iniciativa de concessão deve ser profundamente debatida com a população. Não é em meio às discussões eleitorais que esse debate deve ser feito”, pontuou.

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Outro parlamentar que se posicionou contra a privatização foi o deputado federal Givaldo Vieira (PCdoB). “Sou absolutamente contrário. Quando presidi a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, promovemos um seminário com os portuários em que mostramos que são muitos os impactos da privatização da gestão dos portos públicos. Não só para os trabalhadores como para os municípios também”, respondeu, por nota.

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