Uma tecnologia em desenvolvimento no Estado permitirá que produtores rurais instalem em suas propriedades pequenas destilarias para fabricação de biocombustível a base da casca de coco.
A ferramenta, que dará novo destino ao material que seria descartado na natureza, permitirá produção em escala industrial e automatizada em até cinco anos. Estudos realizados no Estado demonstram ser bastante viável apostar na produção de etanol a partir desse resíduo.
Segundo o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, o Espírito Santo concentra uma colheita anual de mais de 13 milhões de cocos. O número de produtores dessa cultura ultrapassa os 2,8 mil.
De acordo com a professora do curso de pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e orientadora do projeto, Patrícia Fernandes, nenhuma biomassa tem maior custo benefício do que a da cana-de-açúcar. Porém, fazer biocombustível é um bom destino para um passivo ambiental que contamina o solo, como é o caso da casca do coco, afirma.
Segundo a professora, há sete anos as pesquisa com a casca de coco são realizadas pelo curso. Nos próximos anos, o desafio dos profissionais envolvidos nos estudos desses novos biocombustíveis será automatizar o processo que hoje é feito manualmente para assim liberar a tecnologia para ser utilizada pelo produtor rural.
AVANÇOS
As pesquisas com a casca do como inspiraram o desenvolvimento de tecnologias para o reaproveitamento de outros materiais orgânicos, como é o caso da palha de café. O Estado é um dos maiores produtores do grão. Apenas no ano passado, segundo o IBGE, foram colhidos mais de 377,9 mil toneladas.
Os estudos com esse material estão apenas no início, mas de acordo com os pesquisadores é uma forma promissora de conseguir etanol. Começamos a pesquisar sobre a utilização dele como biocombustível há seis meses, declara a mestranda em Biotecnologia Luiza Favarato.
RENTABILIDADE
O etanol a base da casca de coco ou feito com a palha de café passa por mais processos para gerar o biocombustível do que a cana-de-açúcar, o que faz com que a produção deles seja mais trabalhosa.
Esse é um tipo de etanol de segunda geração, formado a partir de resíduos da celulose. A levedura que usamos ainda não é capaz de fermentar ele, por isso, antes é preciso que esse material receba um pré-tratamento para quebrar a celulose e produzir o álcool, aponta Patrícia Fernandes.
Para melhorar o desempenho da produção o projeto está buscando a obtenção de uma levedura específica para fermentar cada tipo de matéria-prima, isso tornaria o processo mais viável economicamente.
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