> >
Agricultor do ES vai conseguir produzir etanol de coco

Agricultor do ES vai conseguir produzir etanol de coco

O desafio dos próximos 5 anos será produzir em escala industrial e de forma automatizada

Publicado em 24 de setembro de 2018 às 00:24

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Alunos da UFES desenvolvem pesquisa com fibra de coco no laboratório de Biotecnologia da universidade. (Vitor Jubini)

Uma tecnologia em desenvolvimento no Estado permitirá que produtores rurais instalem em suas propriedades pequenas destilarias para fabricação de biocombustível a base da casca de coco.

A ferramenta, que dará novo destino ao material que seria descartado na natureza, permitirá produção em escala industrial e automatizada em até cinco anos. Estudos realizados no Estado demonstram ser bastante viável apostar na produção de etanol a partir desse resíduo.

Segundo o Censo Agropecuário 2017 do IBGE, o Espírito Santo concentra uma colheita anual de mais de 13 milhões de cocos. O número de produtores dessa cultura ultrapassa os 2,8 mil.

De acordo com a professora do curso de pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e orientadora do projeto, Patrícia Fernandes, nenhuma biomassa tem maior custo benefício do que a da cana-de-açúcar. “Porém, fazer biocombustível é um bom destino para um passivo ambiental que contamina o solo, como é o caso da casca do coco”, afirma.

Segundo a professora, há sete anos as pesquisa com a casca de coco são realizadas pelo curso. Nos próximos anos, o desafio dos profissionais envolvidos nos estudos desses novos biocombustíveis será automatizar o processo que hoje é feito manualmente para assim liberar a tecnologia para ser utilizada pelo produtor rural.

AVANÇOS

As pesquisas com a casca do como inspiraram o desenvolvimento de tecnologias para o reaproveitamento de outros materiais orgânicos, como é o caso da palha de café. O Estado é um dos maiores produtores do grão. Apenas no ano passado, segundo o IBGE, foram colhidos mais de 377,9 mil toneladas.

Os estudos com esse material estão apenas no início, mas de acordo com os pesquisadores é uma forma promissora de conseguir etanol. “Começamos a pesquisar sobre a utilização dele como biocombustível há seis meses”, declara a mestranda em Biotecnologia Luiza Favarato.

RENTABILIDADE

O etanol a base da casca de coco ou feito com a palha de café passa por mais processos para gerar o biocombustível do que a cana-de-açúcar, o que faz com que a produção deles seja mais trabalhosa.

“Esse é um tipo de etanol de segunda geração, formado a partir de resíduos da celulose. A levedura que usamos ainda não é capaz de fermentar ele, por isso, antes é preciso que esse material receba um pré-tratamento para quebrar a celulose e produzir o álcool”, aponta Patrícia Fernandes.

Este vídeo pode te interessar

Para melhorar o desempenho da produção o projeto está buscando a obtenção de uma levedura específica para fermentar cada tipo de matéria-prima, isso tornaria o processo mais viável economicamente.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais