Os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenções de votos ao Palácio Anchieta se mostraram contrários à privatização e reestruturação do Banestes, uma das ideias defendida pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) em uma cartilha com 56 propostas entregue aos candidatos. Renato Casagrande (PSB) e Rose de Freitas (Podemos), defenderam a importância de se haver um banco estadual.
A sugestão da medida pelo setor industrial foi antecipada nesta quinta-feira (20) por A GAZETA com exclusividade. Hoje o ativo estatal é um dos poucos bancos estaduais ainda existentes e, em outras ocasiões, já chegou a ser avaliado em R$ 1,5 bilhão. A sugestão da Findes é que esse recurso poderia ser investido, por exemplo, em obras de infraestrutura. A entidade argumenta ainda que essa não é uma atividade-fim do Estado e que as justificativas que levaram à criação do banco não existem mais.
Os dois postulantes ao cargo de governador convidados para participar de um evento na Findes nesta quinta, no entanto, discordaram. Casagrande e Rose pontuaram sobre a necessidade do banco ser um instrumento de fomento para o crescimento da economia capixaba.
Após o diálogo com empresários, Rose comentou que o Banestes, enquanto banco público, deve seguir sendo um instrumento de fomento de negócios e incremento de políticas sociais. Esse é o papel do banco público, de incremento e fomento, mas com responsabilidade para não causar prejuízo. Não se pode de jeito nenhum privatizar banco em época de crise. Não é o cenário ideal. E por enquanto é um banco que está saudável e que não dá prejuízo, afirmou.
Casagrande afirmou que o tema não está em pauta, afirmou que irá manter o banco público, e citou a dificuldade no cenário econômico atual para se fazer um negócio como esse. O Banestes é um banco que está com resultado bom já há alguns anos. É um ativo público com um papel importante para a gente preservar. Eu vou preservá-lo como um ativo público até porque não há ambiente de negócio no Brasil para que se possa discutir isso com qualquer outra instituição agora.
SINDICATO
Diante do debate, que é recorrente no campo político-econômico capixaba, o Sindicato dos Bancários do Espírito Santo elaborou um documento assinado pelos candidatos ao governo estadual, que se comprometeram a manter o Banestes público e estadual, além de realizar contratação de empregados apenas por meio de concurso público.
O termo firma com os candidatos o compromisso de, caso eleitos, elaborarem uma PEC que garanta ao Estado o controle acionário do Banestes, mantendo o banco como patrimônio vinculado ao governo. O documento propõe que para que a PEC seja revogada, será necessária aprovação da Assembleia e realização de plebiscito.
Ambiente de negócios em debate
No encontro com o empresários do setor industrial, tanto Renato Casagrande como Rose de Freitas defenderam a necessidade do Estado melhorar seu ambiente de negócios, atraindo investimentos através da redução da burocracia e da melhora da infraestrutura.
Casagrande pontuou a necessidade de descentralização do licenciamento ambiental para que os municípios possam fazê-lo quando só há impactos locais. O candidato ainda pregou a eficiência da máquina pública para reduzir a burocracia e disse ser possível fazer investimentos em infraestrutura através de financiamentos e recursos próprios.
Já Rose ressaltou a necessidade de parcerias com o governo federal para obras de infraestrutura. Para atrair negócios, a candidata também citou a agilidade e a necessidade de se seguir prazos para haver uma desburocratização e falou em mostrar as potencialidades do Estado para fora.
Ambos os candidatos participantes defenderam a necessidade de retomada urgente das atividades da minerado Samarco, em Anchieta.
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