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Eles ajudaram a pôr o ES de pé: as pessoas por trás das grandes obras

Eles ajudaram a pôr o ES de pé: as pessoas por trás das grandes obras

Capixabas participaram da construção de grandes obras do Estado

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 22:29

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Luiz Ferreira da Silva, encarregado de eletricista, trabalha há 33 anos na rodosol e ajudo a construir a Terceira Ponte. ( Bernardo Coutinho )

Há 33 anos o encarregado Luiz Ferreira da Silva trabalha na Terceira Ponte. Quando começou, em 1985, a estrutura ainda estava em construção. Ele havia sido contratado como eletricista e ajudou a montar toda a parte elétrica da gigantesca obra, com a instalação de postes e eletrodutos e o envelopamento de fios.

“Quando eu cheguei aqui, só existiam dois pedaços, que eram as partes de concreto em Vila Velha e Vitória. Nem vão central tinha. A gente ia fazendo a parte elétrica junto da civil para agilizar”, recorda-se.

Ele se lembra bem da época da construção. “Era um corre-corre muito grande para entregar porque havia cobrança. Era muita responsabilidade. Mas eu tenho um imenso orgulho de ter participado da obra e de estar aqui até hoje. É um trabalho de que eu realmente gosto.”

Hoje, aos 61 anos de idade e ainda na ativa, ele é um dos capixabas que colocaram a mão na massa para erguer o Espírito Santo com o trabalho em grandes obras públicas. A Terceira Ponte, que levou 11 anos para ser feita e custou cerca de R$ 951 milhões (valores convertidos do cruzado novo para o real), é considerada a maior obra federal da história do Estado.

De 1989, ano da inauguração e abertura da ponte, até hoje, Luiz comenta que muita coisa mudou. “O tráfego cresceu muito. Teve recentemente a liberação do pedágio em um sentido, os portões que se abrem em cima da ponte para desafogar o trânsito. Com os anos foi-se evoluindo.”

Fabio Lima Oliveira, 35 anos, técnico em edificações, trabalhou na construção do novo Aeroporto de Vitória, mas nunca andou de avião. (Fernando Madeira)

E depois da Terceira Ponte, a obra de maior relevância no Estado nos últimos anos foi o novo Aeroporto de Vitória, inaugurado em março deste ano. Por lá, quem ajudou a botar esse sonho capixaba de pé foi o técnico em Edificações Fábio Lima de Oliveira, 35 anos. De meados de 2015, quando o empreendimento foi retomado, até março ele trabalhou no canteiro de obras.

Há cerca de nove anos trabalhando na área, o novo aeroporto foi o empreendimento de maior porte que ele já atuou. Diante disso, é com orgulho e brilho nos olhos que ele fala dessa oportunidade que teve.

“Eu não tenho nem palavras, principalmente por se tratar de uma obra tão esperada. Muitas pessoas falavam comigo que não acreditavam que o aeroporto ficaria pronto. Mas eu tinha esperança e valeu a pena acreditar e contribuir para ele sair do papel”, comenta.

Ele lembra que durante o desenvolvimento do projeto, a pista de pousos e decolagens era o maior desafio e trazia tensão a equipe pela complexidade e elevada exigência de perfeição.

Apesar de toda essa relação com o aeroporto, Fábio nunca andou de avião. Segundo ele, faltaram oportunidades e condições financeiras para viajar pelos ares, mas vai lutar por esse sonho. “Espero um dia ainda ter essa oportunidade.”

Quem está por trás do planejamento de Vitória

Para além da execução das obras públicas, eles ajudaram a projetá-las. Um, o arquiteto responsável pela urbanização e concepção de grande parte de Vitória. Outro, o engenheiro que ajudou no planejamento de drenagem e saneamento da Capital.

Jorlindo Martins Filho foi quem projetou urbanisticamente o aterro de algumas regiões de Vitória. ( Marcelo Prest )

Jolindo Martins Filho, 75 anos, foi chamado na década de 70 para pensar a urbanização de uma nova área da cidade. Formado em Arquitetura, planejou o aterro hidráulico da região que engloba a Enseada do Suá, parte da Praia do Suá, a orla da Praia do Canto e a Curva da Jurema. Entre as obras, ele projetou a grande via ligando o Centro à Praia de Camburi.

“A ideia era alargar a costa, possibilitando a criação de uma via mais larga e integrar com a ponte da Ilha do Frade, que já estava sendo pensada, além de criar um parque, onde hoje é a área das praças dos Namorados, dos Desejos e da Ciência. Havia uma pressão para povoar o norte de Vitória”, conta.

Ele lembra que foi criticado por participar dos aterros. “Sofri muita oposição e críticas. Eu pergunto: sem esta via, Vitória teria crescido o que cresceu?”, indaga.

Marcos Bastos, engenheiro civil e assessor técnico da PMV . ( Carlos Alberto Silva)

Outro planejamento necessário para uma cidade do porte de Vitória foi a drenagem. Desse, um dos principais nomes foi Marcos Bastos, 55 anos, engenheiro civil da Secretaria de Obras e Habitação da prefeitura da Capital. Ao lado de sua equipe, elaborou os projetos de macrodrenagem em Jardim Camburi, Bairro República, Maruípe e região de Santa Luzia.

“São obras que contemplam canais, reservatórios de acumulação de águas de chuvas, estações de bombeamento e elevatórias. Esse era um grande problema de Vitória, por isso a necessidade de projetos que minimizem os efeitos das chuvas, reduzindo alagamentos e facilitando o escoamento das águas”, explica.

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O maior desafio para executar essas obras em Vitória, explica, são os níveis da maré, que são próximos aos de muitos terrenos. “Eu participo desde o planejamento até o suporte técnico. São obras muitas vezes invisíveis, porque ficam subterrâneas, mas fundamentais para uma cidade do porte de Vitória.”

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