> >
Federações do Espírito Santo são contra a privatização do Banestes

Federações do Espírito Santo são contra a privatização do Banestes

Representantes dos setores de transportes, agricultura e comércio ressaltam importância do banco para a economia local

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 17:49

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Agência Banestes de Jardim da Penha. (Divulgação | Banestes)

As federações que representam o setores da agricultura, do comércio e do transporte no Espírito Santo se dizem contra a proposta, encampada pela Federação das Indústrias (Findes), de vender o Banestes para um banco de atuação federal

A informação foi dada com exclusividade pelo Gazeta Online na quinta-feira (21), onde o presidente da Findes, Léo de Castro, apontou que a questão da venda passa pela necessidade de o governo possuir o ativo. "É papel do Estado ser banqueiro? Porque isso é bom para os habitantes do Espírito Santo?", questiona o presidente.

O negócio não sairia por menos de R$ 1,5 bilhão, valor levantado por uma fonte com trânsito no Palácio do Planalto. A proposta da privatização do banco foi levantada pela Findes numa cartilha de projetos para alavancar a economia e o desenvolvimento capixaba e entregue a candidatos ao Senado e ao governo do Estado.

Para as federações da Agricultura, do Comércio e dos Transpores, o banco é um patrimônio do Estado e que precisa ser preservado. Além disso, a instituição financeira hoje cumpre um papel fundamental dentro da economia capixaba.

"Atualmente, o Banestes atende muito bem o sistema de transportes. Nós não somos a favor da venda dele. Vemos o banco como uma instituição bem conduzida e com boa colocação no mercado", relatou o presidente da Federação dos Transportes (Fetransportes), Jerson Picoli.

Para o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), José Lino Sepulcri, este não é o momento de se pensar na venda do banco. "A maior parte dos negócios capixabas são micro ou pequenas empresas que se identificam com o banco estadual e têm suas contas vinculadas a ele. O Banestes também é uma instituição que dá orgulho aos capixabas. Esse não é o momento propício, temos coisas mais importantes para pensar agora. Além disso, muitas folhas de pagamento do Estado e das prefeituras estão vinculados a ele", comentou.

Já o presidente da Federação da Agricultura (Faes), Júlio Rocha, afirmou que o banco tem uma tradição de serviços prestados ao Estado. "Se pudéssemos continuar tendo um banco estadual seria melhor para o comércio, a agricultura e a indústria. Essa não é a primeira vez que isso é ventilado, mas da última vez a situação foi contornada. Temos que ver a posição do banco e sua liquidez, se for por necessidade de ter melhor custo-benefício, o que creio que não seja esse o caso, o problema deve ser corrigido", enfatizou.

Este vídeo pode te interessar

Em 2009, no segundo governo Paulo Hartung, o processo de venda chegou a ser iniciado para o Banco do Brasil. Na época, o governo capixaba pediu R$ 1,2 bi e o banco federal ofereceu R$ 800 milhões. A conversa caminhava para um meio termo quando o BB trocou a diretoria, e o negócio desfeito.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais