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Infraestrutura barra avanço do ES em ranking de competitividade

Infraestrutura barra avanço do ES em ranking de competitividade

Estado se mantém pelo segundo ano seguido na posição de oitavo mais competitivo do país

Publicado em 15 de setembro de 2018 às 01:33

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BR 101: duplicação da rodovia pode melhorar desempenho em infraestrutura. (Marcelo Prest)

Em meio à crise, a necessidade de criar um ambiente de negócios que atraia investimentos e dê melhores condições para as empresas se tornou uma constante entre os Estados. No caso do Espírito Santo não houve um grande avanço, mas a situação se manteve no último ano. É o que aponta o Ranking de Competitividade dos Estados de 2018, divulgado ontem, que coloca o Estado pelo segundo ano seguido como o oitavo mais competitivo do país.

O Espírito Santo teve nota 56,3, ficando acima da média nacional de 49,4, mas atrás de São Paulo, que é o líder com 89,1, e de Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Para a manutenção do Estado na colocação pesaram várias áreas, sobretudo as de infraestrutura, potencial de mercado e segurança pública.

A pesquisa, elaborada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria Integrada, avalia a performance das 27 Unidades da Federação a partir de 10 pilares, que são subdivididos em 68 indicadores. São analisados: capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social.

Comparando o ranking divulgado em 2017 com o deste ano, a área que mais teve queda foi a de infraestrutura, que caiu sete posições. O pilar leva em conta indicadores que tiveram piora no caso capixaba, como a qualidade de rodovias, dos serviços de telecomunicações e ao acesso à energia elétrica.

“No ranking, infraestrutura tem mais peso assim como no mercado. Esse é um dos principais critérios analisados para levar ou não investimentos para aquela localidade. É um gargalo nosso e que falta articulação política, sobretudo junto ao governo federal, para resolvê-lo”, afirma o economista Eduardo Araújo.

MERCADO

Se a infraestrutura é um fator que depende mais dos governos, o maior problema do Estado ainda está ligado à economia, que é a situação do mercado. Segundo o ranking, o Espírito Santo fica na 24ª posição nesse pilar com nota 4,5, quase nada perto da média nacional de 38,1.

Para a gerente de Mobilização do CLP, Ana Marina de Castro, essa é a principal dificuldade do Estado. “O Espírito Santo tem desafios diferentes do resto do país, que são menos relacionados a serviços públicos e mais relacionados à economia, sobretudo por uma matriz econômica pouco dinâmica, muito dependente de royalties e commodities. Isso precisa ser repensado.”

Outros pilares em que o Estado se destacou negativamente foram segurança pública, ficando em 15º lugar, queda de quatro posições; e inovação, em 16º lugar, caindo duas colocações. Ambos com desempenho abaixo da média nacional.

Por outro lado, o destaque positivo do Estado ficou por conta da questão fiscal, que avançou sete posições no ranking e é a 6ª melhor do país, devido, sobretudo, aos melhores resultados nominais e primários e ao ajuste fiscal. O Estado manteve ainda bons indicadores nas áreas de educação, eficiência da máquina pública e capital humano.

TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO

Se por um lado o estudo do Ranking da Competitividade aponta desafios para o Espírito Santo, como dar mais dinamismo e proporcionar crescimento à economia, além de resolver gargalos logísticos e de infraestrutura viária e energética, o mesmo material também aponta uma franca tendência de crescimento do Estado nos próximos anos em várias áreas.

É o que pontua o secretário estadual de Economia e Planejamento, Regis Mattos Teixeira, que destacou que alguns dados ainda não refletem o atual momento e que dos 10 pilares pesquisados, o Estado está acima da média nacional em sete.

“Alguns indicadores, como o de mercado, ainda não refletem totalmente a recuperação da nossa economia a partir de meados de 2017 para cá porque os dados são do ano passado ou de 2016. Na educação, que nós já vamos bem, ainda não foram contabilizados os últimos indicadores do Ideb e Saeb, que nos colocam em ótima situação”, comenta.

Quando esses números atuais forem fechados, o secretário acredita que o Estado dará um salto no ranking e em vários indicadores. “Na infraestrutura temos hoje obras de duplicação nas BRs 101 e 262, tivemos o novo aeroporto entregue nesse ano, o que aumentou o número de voos.”

Essa também é a perspectiva traçada pela gerente de mobilização do Centro de Liderança Pública (CLP), Ana Marina de Castro, que aponta a solidez fiscal do Espírito Santo como o fator que tem permitido o Estado oferecer bons serviços públicos, o que se difere da maioria do país atualmente.

“No Espírito Santo, resolvendo a questão econômica e mantendo a solidez fiscal que hoje se destaca, e com os serviços públicos como educação e segurança em melhores índices, a tendência é de um crescimento no ranking nos próximos anos”, afirma.

O economista Eduardo Araújo pondera ainda sobre uma ligação entre os principais pilares e a solidez fiscal. “Sem ela nenhum governo consegue melhor a infraestrutura para atrair investimentos, que é o que faz melhorar o potencial de mercado, com mais crescimento econômico e geração de empregos.”

Para um crescimento mais efetivo, no entanto, é preciso melhorar ainda os índices na área de inovação, cujo o Estado é o 16º no ranking atual. “Nós temos investido, mas isso é algo que se colhe lá na frente. Mas é um desafio, ainda mais porque a tradição de investir em Ciência e Tecnologia no Estado é recente”, frisa Regis Mattos.

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