Priorizar alimentos saudáveis, conhecer a procedência dos produtos e ainda fazer escolhas que tenham impacto social. Esse é o perfil dos consumidores conscientes, grupo que vem crescendo no Estado e está abrindo espaço para uma iniciativa que aproxima moradores das cidades dos produtores rurais.
A chamada Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) já é um modelo conhecido em outros Estados, mas no Espírito Santo começou a funcionar há cerca de um mês.
A CSA funciona como um mercado direto entre as pessoas que querem se alimentar bem e as que estão preocupadas em produzir de forma sustentável. A ação fortalece os laços entre o campo e a cidade, fazendo dos consumidores coagricultores, explica o produtor e membro de planejamento da equipe CSA-ES, João Batista Guimarães.
Para participar do projeto, é preciso se cadastrar no site da CSA, pagar taxa de entrada de R$ 180 e mensalidades de R$ 145. Toda semana é entregue, nos pontos de encontro, em Vitória e em São Mateus, uma cesta com os produtos típicos da época, além de outras guloseimas, como bolo e tapioca.
Nessa cesta temos pelo menos dois tipos de frutas e cereais, folhas, grãos, farinha e tubérculos. Mas, ela também pode vir com ovos e outros produtos produzidos pela comunidade, elenca João.
Outro ponto que ele destaca, é o fato de a cesta ser composta por alimentos sazonais. O produtor enfrenta a escassez de produtos e a seca. Queremos passar essa realidade para nossos colaboradores, mostrar os efeitos do tempo, como ele funciona, explica o agricultor.
QUILOMBOS
Em Vitória e em São Mateus, municípios onde há o projeto, os alimentos vêm de produtores da comunidade de Angelim, no Sapê do Norte, região Norte do Espírito Santo.
O projeto começou no Estado colaborando com um grupo de quilombolas, porque eles se identificaram com a proposta e viram que temos uma forma de fortalecer a economia e agricultura deles, conta João.
A possibilidade de ajudar os agricultores e ainda ter acesso a produtos de qualidade motivou o nutricionista Thierry Lemos, 31 anos, e sua esposa, a bancária Bárbara Roncetti, 34 anos, a participarem do projeto. Vi na iniciativa a garantia de que estou consumindo alimentos mais saudáveis, além de poder ajudar as famílias do nosso Estado, afirma o nutricionista.
O dinheiro arrecadado com a venda dos produtos ajuda os agricultores a iniciarem e a manterem suas produções, investido em melhoria da lavoura, compra de equipamentos, sementes e mudas, e garante, até mesmo, condições básicas a essas famílias, que, em sua maioria, vive em condições precárias.
Atualmente o projeto no Estado conta com 36 coagricultores que ajudam seis produtores. A expectativa é que, até 2019, três comunidades sejam beneficiadas com a colaboração de cerca de 150 pessoas.
SAIBA MAIS
Cesta de alimentos
O que tem na cesta?
Pelo menos dois tipos de frutas e cereais, folhas, grãos, farinha e tubérculos, mas também pode conter ovos e outros produtos caseiros.
De onde vem o alimento?
A produção é feita por agricultores da comunidade de Sapê do Norte, Norte do Estado.
Como participar?
Para participar, é preciso se cadastrar no site (https://www.csabrasil.org/csa/).
Quantas vezes receberei a cesta?
A cesta pode ser retirada semanalmente no ponto de encontro combinado.
Quanto custa?
Para ter direito a cota é preciso pagar uma taxa de adesão de R$ 180 e depois taxas mensais de R$ 145.
O que é feito com o dinheiro?
Ele é usado para investir em melhoria na lavoura, como a compra de equipamentos (enxadas, foices, carrinho de mão, etc), sementes e mudas, e até mesmo dar condições básicas às pessoas responsáveis pelo cultivo.
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