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Alimentos saem da roça direto para as mãos do consumidor

Alimentos saem da roça direto para as mãos do consumidor

Toda semana, cestas de produtos saudáveis são entregues nos pontos de encontro

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 03:14

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Thierry e Bárbara consomem alimentos produzidos por comunidade do Estado. (Ricardo Medeiros)

Priorizar alimentos saudáveis, conhecer a procedência dos produtos e ainda fazer escolhas que tenham impacto social. Esse é o perfil dos consumidores conscientes, grupo que vem crescendo no Estado e está abrindo espaço para uma iniciativa que aproxima moradores das cidades dos produtores rurais.

A chamada Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) já é um modelo conhecido em outros Estados, mas no Espírito Santo começou a funcionar há cerca de um mês.

“A CSA funciona como um mercado direto entre as pessoas que querem se alimentar bem e as que estão preocupadas em produzir de forma sustentável. A ação fortalece os laços entre o campo e a cidade, fazendo dos consumidores coagricultores”, explica o produtor e membro de planejamento da equipe CSA-ES, João Batista Guimarães.

Para participar do projeto, é preciso se cadastrar no site da CSA, pagar taxa de entrada de R$ 180 e mensalidades de R$ 145. Toda semana é entregue, nos pontos de encontro, em Vitória e em São Mateus, uma cesta com os produtos típicos da época, além de outras guloseimas, como bolo e tapioca.

“Nessa cesta temos pelo menos dois tipos de frutas e cereais, folhas, grãos, farinha e tubérculos. Mas, ela também pode vir com ovos e outros produtos produzidos pela comunidade”, elenca João.

Outro ponto que ele destaca, é o fato de a cesta ser composta por alimentos sazonais. “O produtor enfrenta a escassez de produtos e a seca. Queremos passar essa realidade para nossos colaboradores, mostrar os efeitos do tempo, como ele funciona”, explica o agricultor.

QUILOMBOS

Em Vitória e em São Mateus, municípios onde há o projeto, os alimentos vêm de produtores da comunidade de Angelim, no Sapê do Norte, região Norte do Espírito Santo.

“O projeto começou no Estado colaborando com um grupo de quilombolas, porque eles se identificaram com a proposta e viram que temos uma forma de fortalecer a economia e agricultura deles”, conta João.

A possibilidade de ajudar os agricultores e ainda ter acesso a produtos de qualidade motivou o nutricionista Thierry Lemos, 31 anos, e sua esposa, a bancária Bárbara Roncetti, 34 anos, a participarem do projeto. “Vi na iniciativa a garantia de que estou consumindo alimentos mais saudáveis, além de poder ajudar as famílias do nosso Estado”, afirma o nutricionista.

O dinheiro arrecadado com a venda dos produtos ajuda os agricultores a iniciarem e a manterem suas produções, investido em melhoria da lavoura, compra de equipamentos, sementes e mudas, e garante, até mesmo, condições básicas a essas famílias, que, em sua maioria, vive em condições precárias.

Atualmente o projeto no Estado conta com 36 coagricultores que ajudam seis produtores. A expectativa é que, até 2019, três comunidades sejam beneficiadas com a colaboração de cerca de 150 pessoas.

SAIBA MAIS

Cesta de alimentos

O que tem na cesta?

Pelo menos dois tipos de frutas e cereais, folhas, grãos, farinha e tubérculos, mas também pode conter ovos e outros produtos caseiros.

De onde vem o alimento?

A produção é feita por agricultores da comunidade de Sapê do Norte, Norte do Estado.

Como participar?

Para participar, é preciso se cadastrar no site (https://www.csabrasil.org/csa/).

Quantas vezes receberei a cesta?

A cesta pode ser retirada semanalmente no ponto de encontro combinado.

Quanto custa?

Para ter direito a cota é preciso pagar uma taxa de adesão de R$ 180 e depois taxas mensais de R$ 145.

O que é feito com o dinheiro?

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Ele é usado para investir em melhoria na lavoura, como a compra de equipamentos (enxadas, foices, carrinho de mão, etc), sementes e mudas, e até mesmo dar condições básicas às pessoas responsáveis pelo cultivo.

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