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Espírito Santo registra mais de 200 trocas de operadora por dia

Espírito Santo registra mais de 200 trocas de operadora por dia

Em 10 anos, 803 mil números exerceram a portabilidade no ES

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 12:18

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O universitário Elias Pinheiro Júnior trocou de operadora no início do ano buscando um pacote de dados melhor . (Fernando Madeira)

Para economizar e, ao mesmo tempo, ter um custo-benefício melhor, o universitário Elias Pinheiro Júnior, 24 anos, trocou a operadora de celular no início do ano. Em busca de mais benefícios e de um plano de internet móvel mais abrangente, ele pediu a portabilidade telefônica e dentro de dois dias estava com seu número em outra prestadora. E tudo isso de graça. Assim como ele, são vários os consumidores que aderiram ao serviço. Por dia, cerca de 220 trocas são feitas no Espírito Santo, levando em contas os números da última década.

“Meu pacote de dados era pequeno e a operadora consumia minha internet sem eu utilizar. Tinha que ficar comprando pacotes adicionais para continuar usando e, com isso, a fatura vinha enorme no fim do mês. Troquei e consegui um plano que tinha mais gigabytes e benefícios pelo mesmo valor, mas como não preciso comprar mais pacotes avulsos, estou economizando”, conta Elias.

Essa possibilidade de usuários de telefonia móvel e fixa migrarem de operadoras sem alterar o número acabou de fazer 10 anos no Brasil. Criado em setembro de 2008, o serviço contabiliza mais de 45,6 milhões de transferências realizadas no país na década, 803,7 mil apenas no Espírito Santo, nos DDDs 27 e 28.

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Os usuários têm mais alternativas. Agora decidem o padrão de qualidade que querem e estão mais conscientes.

Anilton Garcia, professor da Ufes
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Os dados são da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABRTelecom), que administra o serviço, e apontam que as migrações continuam aceleradas no Estado. Só nos primeiros nove meses deste ano, a portabilidade de telefones móveis supera 55,2 mil números, recorde histórico. Em todo 2017, para se ter uma ideia, o número foi de 51,2 mil.

Se por um lado as trocas de operadoras de celular estão cada vez mais em alta e neste ano já representam 74% do total de migrações no Estado, por outro, na telefonia fixa, o número vem caindo, fruto da redução desse tipo de linhas. Nos últimos cinco anos, a portabilidade fixa caiu 46%.

Somando os números da telefonia fixa e móvel neste ano, já foram efetuadas mais 74,6 mil portabilidades no Estado no ano, dado que, na visão de especialistas, é reflexo de consumidores mais conscientes e exigentes.

RAIO-X DA PORTABILIDADE TELEFÔNICA NA DÉCADA

Migrações de número para outra operadora no Espírito Santo (DDDs 27 e 28)

Fonte: ABRTelecom. (Infografia/Genildo Ronchi)

 

CONSCIÊNCIA

Segundo o professor e pesquisador do Laboratório de Telecomunicações (LabTel) da Ufes Anilton Garcia, esse crescimento é fruto de uma mudança no meio. “Até alguns anos, muitas pessoas eram clientes de uma operadora pela cobertura dela, o que mudou com a tecnologia e a redução dos custos, que fizeram isso ser pouco. As outras operadoras passaram a competir de igual para igual e isso deu mais alternativas aos usuários, que agora decidem o padrão de qualidade que querem e estão mais conscientes”, explica.

Outro ponto levantado pelo professor é o papel da internet. “Hoje as pessoas quase não se comunicam mais pelo aparelho mas usam aplicativos para ligar e mandar mensagens. Então o pacote de internet é que o mais determina a escolha de um plano e da operadora. Se achar um melhor é só trocar”, destaca Garcia.

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A portabilidade é uma ferramenta que o consumidor tem na mão que é mais eficiente do que às vezes só reclamar.

Renan Barcelos, diretor do Instituto Internacional de Tecnologia e Informação
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Na avaliação do especialista em telecomunicações e diretor-pesquisador do Instituto Internacional de Tecnologia e Informação Científica, Renan Barcelos, as trocas também acontecem pela insatisfação dos clientes, já que eles não precisam ficar reféns de um mau serviço. “Se isso não muda, o cliente vai atrás de um serviço melhor. É uma ferramenta que ele tem que é mais eficiente e poderosa do que às vezes só reclamar”.

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Os dados das companhias que perdem ou recebem clientes não são divulgados pela ABRTelecom nem pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas as próprias operadoras aprenderam a lidar com a novidade ao longo década e ver o serviço não como um inimigo que leva clientes, mas também que traz novos. Assim, a maioria já oferece condições especiais para atrair consumidores de concorrentes, lançando ofertas específicas para esse público ‘migrador’.

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