O Espírito Santo está amargando resultados negativos na atividade industrial. Em agosto, o Estado registrou queda de 0,9% na produção, o terceiro pior índice do país. No acumulado do ano, o desempenho local também é ruim, com retração de 3,4%, atrás apenas de Goiás (-3,6%). Em 12 meses, o cenário mostra queda de 3,1%, o pior do país.
Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (9) revelam que a economia capixaba ainda está em ritmo lento de recuperação. No Brasil, a produção caiu 0,3% em agosto.
A queda nos índices de atividade industrial no Estado foi puxada principalmente pela diminuição da atividade de produtos minerais não metálicos (-17,6%) e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-8,7%). Já a indústria extrativa caiu 0,8%, abrangendo setores de petróleo e minério, de transformação (-6%) e a de metalurgia (-1,8%). Em contrapartida, o setor de alimentos cresceu 1,7%.
INCERTEZAS
O economista Ednilson Silva Felipe acredita que as incertezas políticas levaram os empresários a freiarem os investimentos e a produção. Segundo ele, a lucratividade da indústria está caindo, enquanto que o endividamento só tem aumentado. A indústria ainda não achou a linha para se recuperar da crise na economia. Isso vai ser feito a longo prazo, declarou.
Já o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon), Rudisom Rodrigues, cita o fato de o Espírito Santo ter uma economia voltada para o mercado externo como motivo para as quedas na atividade.
Quando o Brasil vai mal, como na atual recessão, o Estado vai pior. Mas quando o país tem crescimento, o Espírito Santo consegue uma alta ainda maior, exemplificou. Isso significa que quando o país não vai bem, o Estado exporta menos e, consequentemente, a indústria reduz a produção.
NO BRASIL
A produção industrial do país teve queda de 0,3% de julho para agosto. Os Estados que tiveram as maiores retrações na atividade nesse período foram Amazonas (-5,3%), Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), São Paulo (-0,9%) e Santa Catarina (-0,7%). Já os que mais cresceram foram Mato Grosso (3%), Bahia (2,7%) e Pernambuco (2,6%).
Apesar dessa retração de um mês para o outro, o Brasil vem, aos poucos, recuperando seu índice de atividade industrial. No acumulado do ano, houve uma variação positiva de 2,5%. Já em relação aos Estados, 11 dos 15 lugares analisados pelo IBGE tiveram alta da produção de janeiro a agosto, entre eles os que mais avançaram foram Amazonas (10,9%), Pará (9,2%), Pernambuco (5,6%), Santa Catarina (4,6%) e Rio de Janeiro (4,5%).
Já a variação entre agosto deste ano com o mesmo mês de 2017 também foi positiva (2%). Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 3,1%.
A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento da edição.
VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
No país (em agosto)
Amazonas: -5,3%
Pará: -1,1%
Região Nordeste: 1,5%
Ceará: 1,5%
Pernambuco: 2,6%
Bahia: 2,7%
Minas Gerais: 0,5%
Espírito Santo: -0,9%
Rio de Janeiro: -0,3%
Paraná: 0,7%
Santa Catarina: -0,7%
Rio Grande do Sul: 0,8%
Mato Grosso: 3%
Goiás: 0,2%
São Paulo: -0,9%
Brasil: -0,3%
Acumulado do ano
Espírito Santo: -3,4%
Brasil: 2,5%
Por setores
Espírito Santo
Pesaram para a retração da indústria capixaba em agosto os setores de celulose, papel e produtos de papel (celulose); e de produtos de minerais não-metálicos (granito talhado ou serrado - inclusive chapas - e cimentos Portland). Confira os números por setor:
Produtos minerais não metálicos: -17,6%
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel: -8,7%
Indústria extrativa: -0,8%
Industria de transformação: -6%
Metalurgia: -1,8%
Fabricação de produtos alimentícios: 1,7%
Brasil
Foram motivo de retração da indústria nacional os setores de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,7%); de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2%).
Acumulado em 12 meses
Espírito Santo: -3,1%
Brasil: 3,1%
Fonte: IBGE
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