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Indústria do ES amarga maior retração do país

Indústria do ES amarga maior retração do país

Em 12 meses, setor acumula queda de 3,1%; em agosto, caiu 0,9%

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 00:23

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Diminuição da fabricação de celulose foi um dos fatores que ajudaram na queda nos índices de atividade industrial. (Fibria | Divulgação)

O Espírito Santo está amargando resultados negativos na atividade industrial. Em agosto, o Estado registrou queda de 0,9% na produção, o terceiro pior índice do país. No acumulado do ano, o desempenho local também é ruim, com retração de 3,4%, atrás apenas de Goiás (-3,6%). Em 12 meses, o cenário mostra queda de 3,1%, o pior do país.

Indústria do ES amarga maior retração do país

Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (9) revelam que a economia capixaba ainda está em ritmo lento de recuperação. No Brasil, a produção caiu 0,3% em agosto.

A queda nos índices de atividade industrial no Estado foi puxada principalmente pela diminuição da atividade de produtos minerais não metálicos (-17,6%) e da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-8,7%). Já a indústria extrativa caiu 0,8%, abrangendo setores de petróleo e minério, de transformação (-6%) e a de metalurgia (-1,8%). Em contrapartida, o setor de alimentos cresceu 1,7%.

INCERTEZAS

O economista Ednilson Silva Felipe acredita que as incertezas políticas levaram os empresários a freiarem os investimentos e a produção. Segundo ele, a lucratividade da indústria está caindo, enquanto que o endividamento só tem aumentado. “A indústria ainda não achou a linha para se recuperar da crise na economia. Isso vai ser feito a longo prazo”, declarou.

Já o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon), Rudisom Rodrigues, cita o fato de o Espírito Santo ter uma economia voltada para o mercado externo como motivo para as quedas na atividade.

“Quando o Brasil vai mal, como na atual recessão, o Estado vai pior. Mas quando o país tem crescimento, o Espírito Santo consegue uma alta ainda maior”, exemplificou. Isso significa que quando o país não vai bem, o Estado exporta menos e, consequentemente, a indústria reduz a produção.

NO BRASIL

A produção industrial do país teve queda de 0,3% de julho para agosto. Os Estados que tiveram as maiores retrações na atividade nesse período foram Amazonas (-5,3%), Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), São Paulo (-0,9%) e Santa Catarina (-0,7%). Já os que mais cresceram foram Mato Grosso (3%), Bahia (2,7%) e Pernambuco (2,6%).

Apesar dessa retração de um mês para o outro, o Brasil vem, aos poucos, recuperando seu índice de atividade industrial. No acumulado do ano, houve uma variação positiva de 2,5%. Já em relação aos Estados, 11 dos 15 lugares analisados pelo IBGE tiveram alta da produção de janeiro a agosto, entre eles os que mais avançaram foram Amazonas (10,9%), Pará (9,2%), Pernambuco (5,6%), Santa Catarina (4,6%) e Rio de Janeiro (4,5%).

Já a variação entre agosto deste ano com o mesmo mês de 2017 também foi positiva (2%). Nos últimos 12 meses, a expansão foi de 3,1%.

A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento da edição.

VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL 

No país (em agosto)

Amazonas: -5,3%

Pará: -1,1%

Região Nordeste: 1,5%

Ceará: 1,5%

Pernambuco: 2,6%

Bahia: 2,7%

Minas Gerais: 0,5%

Espírito Santo: -0,9%

Rio de Janeiro: -0,3%

Paraná: 0,7%

Santa Catarina: -0,7%

Rio Grande do Sul: 0,8%

Mato Grosso: 3%

Goiás: 0,2%

São Paulo: -0,9%

Brasil: -0,3%

Acumulado do ano

Espírito Santo: -3,4%

Brasil: 2,5%

Por setores

Espírito Santo

Pesaram para a retração da indústria capixaba em agosto os setores de celulose, papel e produtos de papel (celulose); e de produtos de minerais não-metálicos (granito talhado ou serrado - inclusive chapas - e cimentos “Portland”). Confira os números por setor:

Produtos minerais não metálicos: -17,6%

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel: -8,7%

Indústria extrativa: -0,8%

Industria de transformação: -6%

Metalurgia: -1,8%

Fabricação de produtos alimentícios: 1,7%

Brasil

Foram motivo de retração da indústria nacional os setores de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-5,7%); de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2%).

Acumulado em 12 meses

Espírito Santo: -3,1%

Brasil: 3,1%

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Fonte: IBGE

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