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Ranking dos mais ricos: ES tem mais de mil novos milionários em 2018

Ranking dos mais ricos: ES tem mais de mil novos milionários em 2018

Levantamento da Receita Federal feito a pedido do Gazeta Online mostra que, no total, o Espírito Santo tem 20.670 milionários e dois bilionários

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 12:50

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No Espírito Santo, mais de mil pessoas ficaram milionários somente neste ano. Segundo dados da Receita Federal obtidos pelo Gazeta Online, com base nas declarações de imposto de renda feitas neste ano, o número de pessoas no Estado que possuem patrimônio igual ou superior a R$ 1 milhão cresceu de 19.340, em 2017, para 20.670, em 2018. Ou seja, 1.330 moradores do Estado comemoraram seu primeiro milhão neste ano.

Já o número de bilionários permanece o mesmo do ano passado. São dois capixabas, um morador da Serra e um morador de Vitória, que podem ostentar uma lista de bens que supera R$ 1 bilhão. Estes afortunados viram seu patrimônio ficar praticamente congelado em 2018.

Espírito Santo temais de mil novos milionários

A Receita Federal não divulga o nome deles. O contribuinte A, que é o dono do maior patrimônio do Estado, declarou R$ 1,612 bilhão em 2017, fortuna que oscilou para R$ 1,611 bilhão em 2018.

O dono do segundo maior patrimônio do Espírito Santo se manteve na casa dos R$ 1,080 bilhão, com um ganho de pouco mais de R$ 169 mil em relação à declaração do ano anterior. O levantamento com os dados da Receita Federal foi feito a pedido do Gazeta Online

10 PESSOAS TÊM 4,4% DO PIB DO ES

As dez pessoas mais ricas do Espírito Santo possuem um patrimônio somado de R$ 5,5 bilhões, que representa 4,4% do PIB do Estado acumulado nos últimos quatro trimestres, estimado em R$ 123,4 bilhões, de acordo com o Instituto Jones dos Santos Neves.

O tesouro dos dez mais ricos é maior que os 666 mil capixabas que têm renda de até um salário mínimo (R$ 954), segundo o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Essa parcela de mais pobres, que engloba 239 mil pessoas sem rendimento algum e 99 mil com menos de meio salário mínimo (R$ 477), contabiliza uma massa de rendimento anual que alcança os R$ 3,272 bilhões.

CAPIXABA TEM SALÁRIO DE JOGADOR EUROPEU

Capixaba recebe mais de R$ 100 milhões por ano e, se fosse jogador, só perderia em renda para Neymar, Messi e Cristiano Ronaldo. (Getty Images)

A pessoa mais rica do Espírito Santo possui renda equiparável aos grandes astros do futebol mundial. O "contribuinte M", por exemplo, tem um rendimento de R$ 102,3 milhões anuais, mais do que os R$ 101,74 milhões que recebe por temporada o meia Oscar, do Shanghai SIPG (China), que é o quarto jogador mais bem pago do mundo.

O capixaba mais rico só "perde" em rendimento anual para o trio Cristiano Ronaldo, do Juventus (R$ 127,1 milhões por temporada); Neymar, do PSG (R$ 152,6 milhões por temporada); e do craque argentino Lionel Messi, do Barcelona, o mais bem pago do mundo (que recebe R$ 169,5 milhões por temporada).

MAIS RICOS ESTÃO EM VITÓRIA E VILA VELHA

É em Vitória e em Vila Velha que estão os donos das maiores riquezas do Espírito Santo. Só nas duas cidades estão 13.431 pessoas que declararam à Receita Federal um patrimônio maior que R$ 1 milhão. Vitória conta com 8.655 milionários e um bilionário, enquanto Vila Velha é o lar de 4.776 milionários.

Considerando uma população estimada em 358.267 pessoas, segundo o IBGE, 2,4% da população de Vitória é milionária. Em Vila Velha, o percentual de pessoas com mais de R$ 1 milhão cai para 0,9%.

Em terceiro lugar está o município de Cachoeiro de Itapemirim, com 952 milionários. Serra, com 802 milionários e um bilionário, e Linhares, com 690, completam o top 5 dos municípios com mais ricos.

Todos os 78 municípios do Estado têm ao menos um milionário. Ponto Belo, tem um milionário, e Divino de São Lourenço e Alto Rio Novo, têm duas pessoas com patrimônio maior que R$ 1 milhão.

INFOGRÁFICO: Os municípios com vermelho mais escuro representam maior concentração de milionários. Clique nos municípios para ver o número de pessoas com mais de um milhão em cada cidade. 

 

ANÁLISE

DINAMISMO DA ECONOMIA E TAXAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS

Ricardo Paixão

Economista e presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES)

O aumento de milionários no Estado mostra que a crise econômica não afeta a todos os segmentos com a mesma intensidade. Há um grupo de pessoas, geralmente as que já tinham renda elevada, que atuam em setores que não sentiram os efeitos da crise, principalmente aqueles que atuam no mercado financeiro e no setor bancário, que conseguiram aumentar o ganho.

O aumento de patrimônio pode também dar mais dinamismo à economia. Por mais que seja uma renda individual, se for investida no setor produtivo, irá ampliar ou dar origem a novas empresas, criar novos empregos e fazer a economia girar. No entanto, há uma parcela grande que mantém esse patrimônio investido no setor financeiro, que não produz localmente, e tem um impacto na comunidade muito menor.

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É preciso levar em consideração o alto grau de concentração, com 10 pessoas com 4,4% do PIB do Estado nas mãos. Uma das opções que precisam ser debatidas é a taxação das grandes fortunas, que é algo já previsto em Constituição, mas que não é implementado. Cabe ao Poder Público minimizar essa desigualdade. Com os recursos dessas taxas seria possível investir mais em educação e em segurança pública, distribuindo melhor as riquezas.

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