O presidente americano Donald Trump aproveitou a cerimônia em que comemorou o Acordo Estados Unidos, México e Canadá (USMCA, na sigla em inglês) , finalizado na noite de domingo para substituir o Nafta, para prometer ampliar sua guerra comercial com o mundo. Ele afirmou que não é correto o país ter déficits comerciais anuais de US$ 800 bilhões e que vai forçar países e blocos econômicos a negociarem. Ele criticou até mesmo as altas tarifas brasileiras sobre produtos americanos.
"Agora temos um acordo diferente, com um comércio justo para todas as partes", disse Trump, que afirmou que o Nafta era o pior acordo já feito, e que agora o novo acordo é justo e bom para todos os países envolvidos. "Vamos negociar com todos os países que se beneficiam de nós".
Ao ser questionado sobre as dificuldades de negociar acordos, lembrou que talvez presidentes americanos nunca negociaram com a Índia e com os brasileiros. E afirmou quem ambos os países tenham tarifas muito elevadas: "O Brasil é outro caso, é uma beleza. Eles cobram de nós o que querem. Se você perguntar a algumas empresas, eles dizem que o Brasil está entre os mais duros do mundo, talvez o mais duro. E nós não os chamamos e dizemos: Vocês estão tratando nossas empresas injustamente, tratando nosso país injustamente", argumentou Trump, frisando que o comércio com o Brasil pode ser "o mais difícil do mundo".
Em seu discurso nos jardins da Casa Branca, Trump avisou a Jean-Claude Juncker, presidente da União Europeia, que vai taxar as belas Mercedes e BMWs em 20%, talvez 25%, para que os europeus negociem. Disse que fará o mesmo com japoneses, indianos e com os chineses. Ele lembrou que seu governo já colocou tarifas que chegarão a 25% sobre US$ 200 bilhões em produto que agora os chineses querem negociar.
"Esse é o poder das tarifas", disse ele, que afirmou que não culpa os chineses, lembrando que isso é culpa dos líderes americanos anteriores a ele que permitiram esta situação.
Trump afirmou que o novo acordo é provavelmente o melhor já celebrado pelos Estados Unidos, que garantirá a volta de empregos aos país e será muito bom para o agronegócio americano. Ele lembrou que este acordo protegerá a propriedade intelectual americana:
"Foi o mais importante acordo comercial que já fizemos até agora. É um acordo baseado na justiça e na reciprocidade".
Ele afirmou que conversou com Justin Trudeau, o primeiro-ministro canadense, por telefone e que ambos concordaram que é um bom acordo, embora tenha reconhecido que ambos haviam tido dificuldades no passado. O americano também elogiou Enrique Peña Nieto e defendeu que ambos os países aprovem rapidamente o acordo em seus congressos.
"Este acordo é tão bom que acredito que até os democratas vão vota por ele", destacou o presidente americano.
Entre as principais mudanças citadas por Trump está o maior acesso ao mercado de laticínios do Canadá, permitindo um volume maior de exportações americanas. Além disso, o acordo também amplia incentivos para que veículos sejam produzidos na América do Norte sob regras trabalhistas mais rígidas; mantém ainda um sistema independente de solução de controvérsias e oferece ao Canadá e ao México algumas proteções das futuras tarifas automobilísticas que os EUA podem impor às importações globais no setor automotivo.
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