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63 mil buscam vaga há mais de 2 anos no Espírito Santo

63 mil buscam vaga há mais de 2 anos no Espírito Santo

Dificuldade afeta 1 em cada 4 desempregados, aponta IBGE

Publicado em 15 de novembro de 2018 às 02:59

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Quem enfrenta a dura realidade do desemprego sabe como tem sido difícil retornar ao mercado de trabalho. Apesar da crise estar ficando para trás, a geração de vagas ainda é lenta e faz com que muitos fiquem por anos sem uma ocupação. Esse cenário é comprovado pelos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgados ontem pelo IBGE, que apontam que 63 mil capixabas estão procurando emprego há dois anos ou mais.

O dado é do terceiro trimestre desse ano, período em que 242 mil pessoas estavam sem trabalho no Espírito Santo. Isso significa dizer que 1 em cada 4 capixabas desempregados está procurando por emprego há pelo menos dois anos. Esse número - de 63 mil -, equivale a mais do que a população dos municípios de Santa Leopoldina e Nova Venécia juntos.

Outros 34 mil capixabas estão procurando por um emprego há mais de um ano. Já 114 mil estão nessa situação a menos de um ano.

A situação no Estado é similar a do país, que possui 3,19 milhões de desempregados que estão buscando por uma vaga há pelo menos dois anos, número que também representa cerca de um quarto do total de desocupados no Brasil, que é de 12,4 milhões.

TAXA

Apesar de aumentar a cada trimestre o total de pessoas que estão desempregadas há muito tempo, os números gerais do mercado de trabalho melhoraram. No Espírito Santo, a taxa de desemprego caiu para 11,2% no terceiro trimestre deste ano, menor índice desde o primeiro trimestre de 2016, quando ela estava em 11,1%, segundo a Pnad.

Embora ainda seja um percentual alto, os resultados mostraram que entre os meses de julho, agosto e setembro de 2018 a taxa caiu 0,8 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, com 36 mil desempregados a menos na comparação com o terceiro trimestre de 2017.

“Os números são bons e mesmo com desafios previstos, as perspectivas para os próximos meses são favoráveis para o Espírito Santo”, afirmou o economista Eduardo Araújo. Mesmo sendo um Estado pequeno, o economista acredita que o setor público tem ficado com mais receita e tem conseguido investir mais, e, assim, gerar empregos.

Para o economista e presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES), Ricardo Paixão, cada setor sofre um impacto diferente na economia e no Estado esta intensidade tem sido menor, facilitando a recuperação de empregos desde a crise econômica.

No Brasil, a taxa de desocupados foi de 11,9%, melhor índice desde o primeiro trimestre de 2016.

MÉDIA SALARIAL NO SETOR PÚBLICO É O DOBRO

A média salarial dos capixabas aumentou 1,1% no terceiro trimestre deste ano e chegou a R$ 1.863, valor que é R$ 21 acima do apontado pelo IBGE no trimestre anterior.

Essa média, porém, varia de acordo com os setores. Segundo a Pnad, no Espírito Santo os salários médios do setor público são cerca o dobro da média do setor privado.

No terceiro trimestre, os trabalhadores do setor privado (excluindo os domésticos) tiveram uma renda média de R$ 1.649 no Estado. Já os funcionários públicos registraram uma média salarial de R$ 3.266.

No cenário nacional, essas médias sobem consideravelmente para R$ 1.926 no setor privado e R$ 3.514 para empregados do setor público.

“Apesar da recuperação do mercado de trabalho, essa é uma distorção difícil de ser corrigida e que é injusta. No setor público se incluem salários do Judiciário, dos Legislativos e de servidores do Estado, União e municípios, que em sua maioria tem salários mais volumosos que o restante da população, que muitas vezes sobrevive apenas com o salário mínimo”, avaliou o economista Eduardo Araújo.

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Os números da média salarial ainda pioram se considerarmos os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada (com salários médios de R$ 1.252), e domésticos (R$ 828). No setor público, a renda mensal mais alto são de militares e estatutários (R$ 3.952)

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