Cortar gastos já virou parte da rotina das famílias capixabas. Quando algo encarece é preciso achar uma solução para contornar o problema, como é o que está acontecendo com quem depende do carro para se deslocar. A alternativa encontrada por quem precisa diminuir o valor das despesas é o uso de meios alternativos de locomoção.
Com a alta de quase 15% no preço da gasolina, desde janeiro, os motoristas estão tendo que sair em busca de opções que pesem menos, ou quase nada, no bolso. Com isso, a venda de bicicletas e motos vem crescendo.
Em outubro, a compra de motos cresceu 30,7% em comparação a janeiro deste ano. No primeiro mês do ano, foram comercializados 1.286 modelos no Espírito Santo. Em agosto, a venda atingiu seu melhor resultado desde junho de 2016, somando 1.797 veículos vendidos. Já no mês passado foram 1.682 comercializações.
De acordo com dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodives), nos dez meses de 2018 foram 14,1 mil motos vendidas, volume 7,63% maior do que as negociações fechadas no mesmo período do ano passado quando foram 13,1 mil unidades comercializadas.
Por consumir menos gasolina que o carro e ter um valor de compra menor, a moto acaba se tornando uma opção mais viável, aponta o economista Mário Vasconcelos. Além do preço do combustível ter ficado mais alto, o consumidor muitas vezes não tem condições de adquirir um carro, por ser caro. Dessa forma, ele procura pela moto, que é uma opção mais viável economicamente, destaca.
O economista Marcelo Loyola diz que com o aumento da procura por motos e bicicletas, os dois setores se beneficiam pois há um deslocamento de consumo. O consumidor vai passar a investir ainda em manutenção, o que fará com que a cadeia no entorno desse negócio se beneficie, explica.
EM ALTA
Em busca de economizar, o pintor predial de 49 anos Cidiney José Rezende trocou o carro pela bicicleta. De segunda a sexta-feira, ele percorre um trajeto de 16 quilômetros da sua casa, em Cidade Continental, na Serra, até Jardim Camburi, onde trabalha.
Há dois anos optei por trocar o carro pela bicicleta, que é mais econômica e faz bem à saúde. Além disso, é mais rápida em meio ao trânsito. De ônibus eu levava uma hora de casa até o trabalho, de carro 30 minutos e de bicicleta menos de 20 minutos, conta.
O Espírito Santo foi o quarto do país com mais registros de importações de bicicletas. O estudo Economia da Bicicleta do Brasil, realizado pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Aliança Bike, mostra que ao todo a federação recebeu 17,6 mil unidades em 2016 e 20,6 mil em 2017, uma alta de 16,76%. A maior parte foi enviada para outras regiões.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Importação e Exportação (Sindiex), Marcilio Rodrigues Machado, cerca de 30% das bicicletas importadas é para abastecer o mercado local, já o restante é destinado a outros Estados.
Dessa forma, em média, em 2017, 6.180 bikes foram importadas destinadas ao mercado capixaba, enquanto em 2016, foram 5.280.
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