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Estratégia para fazer o 13º salário render mais

Estratégia para fazer o 13º salário render mais

Separar parte do valor para as contas garante menos aperto no bolso

Publicado em 25 de novembro de 2018 às 00:11

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O final do ano está chegando e, com ele, o tão esperado 13º salário. Antes mesmo de ter o dinheiro em mãos, há quem faça inúmeros planos de como gastar esse “extra” que cai na conta. Especialistas ouvidos por A GAZETA alertam que é preciso ficar atento aos objetivos e limites de gastos para que o dinheiro recebido renda mais.

A primeira dica é checar se você está inadimplente com alguma conta. A partir daí, será possível traçar o próximo passo para utilizar o 13º. Se a pessoa não tiver débitos pendentes pode pensar em comprar presentes e até adiantar as compras da ceia de Natal.

“O trabalhador pode usar cerca de 10% do dinheiro recebido para comprar a ceia de Natal e para as festas de final de ano, 15% para comprar presentes para os familiares e os 75% restantes devem ser separados para pagar as faturas extras de 2019 e investir”, explica o economista César Gomes.

A primeira parcela do 13º, benefício pago para quem trabalha com carteira assinada, deve ser pago aos trabalhadores até a próxima sexta-feira, 30. Já a segunda parcela do benefício, até o dia 20 de dezembro.

Já as datas de recebimento dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) são diferentes. Neste ano, a primeira parcela do benefício saiu em agosto e a segunda está sendo paga neste mês. No caso dos servidores públicos, que também têm um calendário próprio, o pagamento é definido pela entidade a que respondem, como União, governo do Estado ou município.

O consultor de finanças pessoas Laudeir Frauches lembra que é muito comum que as pessoas se entusiasmem no fim do ano e gastem além do que podem, principalmente comprando presentes para os familiares. “Nesse período, quem tem filho acaba querendo comprar os presentes que as crianças pedem. Por isso, o trabalhador precisa conversar com a família e combinar com ela como serão feitos os gastos do dinheiro. O diálogo, transparência e honestidade são fundamentais nessa hora”, sugere.

O economista Marcelo Loyola Fraga complementa que como o 13º cria uma ilusão de que você vai receber em dobro o salário nos próximos meses, “a tendência é que os presentes e as despesas fiquem cada vez mais caros. Essas compras precisam ser planejadas, se à vista ou a prazo, para caber no orçamento, sem apertos”, comenta.

ANO NOVO

Junto com 2019 também chegarão aquelas contas tradicionais de início de ano – IPTU, IPVA, material escolar e uniformes, por exemplo. Usar o dinheiro recebido no 13º como uma reserva financeira para emergências é uma boa aplicação, garante Frauches. “Gaste o mínimo do 13º para garantir as despesas básicas por três meses, caso perca o emprego ou ocorra alguma emergência”, sugere.

Ainda segundo o especialista, mesmo sendo despesas que todos os anos chegam às residências dos capixabas, muita gente esquece delas e acaba gastando todo o dinheiro, em dezembro, Aí, quando os boletos chegam, o pagamento acaba atrasando.

Cada perfil de consumidor precisa montar para planejar do destino do 13º. (Genildo )

PAGAR DÍVIDAS DE CARTÃO DEVE SER PRIORIDADE 

Uma boa medida para o uso do 13º salário no final de ano é liquidar dívidas de cartão de crédito, cheque especial ou financiamento, que possuem juros mais altos e acabam enrolando a vida financeira do endividado. O dinheiro do 13º, se bem empregado, pode contribuir para que o próximo ano seja mais tranquilo financeiramente.

De acordo com especialistas, para quem está endividado, utilizar o dinheiro desse pagamento extra para saldar as dívidas é o mais adequado. Os primeiros débitos da lista devem ser o do cartão de crédito e do cheque especial, que normalmente têm as taxas mais caras do mercado, com juros que chegam a ultrapassar 300% ao ano. Também é preciso ter atenção com os débitos contraídos por financiamento de imóvel ou carro.

Adriellen Serra pagou contas de cartão com parte do 13º e o restante foi para a poupança. (Fernando Madeira)

Segundo o economista Mário Vasconcelos, além disso, quanto mais tempo você atrasa as contas, mais a dívida vai aumentando, já que essa operação se baseia em juros compostos, ou seja, os juros incidem não apenas no valor inicial, mas também sobre o valor devido que ficou sem pagar, em atraso.

“É preciso buscar um equilíbrio na hora de pagar essas dívidas. Tente amortizar o máximo possível o que está devendo. Também lembre de tentar reservar um pouco do dinheiro para possíveis imprevistos”, pondera.

A agente de relacionamento, Adriellen Serra, 22 anos, sabe que esse conselho vale ouro. Ela utilizou parte do que recebeu de 13º para quitar dívidas com cartões de crédito. O restante ela planeja investir em um intercâmbio para a Colômbia, em 2020. “Já recebi as duas parcelas do meu 13º. A empresa antecipou o pagamento para que nós pudéssemos comprar e aproveitar as promoções que acontecem antes do Natal”, comenta.

NEGOCIE 

Quando a pessoa está muito endividada, ela precisa conhecer os débitos, em qual conta está pagando as maiores taxas de juros, e assim poder negociar com o credor, aponta o consultor de finanças pessoais Laudeir Frauches.

“Há casos em que a pessoa pega o dinheiro e põe na poupança, que rende muito pouco, e continua sem pagar a dívida. A dívida não ameaça apenas a saúde financeira, mas também a qualidade de vida da pessoa”, explica.

Já o economista César Gomes sugere que quem tiver alguma dívida atrasada procure identificar qual era valor inicial dela e em quanto ela está atualmente. “Com os valores em mãos será possível ter uma boa proposta de renegociação com o seu credor, conseguindo até o perdão dos juros”, comenta.

FAÇA O DINHEIRO EXTRA RENDER MAIS

RESERVE 

Não pense que o 13º deve ser utilizado apenas para as compras e o pagamento de dívidas. Reserve parte desse valor para realizar aplicações e outro tipo de investimento, o que pode ser muito útil no caso de alguma eventualidade, como problemas mecânicos, problemas de saúde, necessidades financeiras de algum parente ou amigo próximo.

INVISTA 

Faça com que o seu dinheiro renda. Depois que separar sua reserva de emergências bem estruturada, invista parte do dinheiro em modalidades de aplicações que estejam alinhadas com o seu perfil de investidor.

INVISTA EM VOCÊ

Aproveite para estudar, investindo em educação e cursos para aprimoramento pessoal e profissional.

LEMBRE-SE 

DESCONTO

É sempre importante lembrar que sobre o 13º salário incidem descontos das mais variadas espécies, como Imposto de Renda e INSS.

PENSE NOS GASTOS DO INÍCIO DE 2019

Lembre-se dos diversos gastos que estarão a sua espera no início de 2019. A cobrança do IPTU, por exemplo, normalmente começa a partir de janeiro, assim como o IPVA. Reserve parte desse dinheiro do 13º salário para o pagamento dessas dívidas à vista e consiga descontos, além de não ficar com o orçamento comprometido durante o primeiro semestre.

DÍVIDAS

CARTÃO DE CRÉDITO E CHEQUE ESPECIAL 

Dívidas de cartão e cheque especial são, via de regra, as mais caras do mercado – os juros chegam a mais de 300% ao ano. Portanto, o melhor é se livrar delas o mais rápido possível, seja pagando o débito ou trocando por um financiamento mais barato.

CARTÃO DE LOJA 

Os cartões de lojas e carnês também são uma modalidade de crédito em que os juros praticados são altos. Por isso, renegociar para quitar com desconto nos juros ou até trocar por um débito mais barato são alternativas para o consumidor.

EMPRÉSTIMO PESSOAL 

Quem não paga empréstimo fica com o nome sujo por cinco anos, sempre será cobrado por empresas e terá dificuldades em conseguir crédito. No entanto, não há leilão de bens. Renegociar a dívida é a melhor opção.

FINANCIAMENTO DE IMÓVEL 

Ficar inadimplente no financiamento da casa própria pode implicar na perda do bem, já que a maioria dos financiamentos é feita por alienação fiduciária – ou seja, o imóvel é garantia da dívida e o banco pode retomá-lo. Por isso, deve ser uma das primeiras dívidas a ser paga pelo consumidor.

FINANCIAMENTO DE CARRO

O financiamento de veículo funciona de forma semelhante ao do imóvel. No entanto, se o consumidor não consegue pagar pelas parcelas, vendê-lo pode ser uma boa opção.

PAGAMENTO

CONTA DE ÁGUA E DE LUZ

Serviços como fornecimento de energia e de água são básicos e o não pagamento das contas pode implicar no corte deles. Por isso, é importante dar prioridade no pagamento de dívidas como essas.

COTA DE CONDOMÍNIO

Não pagar a taxa de condomínio pode levar à perda do imóvel e de outro bens. Em geral, condomínios entram na Justiça após um atraso no pagamento superior a três meses. No entanto, o débito permite acordos e negociações, inclusive judicialmente.

IPTU

O imposto funciona de forma semelhante ao condomínio: não pagá-lo pode gerar uma ação de cobrança da prefeitura, que pode culminar na perda do imóvel. Até acontecer o leilão, o devedor ainda tem a chance de pagar a dívida e ficar com o imóvel.

ALUGUEL 

Ficar devendo aluguel poderá levar o inquilino a ser despejado do local e continuar com o débito. Mas o maior prejudicado em caso de atraso no pagamento do aluguel é, na verdade, o fiador,

que pode ter bens penhorados.

CONTAS NÃO ESSENCIAIS 

Conta de celular, TV a cabo e internet são serviços importantes, mas não essenciais. Portanto, se não for possível pagá-los, é preciso cortar. O impacto de não pagar essas contas é a suspensão dos serviços, mas nesse caso os juros são menores que os do cartão.

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FONTES: Arquivo e pesquisa A GAZETA

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