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Idosos do Espírito Santo têm a maior expectativa de vida do país

Idosos do Espírito Santo têm a maior expectativa de vida do país

Qualidade de vida e avanços na medicina contribuem para que capixaba viva mais

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 23:46

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Maria Aparecida quer curtir a vida fazendo viagens. (Fernando Madeira)

Os idosos do Espírito Santo são os que têm a maior expectativa de vida do país, segundo os dados da Tábua de Mortalidade de 2017 divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números mostram que pessoas de 65 anos podem esperar viver, em média, mais 20,3 anos. Se considerado o gênero, as mulheres são as que vão chegar mais longe: cálculos mostram que elas devem alcançar 22 anos a mais, vivendo até aos 87 anos.

“Ao chegar aos 65 anos, a pessoa não tem mais os riscos de morte associados às idades mais jovens, como por violência ou acidente de carro, por exemplo”, explica o demógrafo do IBGE, Marcio Nitsuo.

Ele explica que a expectativa de vida dos idosos vem aumentando em função de melhorias na qualidade de vida de um modo geral e também devido aos avanços da medicina. “A cada ano que passa, há tratamentos novos e aqueles que já existiam ficam mais acessíveis à população. Hoje há mais pessoas tomando remédio para controlar a pressão e o diabetes, por exemplo. E isso contribui para que elas tenham uma sobrevida maior”, afirma.

A aposentada Maria Aparecida dos Santos e Silva, de 64 anos, adorou saber que a expectativa é de vida longa. “Ainda quero viajar muito. Eu e meu marido gostamos muito de praia e queremos visitar mais algumas no Brasil. Queremos também ir ao Uruguai e voltar a Itália e Portugal, que foram países que nós adoramos”, conta.

Para os próximos 20 anos, ela espera ainda continuar fazendo atividades físicas, bordado e acompanhar o crescimento dos dois netos. “Gosto de curtir o desenvolvimento deles, curto tudo que eles fazem”, conta.

Conectada, Aparecida atribui à internet parte do desenvolvimento dos idosos de hoje em dia. “Ajudou as pessoas a verem que há um mundo fora de casa, a ver o que tem de novo, exercitar a curiosidade e isso faz as pessoas viverem melhor”, avalia.

DESAFIO

Os números do IBGE mostram ainda que duas em cada três pessoas com 60 anos atualmente vão provavelmente passar dos 80 anos. Em 1980, esse número era de um a cada três. “A quantidade de pessoas adultas hoje no Brasil é muito grande e uma parte grande delas deve se tornar idosas. É um grupo de pessoas com demandas bastante específicas com relação à saúde, lazer e até equipamentos urbanos. Tudo isso deve ser pensado, e o Brasil tem um tempo curto para se adaptar”, afirma o demógrafo do IBGE.

Segundo o especialista, a mudança do perfil demográfico do país aconteceu muito rapidamente, ou seja, deixamos de ser um país de jovens para nos tornarmos um país de velhos em pouco tempo. “Temos que aproveitar esse período porque há um desafio grande pela frente. Senão teremos um futuro próximo que não será tão favorável quanto o dos países desenvolvidos, que fizeram essa transição de forma mais lenta”, explica.

CAPIXABAS VIVEM EM MÉDIA ATÉ OS 78 ANOS

Maria Valentina e Matheus: expectativa de viver mais. (Carlos Alberto Silva | GZ)

Uma pessoa nascida no Espírito Santo em 2017 pode esperar viver, em média, até os 78,5 anos, segunda maior expectativa de vida do país. A primeira maior foi a dos bebês de Santa Catarina, 79,4 anos, e a menor do Maranhão, 70,9 anos. As informações são da Tábua de Mortalidade do IBGE.

No Estado, a esperança de vida ao nascer para as mulheres é de 82,5 anos e para os homens é de 74,6 anos. Isso significa que uma recém-nascida no Espírito Santo pode esperar viver em média 7,9 anos a mais que um recém-nascido do sexo masculino.

A geriatra Waleska Binda Wruck afirma que a alta expectativa de vida é resultado da evolução técnico-científica e um maior acesso da população aos serviços médicos. Segundo ela, os pais já podem começar a ensinar aos filhos, desde pequenos, como ter hábitos que vão auxiliá-los a chegar com saúde à velhice.

“Durante a infância é importantíssima a prática de exercícios físicos para evitar o sedentarismo infantil. Também é preciso ter uma boa alimentação, evitar produtos industrializados, por exemplo”, afirma.

Essa é a filosofia adotada por Stephanie Martins, 30 anos. Ela é mãe do Matheus, que nasceu em setembro de 2017. “Eu espero que ele cresça forte e saudável. Já cuido da alimentação e vou incentivar para que ele faça exercícios físicos e não tenha vícios”, afirma, acrescentando que também planeja investir bastante na educação da criança.

Segundo a médica, incentivar a cognição é muito importante para que a pessoa envelheça bem. “É preciso incentivar a cognição. Façam com que as crianças estudem o máximo para que, com o envelhecimento, elas sejam pessoas que tenham a percepção de controle da saúde”, afirma.

O Vinícius Ramos, de 30 anos, pai da Maria Valentina, espera que a menina chegue longe nos estudos. “Queremos que ela cresça em um meio saudável, que se forme na faculdade e que seja uma menina estudada”, relatou.

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