> >
Rodando em capacidade máxima, fábrica planeja novas contratações no ES

Rodando em capacidade máxima, fábrica planeja novas contratações no ES

Unidade em Vila Velha já está produzindo para a Páscoa e projeta investimentos para 2019

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 19:50

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Fábrica de chocolates da Garoto. (Amanda Monteiro)

Se tem um segmento que não viu crise nos últimos tempos é a indústria de chocolates, setor que vem crescendo 7% ao ano no país segundo estimativas de mercado. No Espírito Santo, que é um dos maiores produtores e exportadores do produto em todo Brasil, investimentos e novos empregos já estão sendo ensaiados para o próximo ano.

Com fábrica em Vila Velha, a Garoto está operando em capacidade máxima na expectativa para a próxima Páscoa. Desde agosto, quando começa o planejamento para a data, a empresa já está reforçando as contratações temporárias e novas vagas devem ser abertas nos próximos meses. Números e funções não foram divulgados.

“Aqui no Espírito Santo nós produzimos cerca de 40% do mercado brasileiro de ovos de Páscoa. Produzimos aqui todos os ovos da Garoto e praticamente todos da Nestlé. Como a produção é muito grande, nossa operação de Páscoa precisa ser full (capacidade máxima) a partir de agosto. E desde então começamos a contratar de forma escalonada. Agora a maioria das contratações já foram feitas, mas até abril deve ter mais, e muitas dessas pessoas temporárias acabam ficando”, afirmou o vice-presidente de Chocolates da Nestlé-Garoto, Liberato Milo.

Em Vila Velha, Milo afirmou que a empresa tem conseguido bons resultados apesar da crise. “Mesmo em momentos difíceis, conseguimos crescer nossa participação no mercado e, no geral, acima da média. Isso em função do espírito capixaba, mas também porque o mercado de chocolate cresceu em valor. Sofisticamos e melhoramos as ofertas e essa renovação tem sido o segredo”.

INVESTIMENTOS

Para 2019, quando completará 90 anos, a Garoto planeja novidades e investimentos. Sem detalhar cifras, Milo explicou que o grupo já trabalha novos produtos e tecnologias em “linhas e processos de produção milionários”, como na produção dos chamados chocolates tricamadas. Entre os estreantes no mercado, estão quatro novas versões de 'Talento' e os bombons 'Eclipse' e 'Luar'.

“No próximo ano nós vamos investir muito. Estamos olhando atentamente o mercado de orgânicos, “better for you”, “free from”, etc., já que o Brasil tem cacau de primeira linha, vamos levá-lo para esse segmento para os nossos 90 anos. Também podemos ter umas inovações pontuais para o Halloween, que pouco a pouco vem crescendo. E depois estamos pensando em entrar com produtos de valor agregado, dando destaque a sabores que só o Brasil tem, como açaí, frutas amazônicas, por aí”, adiantou. Hoje, a Garoto exporta para mais de 35 países e possui quase 2 mil funcionários no Espírito Santo.

O vice-presidente esteve na unidade de Vila Velha nesta terça-feira (27) para reinaugurar a loja da fábrica, que passou por reformas, e relançar o programa de visitas “Chocotour”, que foi ampliado a outras linhas de produção do complexo fabril. Por ano, a unidade recebe cerca de 600 mil visitantes. Na ocasião, também foi lançada a edição de 30 anos da corrida Dez Milhas, que acontecerá em 2019.

PROCESSO DE VENDA

Sobre o processo de aprovação da compra da Garoto pela Nestlé, que se arrasta desde 2002 no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Liberato Milo disse que, desde então, o “mercado mudou muito” e que o “tempo resolveu o problema” com a entrada de outras marcas, sendo assim não há ausência de competição e “o caso não existe mais”.

“O caso está sub judice (em análise). Isso significa que compramos as operações 16 anos atrás e que a dona da Garoto é a Nestlé. E o mercado brasileiro nesse tempo revolucionou muito, e as premissas que tínhamos 16 atrás perderam a razão de ser. O caso esvaziou, evidentemente, porque o mercado caminhou. Hoje tem boutiques de chocolates, como a Cacau Show; novos jogadores de chocolate no Brasil, como a Amma; e mais concorrentes, por exemplo, a Ferrero. Todos eles hoje competem no Brasil. Com isso, o caso, de 16 anos atrás, não existe mais”, ressaltou.

Para o vice-presidente, a solução para o imbróglio não depende da Nestlé. “Como cidadãos responsáveis, colaboramos com o ente regulador para a encontrar a melhor solução para Garoto, para Vila Velha e para o Espírito Santo. Deixamos isso claro porque temos uma responsabilidade social que não podemos brincar com ela. Tem que encontrar alguma solução, mas isso não tem que vir de nós. O tempo solucionou o problema”.

VENDA DO SERENATA

Bombons Serenata de Amor. (Geraldo Campos Jr)

Em 2016, foi fechado um acordo entre a Nestlé e o Cade para a venda de um pacote com 10 marcas - entre elas Serenata de Amor, Chokito, Lollo e Sensação - para um concorrente médio ou pequeno. O prazo para a operação venceu em junho deste ano e a multinacional não fez o desinvestimento.

Em entrevista para A GAZETA na semana passada, o presidente da Nestlé do Brasil, Marcelo Melchior, disse que “tentamos fazer a venda, mas não conseguimos”. Ele, no entanto, não havia dito se a multinacional pleiteava mais prazo ou não.

Este vídeo pode te interessar

Nesta terça, Milo disse que nenhum pedido desse tipo foi feito. “A Nestlé não está pedindo nada. Eu nunca confirmei nenhuma venda de nenhuma marca. A Nestlé é dona da companhia e nós vamos operar a Garoto de uma forma responsável, como estamos fazendo: investimentos, criando postos de trabalho, lançando produtos novos, e ganhando participação de mercado. Nós compramos a Garoto porque era o símbolo do melhor que tinha no Brasil, e continuamos a prezar por isso”.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais