A Petrobras vai investir nos próximos cinco anos aproximadamente R$ 16 bilhões no Espírito Santo. O valor estimado dentro do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2019-2023 é R$ 6 bilhões a mais do que era previsto no documento anterior. Um dos motivos da alta é a expansão das atividades exploratórias no Estado, segundo a petroleira. As informações foram obtidas com exclusividade pelo Gazeta Online por meio da Lei de Acesso à Informação.
No momento, a companhia tem 13 blocos exploratórios no Espírito Santo, sendo dez no mar e três em terra. Essas novas atuações poderão levar à descoberta de uma nova província petrolífera, o que deve reacender o setor que foi tão prejudicado pela recessão econômica e pela crise financeira vivida pela estatal.
Em seu planejamento estratégico, a Petrobras vai direcionar, ao todo, R$ 42 bilhões, dos R$ 322 bilhões que aplicará no país, para identificar novas áreas viáveis técnica e financeiramente.
No Estado, um dos possíveis alvos da estatal é a perfuração do prospecto Monai, no bloco ES-M-669, localizado no Litoral Norte, que será fundamental para avaliar o potencial da Bacia do Espírito Santo.
Desde setembro de 2017, não há registros de indícios de hidrocabornetos no Estado. A Petrobras, no mar, tem atividades de exploração tanto em águas rasas como profundas. Alguns serviços são realizados em parceria com a norueguesa Equinor, antiga Statoil.
Para o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, novas descobertas de óleo terão como consequências a atração de mais investimentos para o desenvolvimento da produção, com a contratação de plataformas e compra de equipamentos submarinos.
INTEGRADO PARQUE DAS BALEIAS
Do total de R$ 323,78 bilhões que a Petrobras vai investir em cinco anos no país, R$ 171,33 bilhões será no desenvolvimento da produção no pré e pós-sal. No Estado, cerca de R$ 5,6 bilhões serão destinados ao projeto Integrado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. A proposta prevê a instalação de um novo sistema de produção de petróleo e gás no pré-sal, com a chegada de mais um navio-plataforma ao Litoral Sul.
O empreendimento, que deve produzir 100 mil barris de óleo e 5 milhões de metros cúbicos de gás, abrirá oportunidades para a cadeia de fornecedores do Estado, principalmente para empresas como o Estaleiro Jurong e Imetame.
Segundo o coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, da Findes, Durval Vieira, as empresas poderão fornecer módulos, por exemplo, para a embarcação. Ele acrescenta que ainda haverá oportunidades para empresas locais, como Flexbras, Prysmia, TSA e Shawcor, que fabricam cabos umbilicais, tubos flexíveis, dutos de aço sem costura e atuam no revestimento das tubulações.
A princípio, a Petrobras previa iniciar a operação da FPSO, que será afretada pela companhia, em 2021, mas, no novo PNG, a estatal postergou para 2022. A petroleira explicou que a mudança no prazo foi necessária para que todas as condições para o investimento sejam atendidas antes da aprovação definitiva do projeto.
O Integrado Parque das Baleias vai interligar 25 poços, entre novos e outros em operação, que vão produzir tanto para o novo navio plataforma quanto para outras estruturas existentes na região, como a P-58, a P-57 e os FPSOs Cidade de Anchieta e Capixaba.
Vieira acrescenta que a transferência de ativos para a gestão da unidade capixaba da Petrobras é outro fator que abrirá chances de negócios para empresas locais.
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