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Produtos do ES que são medalha de ouro

Produtos do ES que são medalha de ouro

Itens conquistaram olhares e paladares em concursos

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 00:14

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O agronegócio do Estado tem colecionado troféus. Além de ser fonte de renda para muitas famílias, os produtos cultivados ou fabricados em solo capixaba têm levado o nome do Espírito Santo para o alto do pódio.

Neste ano, um queijo produzido em São José do Alto Viçosa, interior de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Estado, conquistou o paladar de jurados de todo o país e foi eleito o mais saboroso do Brasil.

A aparência da casca, o aroma, o sabor e a textura fizeram com que o Robiola Yogurt, como foi chamado, fosse destaque no IV Prêmio Queijo Brasil, considerado o maior concurso nacional do gênero, recebendo a medalha de ouro.

A peça desse queijo pesa cerca de 200 gramas e ganhou de 500 queijos artesanais de todo o país. Foram dois anos de desenvolvimento para que o queijeiro Amadeo Mazzocco, 30 anos, chegasse à receita campeã.

“Esse queijo foi uma invenção minha. No meio do preparo da massa acrescento na receita o iogurte que fazemos aqui. Isso deixa ele mais cremoso”, revela.

As técnicas empregadas no laticínio de Amadeo são fruto dos estudos fora do país. “Fiz curso com um dos maiores queijeiros da Itália, minha terra natal. Aprendi que para produzir um bom produto também tenho que valorizar a minha matéria-prima, o leite”, comenta.

DESTAQUE

Para ter um bom leite ou carne é preciso ter um gado de qualidade e o Estado é campeão nesta categoria. Um conjunto de fazendas capixaba detém o título de melhor criador de rebanho Nelore do Brasil.

“Neste ano, recebemos a medalha de ouro dessa categoria na Copa do Atlântico, que é um circuito interestadual entre Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo”, conta o diretor de Pecuária do Nelore Heringer, Victor Miranda.

Atualmente as fazendas da empresa possuem cerca de 4 mil matrizes, animais usados para realizar variação genética. O trabalho que desenvolvem lá é referência para todo o Brasil. “Começamos a melhorar a genética do gado no início dos anos 2000, de lá para cá foram inúmeros prêmios”, conta.

ÀS MARGENS DO RIO

De norte a sul do Estado tem agronegócio premiado. Uma cachaça produzida às margens do Rio Doce, em Linhares, ganhou projeção nacional depois de vencer o 3º Ranking da Cúpula da Cachaça, em janeiro. A bebida chamada Aquarela disputou com outros 1,2 mil destilados de todo o país.

“É uma cachaça branca de baixa acidez, frutada, extremamente complexa e curtida no barril de jequitibá rosa, o que faz com que tenha um sabor único”, descreve Adão Cellia proprietário do Alambique Princesa Isabel.

Para a cachaça ficar no ponto de consumo, ela precisa curtir por três anos. “Cada parte do processo para confeccionar nossa cachaça é planejada. Nós plantamos matéria-prima, a cana-de-açúcar, e cuidamos para que ela cresça em uma terra boa. Usamos repelentes naturais para evitar o surgimento de pragas, o que também diferencia o sabor do que produzimos. Por ano conseguimos produzir 30 mil litros de cachaça.”

PRÊMIOS VALORIZAM ITENS E ESTIMULAM AS VENDAS

A procura por produtos capixabas premiados está crescendo tanto no campo quanto na cidade. Devido ao aumento da demanda, depois das premiações, há quem tenha ficado sem produto no estoques e aqueles que viram a produção ter uma valorização crescente.

“Depois que o nosso café especial foi premiado como o melhor do Brasil a procura por ele aumentou muito. Antes vendíamos a saca de 60 quilos, em média, a R$ 250. Agora, os compradores pagam até R$ 1,5 mil”, conta Afonso Abreu de Lacerda, 46 anos, produtor rural da região de Forquilha do Rio, no município de Dores do Rio Preto, no Caparaó.

Cerveja criada por capixabas conquistou premiação. (Cervejaria Hood/Divulgação)

A família de Afonso produz café há quatro gerações, mas o reconhecimento nacional só começou em 2016. “Naquele ano ganhamos pela primeira vez o Coffee Of The Year Brasil na categoria arábica. O prêmio é considerado a copa dos cafés. E, neste ano, conseguimos ter o melhor arábica do Brasil novamente”, comemora.

Segundo Afonso, os concursos também funcionam como uma vitrine de exposição para o produtor, que consegue fazer contato com pessoas de vários países. “Nos concursos também há leilões dos lotes de cafés que são premiados. Em um deles, uma saca produzida aqui na roça chegou a ser comprada por R$ 4.250”, conta.

De acordo com o coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Ufes, Cláudio Rabelo, prêmios e títulos de reconhecimento consolidam o trabalho das marcas (produtos), fazendo com que elas se destaquem e se diferenciem da concorrência, mas também “elevam a autoestima dos acionistas, funcionários, colaboradores, parceiros e clientes de uma empresa, além da comunidade que envolve o ecossistema da marca, como é o caso da propriedade do interior”.

No caso do Afonso, os prêmios fizeram com que agricultores do seu entorno seguissem seu exemplo e começassem a produzir cafés especiais e a competir. “Quando o produto é valorizado, ele anima a ficar no campo. O caminho dos cafés especiais é sem volta. Você entra nele e só vai para a frente. Quando ganhamos algum prêmio, ele não valoriza apenas a nossa produção, mas também toda a região”, conclui.

ESGOTADA

Na lista de itens do Estado com reconhecimento nacional ainda há duas receitas de cerveja artesanal de Vitória: Mordida do Tyson e a Mapa (Mosaic American Pale Ale), ambas premiadas neste ano.

A Tyson foi a terceira cerveja preferida pelo público durante o MBeer Contest Público, um evento que reúne cervejeiros de todo o Brasil. “Ela é uma double IPA com muito aroma, sabor tropical e refrescante. Uma cerveja forte e clara, com teor alcoólico de 8,2%”, descreve Léo Figueiredo Bortolini, sócio da Cervejaria Hood, criadora das bebidas.

Já a Mapa foi eleita a melhor cerveja da Copa da Cerveja Poa, maior festival nacional da bebida. “Logo quando ganhamos os prêmios muitos bares de Vitória ligaram para nós pedindo pelas cervejas premiadas. Com isso, vendemos todo o estoque muito rapidamente. Depois, quando chegou um carregamento com mais 600 litros, o volume acabou em uma semana”, lembra.

Apesar da receita ser capixaba, a produção da cerveja é feita no Rio de Janeiro. Hoje, além de abastecer o mercado da Grande Vitória, a bebida também é comercializada no Rio de Janeiro. “Estamos buscando parcerias para expandir para o mercado de São Paulo. Nós corremos atrás disso, tentamos fazer produtos diferenciados para nos destacarmos não só pela marca em si, mas também pela qualidade”, revela.

OS PREMIADOS

3º Ranking da Cúpula da Cachaça

1º lugar

Cachaça Princesa Isabel Aquarela, fabricada em Linhares pelo Alambique Princesa Isabel, do produtor Adão Célia. Ela disputou com 1,2 mil cachaças de todo o país.

IV Prêmio Queijo Brasil

1º lugar

O queijo Robiola Yogurt produzido pela Orolatte Queijos Artesanais concorreu com 500 queijos artesanais de todo o país.

Copa do Atlântico

Medalha de ouro

A Nelore Heringer foi premiada neste ano como o Melhor Criador da Copa do Atlântico, circuito interestadual (RJ, BA e ES).

Coffee Of The Year Brasil 2018

1º lugar arábica

O Café Forquilha do Rio, do agricultor Afonso Abreu de Lacerda, em Dores do Rio Preto, no Caparaó, disputou o pódio com mais de 400 cafés.

2º lugar arábica

Ficou com o Café Cordilheiras, colhido na Região do Caparaó, em Iúna, e produzido por Deneval Miranda Vieira.

1º lugar conilon

Os Grãos de Ouro, de Luiz Claudio de Souza, tem produção em Muqui e ficou em primeiro lugar.

2º lugar conilon

Ficou com o Café Fazenda Venturim, produzido por Lucas Henrique Caser Venturim, em São Domingos do Norte.

3º lugar conilon

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O Café Fazenda Venturim, de Francisco Giovanni Caser Venturim, colhido em São Domingos do Norte, ficou em terceiro lugar.

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