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Barragem fechada em MG pode afetar exportação no Porto de Tubarão

Barragem fechada em MG pode afetar exportação no Porto de Tubarão

Há previsão de queda no volume de minério que passa pelo terminal capixaba, mas produção de pelotas no Estado não deve ser impactada

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 01:48

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( Arquivo)

Decisão da Justiça Estadual de Minas Gerais obriga a Vale a suspender o depósito de rejeitos em barragens ligadas à mina de Brucutu, a maior da mineradora naquele Estado. A planta produz cerca de 30 milhões de toneladas de ferro por ano e está no Sistema Sudeste, um dos responsáveis por abastecer as usinas de pelotização de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo.

Fontes ligadas ao setor afirmam que a determinação deve afetar as atividades portuárias, reduzindo o volume de minério de ferro que é exportado pelo terminal capixaba. Porém não deve ter impacto na produção de pelotas, a principal atividade da companhia no Estado.

Apesar de a medida e a desativação de dez barragens reduzirem em 70 milhões de toneladas a produção de minério pela companhia, restarão 40 milhões de toneladas que poderão ser destinados para a pelotização, de acordo com analistas do setor de mineração.

A ordem judicial é fruto de ação civil pública movida pelo Ministério Público de Minas Gerais. Em comunicado, a Vale disse que a empresa foi proibida de praticar qualquer atividade potencialmente capaz de aumentar os riscos das barragens.

A mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo, integra o Complexo de Minas Centrais. No local, parte da produção é úmida, com a formação de lama, semelhante a que atingiu Brumadinho. Uma pequena fatia é resultado de processo a seco, atividade que poderá ser mantida pela empresa.

Segundo a Vale, entre as barragens atingidas pela ordem judicial – três unidades a montante, Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III – já estavam no plano de descomissionamento. As demais estruturas (Menezes II, Captação do Mato, Dique B, Taqueas), de acordo com a companhia, são convencionais. Têm propósito exclusivo de contenção de sedimentos e não de disposição de rejeitos, à exceção da barragem de Laranjeiras.

JUSTIFICATIVA

 

Em nota, a mineradora disse que as barragens estão devidamente licenciadas e têm seus respectivos atestados de estabilidade vigentes. “A Vale entende, assim, que não existe fundamento técnico ou avaliação de risco que justifique uma decisão para suspender a operação de qualquer dessas barragens.” A empresa disse que vai recorrer da decisão.

Para especialistas do setor, a decisão pode ter sido tomada de forma emocional, sendo algo possível de se reverter nos tribunais superiores.

Um dos motivos é que as barragens ativas dessa mina não estão entre as que apresentam o maior risco de rompimento e por isso não fizeram parte do anúncio de descomissionamento da semana passada.

A ação contra a Vale corre na 22ª Vara Cível de Belo Horizonte. A Justiça Estadual e o Ministério Público de Minas foram procurados, mas não deram detalhes já que o processo que corre em sigilo.

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Diante do quadro, as ações da mineradora na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, encerram o dia de ontem em queda, com desvalorização de 3,9%. (Com agências)

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