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Bolsonaro entrega proposta de reforma da Previdência ao Congresso

Bolsonaro entrega proposta de reforma da Previdência ao Congresso

Texto prevê aumento da idade mínima para aposentadoria em 65 anos para homens e 62 para mulheres

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 12:44

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O presidente Jair Bolsonaro chegou ao Congresso acompanhado de aliados para entregar proposta de reforma da Previdência. (Reprodução/TV Câmara)

Considerada crucial para seu governo, o presidente Jair Bolsonaro entregou pessoalmente ao Congresso Nacional a proposta da reforma da Previdência nesta quarta-feira (20).

Bolsonaro foi recebido pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O texto, que prevê aumento da idade mínima para aposentadoria em 65 anos para homens e 62 para mulheres, é a principal proposta que o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresenta ao Poder Legislativo.

A equipe econômica elaborou um projeto para endurecer as regras de aposentadorias, reduzir os gastos e chegar a uma economia de aproximadamente R$ 1 trilhão em 10 anos.

TRANSIÇÃO

Com o aval de Bolsonaro, a reforma da Previdência prevê uma transição mais curta que o projeto do ex-presidente Michel Temer.

A transição, período para se chegar à idade mínima proposta, será de 12 anos, segundo já informou o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. No texto de Temer, esse tempo era de 20 anos.

Os demais pontos da reforma serão anunciados oficialmente por técnicos do governo ainda nesta quarta-feira (20).

O governo também já informou que a medida irá afetas todos os setores, inclusive servidores públicos e políticos.

Enquanto finalizava a formulação da reforma da Previdência, a equipe econômica fez um diagnóstico sobre falhas cometidas durante a tramitação da proposta de Temer.

O time de Guedes, então, traçou uma estratégia para tentar neutralizar críticas ao texto. Por isso, já enviou uma medida provisória para combater fraudes no INSS.

Além disso, o Ministério da Economia procurou não poupar nenhum segmento na proposta de endurecimento de regras para se aposentar, para passar a mensagem de que não há privilegiados.

Outra linha da estratégia é apresentar medidas para aprimorar a recuperação de dívidas com o INSS.

CRISE

A proposta de Bolsonaro e Guedes chega à Câmara, por onde começam a tramitar projetos de iniciativa do Executivo, em meio a dificuldades na base aliada de Bolsonaro.

Nesta terça-feira (19), o governo sofreu sua primeira derrota na agenda legislativa, quando deputados aprovaram um projeto para derrubar um decreto com mudanças na Lei de Acesso à Informação (LAI). O tema ainda será analisado pelo Senado.

Ameaçado de rebelião de parlamentares, o governo se viu obrigado a convidar os líderes partidários para a apresentação que fará da reforma para os governadores, nesta quarta. Antes, eles só seriam apresentados ao texto na quinta (21).

Os líderes reclamam de falta de interlocução com o governo e criticam a estratégia de priorizar os governadores na negociação da reforma.

Soma-se a esse cenário a crise de candidaturas de laranjas do PSL, caso revelado pelo jornal "Folha de S. Paulo" e que levou à demissão de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência, primeira baixa do governo.

Com a saída do ministro, o Palácio do Planalto fica sem interlocutor do primeiro escalão na Câmara. O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem divergências com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa passar por duas votações em cada Casa e com apoio de três quintos dos parlamentares. Ou seja, 308 deputados, por exemplo.

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