Os empresários do Espírito Santo estão divididos com o pedido dos trabalhadores para que os supermercados fechem aos domingos. De acordo com a Federação do Comércio (Fecomércio), não há a possibilidade de uma nova negociação para modificar o que ficou definido na atual Convenção Coletiva de Trabalhado (CCT), que vai se encerrar apenas em 31 de outubro. Porém, a Associação Capixaba de Supermercados (ACaps) pondera que alguns supermercadistas estão tendo prejuízos com o funcionamento.
Atualmente, a abertura neste dia é facultativa. Mas o Sindicato dos Comerciários (Sindicomerciários) quer que ela volte a ser proibida. Para isso, nesta segunda-feira (25), eles enviaram à Fecomércio uma carta pedindo uma reunião em caráter de urgência para a próxima quarta-feira (27), às 10 horas, na sede da Fecomércio, em Vitória, conforme a informação publicada, em primeira mão, pelo Colunista Leonel Ximenes no Gazeta Online.
De acordo com o presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, seria um contrassenso voltar a dialogar agora, ainda no início da CCT, e tentarem uma revisão. A possibilidade é zero para que voltemos atrás do nosso acordo. Nós temos uma convenção coletiva em vigor que vamos respeitar até o seu encerramento, no dia 31 de outubro. Podemos conversar, mas esse assunto está já foi encerrado, afirma.
No ano passado, a negociação da CCT 2018/2019 durou quase um mês. O processo só foi
, sendo que a convenção anterior havia se encerrado em 31 de outubro. Um dos pontos para que conseguíssemos fechar a convenção era que a abertura dos supermercados fosse facultativa, lembra Sepulcri.
Já o presidente da Acaps, João Falqueto, aponta que o setor está se mobilizando para ver qual será sua posição, mas que uma possível mudança da CCT só deve acontecer na próxima convenção. "Dificilmente vai se mexer nessa cláusula. A tendência é que a abertura fique facultativa mesmo. Essa mudança no meio de uma CCT seria algo inédito. O mais próximo que tivemos disso foi no ano passado, quando fizemos uma aditivo para abrir no 7 de setembro", comenta.
Ainda segundo Falqueto, o número de lojas abertas tem reduzido. "Os lojistas estão vendo as lojas se esvaziando e vem gerando uma insegurança neles com relação a abertura. Ao mesmo tempo em que o custo para mantê-las abertas aumenta", conta.
Como a Acaps é uma associação, ela é representada pela Federação do Comércio durante as negociações com o Sindicomérciários.
PROPOSTA
A proposta de revisão da convenção em vigor teve a assinatura de mais de 13,9 mil trabalhadores do setor. Segundo o documento assinado pelo presidente do Sindicomerciários, Rodrigo Oliveira Rocha, o debate não foi o suficiente para esgotarem o tema do trabalho nos dias de domingo para os empregados de supermercados.
A norma que o regulamentava fora suprimida pela CCT, causando grandes frustrações para os empregados que já vinham ao longo de mais de dez anos utilizando este valoroso dia para o descanso e convívio em família, aponta a carta.
Ainda, segundo o documento, os empregados estão insatisfeitos por terem sido privados do descanso e tendo vários direitos infringidos. Ela apresenta relatos dos trabalhadores sobre a falta de folga semanal, em que os empregados trabalhariam por até 14 dias seguidos; folgas dadas em feriados; e funcionamento das lojas até às 22 horas aos domingos.
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