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ES tem a 2ª maior redução do número de desempregados do país

ES tem a 2ª maior redução do número de desempregados do país

No quarto trimestre de 2018, Estado registrou 219 mil pessoas desempregadas. Mulheres são a maioria entre os sem emprego

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 15:13

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(Fábio Vicentini | Arquivo)

O mercado de trabalho capixaba começou a se recuperar da grave crise que viveu nos últimos anos. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados ontem pelo IBGE mostram que o Estado foi o segundo que mais teve queda da taxa de desemprego no ano passado.

A taxa de desocupação média do Espírito Santo em 2018 foi de 11,5%, uma redução de 1.6 pontos percentuais em relação ao índice de 2017, que foi de 13,1%. A queda no percentual de desempregados no Estado só foi menor do que a registrada no Amazonas, de 1.8 pontos percentuais.

Já no último trimestre do ano passado, a taxa foi ainda menor, fechando em 10,2%, menor índice desde a virada de 2015 para 2016. Só entre o primeiro e o último trimestre de 2018, o número de desempregados no Estado caiu em 45 mil, segundo o IBGE, indo de 264 mil para 219 mil pessoas no final do ano.


Segundo o economista e coordenador geral da faculdade Pio XII, Marcelo Loyola, os números apontam para uma melhora da economia brasileira e capixaba. “Geração de emprego é sinal de economia se fortalecendo e retomando seus trilhos. É um dos pontos sinalizadores de que nós estamos em período de retomada, algo tão esperado depois de quatro anos de crise e estagnação. É bastante positivo.”

Cenário

Apesar da queda, o número ainda é alto segundo especialistas. Em todo Brasil, são 12,1 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho.

Entre essas está a estudante de design Liliana Martinelli, de 21 anos, desempregada desde 2015, quando saiu do primeiro trabalho. Ela tem buscado por vagas em todas as áreas e até mesmo buscado capacitação para se inserir no mercado novamente. Mas ainda assim, não conseguiu nenhum retorno positivo.

Ela, no entanto, mantém a expectativa e a confiança para conseguir um emprego. “Ainda busco estágios na minha área de atuação, que é bem extensa. Tenho bastante expectativa porque preciso de um emprego dentro da minha área, tanto pra ter minha independência financeira, quanto para ajudar em casa”, disse.

A insistência de Liliana, porém, não se dá com outras pessoas na mesma situação. De acordo com o IBGE, cerca de 39 mil capixabas disseram estar desalentados, ou seja, desanimados em relação à procura de empregos, número que aumentou 5% no ano passado.

Tempo

Outro dado que ainda é ruim é o de tempo procurando um trabalho. Dos 219 mil desempregados ao final do ano passado, 81 mil estão sem emprego há mais de um ano (365 do total). Desses, 48 mil há mais de anos.

Apesar da melhora nos índices gerais, o economista Ricardo Paixão ressalta que os números ainda não são bastam. “Esse desempenho ainda não é suficiente para recuperar as perdas neste longo período de crise econômica que vivenciamos”, pontuou.

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Paixão ressaltou ainda os números altos de trabalhadores na informalidade: dos 932 mil empregados no setor privado no Estado, 255 mil não possuem carteira assinada. Já trabalhadores por conta própria são 479 mil e empregados domésticos 130 mil. “As pessoas têm encontrado dificuldade de conseguir vagas com carteira assinada e vão buscar oportunidades na informalidade, que deveria ser um período passageiro, mas se torna renda principal de muitas famílias. Isso acaba por mascarar os dados do mercado de trabalho, já que a maioria das vagas criadas são para empregos precários”, disse.

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