> >
Brasil e México confirmam acordo de livre-comércio de veículos

Brasil e México confirmam acordo de livre-comércio de veículos

Acordo substitui o regime até então vigente entre os países, com cotas máximas de exportação e importação; mudança só deve ter impacto sobre o mercado quando a atividade econômica acelerar

Publicado em 18 de março de 2019 às 22:45

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Entre março de 2018 e março de 2019, a cota foi de US$ 1,704 bilhão para cada país. (Marcio Fernandes/Estadão)

Brasil e México assinaram nesta segunda-feira (18), um acordo que garante o livre-comércio automotivo entre os países. A informação foi confirmada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No governo, fontes do ministério da Economia também confirmaram a medida, segundo apuração do Estadão/Broadcast.

A informação já circulava na tarde desta segunda-feira (18), antes da comunicação oficial à Anfavea, que preferia manter um sistema de cotas entre os países, alegando desvantagens competitivas do Brasil em relação ao México.

O novo regime entre Brasil e México substitui o até então vigente, com prazo para expirar nesta terça-feira (19). Segundo o tratado, renovado pela última vez em 2015, os países se comprometiam com cotas máximas de exportação e importação, que cresciam a cada 12 meses. Nos últimos 12 meses, entre março de 2018 e março de 2019, a cota foi de US$ 1,704 bilhão para cada país.

Atualmente, o volume importado pelo Brasil do México está 14% abaixo do que prevê a cota atual. A mudança no acordo, segundo analistas, só deve ter impacto sobre o mercado quando a atividade econômica acelerar.

VEÍCULOS LEVES

Por enquanto, a mudança para o livre comércio valerá apenas para automóveis e comerciais leves, com a inclusão dos caminhões e ônibus a partir do ano que vem.

O acordo também prevê que, a partir desta terça, o índice de conteúdo regional (peças fabricadas em cada um dos países usadas nos carros) passa a ser de 40%. Hoje, o índice é menor e varia a depender da peça.

PRESSÃO ARGENTINA

Uma outra fonte do ministério da Economia afirma também que o acerto entre os dois países servirá para pressionar a Argentina a aceitar também o livre comércio para o setor automotivo com o Brasil, porque os carros produzidos no México, em geral, são de maior valor agregado, perfil semelhante ao do carro importado da Argentina.

O acordo atual com os argentinos vai até junho de 2020 e prevê que, para cada US$ 1 importado da Argentina em veículos e autopeças, US$ 1,5 pode ser exportado pelo Brasil para lá.

Este vídeo pode te interessar

O Ministério da Economia deve divulgar entre esta segunda e terça-feira uma nota com os detalhes das novas condições do acordo entre Brasil e México. As conversas entre os dois países demoraram para começar porque os dois governos são comandados por presidentes recém-empossados, Jair Bolsonaro, no cargo desde o início de janeiro, e Andrés Manuel López Obrador, empossado no início de dezembro do ano passado.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais