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Concessão do Aeroporto de Vitória: obras deixam disputa mais acirrada

Concessão do Aeroporto de Vitória: obras deixam disputa mais acirrada

Terminal capixaba será leiloado na próxima sexta-feira, dia 15, junto com o sítio aeroportuário de Macaé, no Rio de Janeiro. Os dois foram reformados e ampliados

Publicado em 12 de março de 2019 às 21:27

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(Fernando Madeira)

As recentes reformas nos aeroportos de Vitória, concluídas  no ano passado, e de Macaé, entregues hoje, tendem a deixar a disputa pela concessão dos aeroportos do bloco Sudeste mais acirrada. Na sexta-feira, dia 15, os dois terminais aeroportuários vão ser leiloados juntos, bem como outros 10 aeroportos nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.

De acordo com o professor Amandio Furtado, que administra a disciplina de Gestão Aeroportuária na Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, as reformas dão mais segurança para os investidores. “Você diminui os custos da concessionária e faz com que a estrutura possa ser usada por completo, logo de início, por quem vencer a licitação. Tudo isso é levado em consideração pelas empresas e deve fazer com que a disputa seja mais acirrada”, comentou o professor.

Na avaliação dele, o fato de serem apenas dois aeroportos não desmerece o bloco. "Soube que existem, ao menos, seis empresas interessadas no bloco, o que deve aumentar o valor pago pelos aeroportos de Vitória e Macaé”, disse Furtado. Questionados, o Ministério da Infraestrutura e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), disseram que as informações a respeito das empresas interessadas só poderão ser repassadas no dia do leilão.

Já o professor Francisco Assis de Almeida Junior, do curso de Logística da UVV, acredita que as reformas dos aeroportos serve como um contraponto com relação aos demais terminais que estão indo a leilão.

“O bloco do Nordeste abrange um polo turístico, já tem voos internacionais e tem uma proximidade maior com a África e Europa, o que faz dele um bloco com grande interesse. No Centro-Oeste temos, o que é considerado por muitos, o celeiro do mundo. É um polo de agricultura, onde tem muita circulação de dinheiro, que também chama a atenção de investidores. Já o bloco Sudeste tem como base o petróleo. Mas o petróleo ainda vem se recuperando da crise – não está no mesmo nível que estava há 10 anos. Então as reformas em Vitória e Macaé servem de contraponto nessa balança”, explica.

Independente das obras de melhorias já realizadas pelo governo federal nos dois terminais, a empresa vencedora do leilão terá de investir no mínimo R$ 591,7 milhões nos aeroportos de Vitória e Macaé durante os 30 anos de concessão. 

PREÇO

 O secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, acredita que os aeroportos do bloco Sudeste possam ser vendidos por até três vezes mais do que o que é considerado o valor mínimo para a disputa. Na semana passada, em entrevista à rádio CBN Vitória, Glanzmann disse que o valor a ser pago à vista pode chegar a aproximadamente R$ 140 milhões, contra os R$ 47 milhões definidos como outorga mínima.

Os professores Furtado e Almeida Junior discordam. “Eles estão avaliando a média dos últimos leilões e acreditando que essa média deve continuar. Eu não acredito que chegue a tanto. Imagino que vá ficar entre R$ 94 milhões e os R$ 140 milhões citados pelos secretário”, avalia Furtado. “Não acredito que chegue a R$ 140 milhões até por conta do número de passageiros. Nosso Estado não tem grande destaque nacional, não é polo turístico, então acredito que não chegue a tanto”, completou Almeida Junior.

LEILÃO

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A concessão dos aeroportos vai acontecer na sexta-feira, dia 15, às 10 horas, no prédio da Bovespa, em São Paulo. As empresas vão precisar pagar o valor mínimo de outorga de R$435 milhões, sendo, no mínimo, R$ 47 milhões à vista e o restante, estimado em R$ 388 milhões, dividido em 30 anos . Vão participar do leilão empresas da Alemanha, Suíça, Argentina, Espanha, além de concorrentes do Brasil. A disputa começa com a abertura dos envelopes contendo a oferta das empresas. Havendo empate, a disputa vai para o “viva voz”, com representantes das empresas fazendo as propostas ao vivo. A vencedora vai administrar os aeroportos de Vitória e de Macaé por 30 anos.

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