O leilão do Aeroporto de Vitória, marcado para sexta-feira, dia 15, deve trazer uma série de investimentos para o Estado. No edital, há a previsão para que a empresa vencedora explore comercialmente a área. Além disso, de acordo com o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, diversas empresas já declararam interesse na construção de empreendimentos como hotéis, centro de convenções, hospital, clínicas, entre outros.
A região do Aeroporto de Vitória é muito valorizada do ponto de vista imobiliário. Existem perspectivas de muitas iniciativas para o local. Serão 30 anos de concessão e o vencedor fica responsável por operar integralmente o aeroporto não só o terminal de passageiros, mas todo o sítio aeroportuário, podendo fazer empreendimentos mobiliários, disse o secretário.
Do lado da aviação, existe a possibilidade da instalação de novos hangares, terminais de carga, todas operações comerciais relacionadas aos aviões. E nós temos bastante área para isso, completou Glanzmann.
De acordo com a Infraero, o Plano Diretor do Aeroporto destina um total de 987 mil metros quadrados para empreendimentos comerciais.
Um dos terrenos já está destinado para a empresa francesa Leroy Merlin multinacional de artigos de decoração e material de construção. Segundo uma fonte que participou do processo de negociação para a chegada da empresa, a Leroy Merlin vai ficar instalada no local por 20 anos e fará pagamentos mensais à Infraero, inicialmente, e depois à concessionária que vencer o leilão da próxima semana.
A expectativa é que os contratos dos próximos empreendimentos sejam feitos diretamente com a empresa vencedora do leilão. No entanto, o modelo de negócios deve permanecer o mesmo a concessão por um tempo determinado e com pagamentos mensais à concessionária.
Para o empresário Pedro Zamborlini, diretor do Grupo Mata da Praia/Dacaza, a concessão do aeroporto deve gerar uma dinâmica maior na exploração das áreas que ficam em volta do aeroporto.
Aqui no Brasil, temos exemplos de coisas que, quando vão para a iniciativa privada, tendem a ter uma dinâmica melhor. E acreditamos que também será assim com o aeroporto. É uma área boa e com bons projetos viários no entorno, comenta o empresário.
O consultor imobiliário José Luiz Kfuri destaca que, pelo tamanho e localização das áreas disponíveis para empreendimentos, o valor comercial seria de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
Mesmo levando em consideração as áreas para a construção da infraestrutura dos empreendimentos, ainda assim é um terreno com volume grande para projetos. A empresa vencedora ainda pode fazer estudos, definir algumas regras para utilização e potencializar ainda mais aquela região, comenta Kfuri.
EMPRESAS PODEM PAGAR ATÉ 3 VEZES MAIS POR BLOCO
A empresa que vencer o leilão de concessão do Aeroporto de Vitória pode ter que pagar até três vezes mais do que o que é considerado o valor mínimo para a disputa. O governo determinou que a outorga mínima, com pagamento à vista, é de R$ 47 milhões, preço que pode chegar a cerca de R$ 140 milhões.
Além do aeroporto de Vitória, a empresa vencedora vai administrar o terminal de Macaé (RJ). Juntos, Vitória e Macaé formam o Bloco Sudeste. Ainda no dia 15 vão ser leiloados outros dez aeroportos, divididos em dois blocos: Nordeste e Centro-Oeste.
Não consigo apostar, mas pelo que a gente tem conversado com os operadores, o Bloco Sudeste desperta bastante interesse dos operadores internacionais. Tenho certeza que terá competição por esse bloco, explica o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann.
Além do valor pago à vista, a operadora terá que pagar por outra outorga que varia de acordo com a receita dos aeroportos.
A outorga variável é de 8,8% da receita bruta do bloco e é válida durante o período de concessão. Nos primeiros cinco anos, não há pagamento desse percentual, porque é o período de obras nos aeroportos, depois vem uma curva crescente que chega a 8,8% no décimo ano, completa Glanzmann. O valor variável deve ser de aproximadamente R$ 388 milhões pagos ao longo dos 30 anos de concessão.
De acordo com o Programa de Parcerias de Investimentos do governo federal, a empresa que ficar responsável pelos aeroportos de Vitória e Macaé deverá fazer um investimento de aproximadamente R$ 592 milhões nos dois terminais.
SAIBA MAIS
O leilão
Vai acontecer na sexta-feira, dia 15, às 10 horas, no prédio do Ibovespa, em São Paulo.
As empresas vão precisar pagar um valor à vista (estimado em até R$ 140 milhões) e outro valor dividido em 30 anos (estimado em
R$ 388 milhões).
Vão participar do leilão empresas da Alemanha, Suíça, Argentina e Espanha, além de concorrentes do Brasil.
A disputa começa com a abertura dos envelopes contendo a oferta das empresas. Havendo empate, a disputa vai para o viva voz, com representantes das empresas fazendo as propostas ao vivo.
A vencedora vai administrar os aeroportos de Vitória e de Macaé por 30 anos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta