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Leilão deve trazer hotéis, hospital e lojas para área do aeroporto

Leilão deve trazer hotéis, hospital e lojas para área do aeroporto

Concessão do terminal permitirá exploração imobiliária do terreno

Publicado em 9 de março de 2019 às 01:26

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O leilão do Aeroporto de Vitória, marcado para sexta-feira, dia 15, deve trazer uma série de investimentos para o Estado. No edital, há a previsão para que a empresa vencedora explore comercialmente a área. Além disso, de acordo com o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, diversas empresas já declararam interesse na construção de empreendimentos como hotéis, centro de convenções, hospital, clínicas, entre outros.

“A região do Aeroporto de Vitória é muito valorizada do ponto de vista imobiliário. Existem perspectivas de muitas iniciativas para o local. Serão 30 anos de concessão e o vencedor fica responsável por operar integralmente o aeroporto – não só o terminal de passageiros, mas todo o sítio aeroportuário, podendo fazer empreendimentos mobiliários”, disse o secretário.

“Do lado da aviação, existe a possibilidade da instalação de novos hangares, terminais de carga, todas operações comerciais relacionadas aos aviões. E nós temos bastante área para isso”, completou Glanzmann.

De acordo com a Infraero, o Plano Diretor do Aeroporto destina um total de 987 mil metros quadrados para empreendimentos comerciais.

Um dos terrenos já está destinado para a empresa francesa Leroy Merlin – multinacional de artigos de decoração e material de construção. Segundo uma fonte que participou do processo de negociação para a chegada da empresa, a Leroy Merlin vai ficar instalada no local por 20 anos e fará pagamentos mensais à Infraero, inicialmente, e depois à concessionária que vencer o leilão da próxima semana.

A expectativa é que os contratos dos próximos empreendimentos sejam feitos diretamente com a empresa vencedora do leilão. No entanto, o modelo de negócios deve permanecer o mesmo – a concessão por um tempo determinado e com pagamentos mensais à concessionária.

Para o empresário Pedro Zamborlini, diretor do Grupo Mata da Praia/Dacaza, a concessão do aeroporto deve gerar uma dinâmica maior na exploração das áreas que ficam em volta do aeroporto.

“Aqui no Brasil, temos exemplos de coisas que, quando vão para a iniciativa privada, tendem a ter uma dinâmica melhor. E acreditamos que também será assim com o aeroporto. É uma área boa e com bons projetos viários no entorno”, comenta o empresário.

O consultor imobiliário José Luiz Kfuri destaca que, pelo tamanho e localização das áreas disponíveis para empreendimentos, o valor comercial seria de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

“Mesmo levando em consideração as áreas para a construção da infraestrutura dos empreendimentos, ainda assim é um terreno com volume grande para projetos. A empresa vencedora ainda pode fazer estudos, definir algumas regras para utilização e potencializar ainda mais aquela região”, comenta Kfuri.

EMPRESAS PODEM PAGAR ATÉ 3 VEZES MAIS POR BLOCO

A empresa que vencer o leilão de concessão do Aeroporto de Vitória pode ter que pagar até três vezes mais do que o que é considerado o valor mínimo para a disputa. O governo determinou que a outorga mínima, com pagamento à vista, é de R$ 47 milhões, preço que pode chegar a cerca de R$ 140 milhões.

Além do aeroporto de Vitória, a empresa vencedora vai administrar o terminal de Macaé (RJ). Juntos, Vitória e Macaé formam o Bloco Sudeste. Ainda no dia 15 vão ser leiloados outros dez aeroportos, divididos em dois blocos: Nordeste e Centro-Oeste.

“Não consigo apostar, mas pelo que a gente tem conversado com os operadores, o Bloco Sudeste desperta bastante interesse dos operadores internacionais. Tenho certeza que terá competição por esse bloco”, explica o secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann.

Além do valor pago à vista, a operadora terá que pagar por outra outorga que varia de acordo com a receita dos aeroportos.

“A outorga variável é de 8,8% da receita bruta do bloco e é válida durante o período de concessão. Nos primeiros cinco anos, não há pagamento desse percentual, porque é o período de obras nos aeroportos, depois vem uma curva crescente que chega a 8,8% no décimo ano”, completa Glanzmann. O valor variável deve ser de aproximadamente R$ 388 milhões pagos ao longo dos 30 anos de concessão.

De acordo com o Programa de Parcerias de Investimentos do governo federal, a empresa que ficar responsável pelos aeroportos de Vitória e Macaé deverá fazer um investimento de aproximadamente R$ 592 milhões nos dois terminais.

Aeroporto de Vitória deve ser um dos mais disputados no leilão do dia 15 . (Fernando Madeira)

SAIBA MAIS

O leilão

Vai acontecer na sexta-feira, dia 15, às 10 horas, no prédio do Ibovespa, em São Paulo.

As empresas vão precisar pagar um valor à vista (estimado em até R$ 140 milhões) e outro valor dividido em 30 anos (estimado em

R$ 388 milhões).

Vão participar do leilão empresas da Alemanha, Suíça, Argentina e Espanha, além de concorrentes do Brasil.

A disputa começa com a abertura dos envelopes contendo a oferta das empresas. Havendo empate, a disputa vai para o “viva voz”, com representantes das empresas fazendo as propostas ao vivo.

A vencedora vai administrar os aeroportos de Vitória e de Macaé por 30 anos.

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