Além do desemprego, da informalidade e da precarização dos trabalhos, a crise dos últimos anos tem provocado outra triste consequência: está aumentando o trabalho para subsistência. No Espírito Santo, o número de pessoas que produziam para o próprio consumo saltou de 109 mil em 2016 para 179 mil em 2019, um crescimento de 64%.
Em todo Brasil, já são 13 milhões de pessoas (em 10,4 milhões em 2018) que cultivam, caçam, pescam e criam animais, produzem carvão, cortam lenha, fabricam calçados, roupas, móveis e cerâmicas e sobem laje para uso próprio, apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) em sua edição Outras formas de trabalho, divulgada ontem pelo IBGE. Com isso, ao todo, 7,7% da população brasileira com 14 anos ou mais têm recorrido ao expediente de trabalhar para a subsistência.
A analista da pesquisa, Marina Águas, explica que apesar da maior parte desse total corresponder à parcela pobre da população que realmente precisa de produzir para o próprio consumo, até pelo cenário da crise, há uma menor quantidade que não se encaixa nesse perfil. Não são necessariamente atividades para subsistência. A pessoa pode ter emprego, ser bem remunerado, e ter uma plantação em sua casa, por hobby até, afirma.
Dos capixabas que produzem bens para o próprio consumo e de suas famílias, são 146 mil que cultivam, pescam, caçam ou criam animais. Essas atividades variam desde o cultivo de pequenas horas à criação de animais, como porcos, por exemplo.
Já a segunda atividade mais realizada é a fabricação dos próprios calçados, roupas, móveis e cerâmicas, feita por 20 mil no Estado.
No Brasil, a região que viu a maior alta nos índices de produção para consumo próprio foi a Nordeste, onde esse contingente cresceu de 9,4% para 10,9%, ultrapassando a Região Norte, onde a prática de caça e pesca para subsistência é tradicionalmente maior.
No Sudeste, por outro lado, o mais comum é a prática de construção para o próprio consumo, o típico subir uma laje. (Com agências)
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