> >
Agricultores querem diversificar produção para driblar preço baixo

Agricultores querem diversificar produção para driblar preço baixo

Ao todo, 60 produtores de Linhares plantarão frutas, como açaí, uva e cajá-manga-anão

Publicado em 29 de abril de 2019 às 00:11

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
(A Gazeta)

O produtores do município de Linhares estão enxergando na diversificação dos plantios uma opção de renda em tempo de preços baixos. Ao todo, 60 produtores serão responsáveis pelo cultivo de cinco polos de fruticultura: cajá-manga-anão, limão-Taiti, açaí, goiaba e uva.

Atualmente, o valor de venda de algumas das principais culturas do município, como o café e o mamão, está muito próximo ao gasto para sua produção. “Diversificar é importante para que os produtores não fiquem reféns de um único preço, como o que está acontecendo”, comenta o presidente da Federação da Agricultura (Faes), Júlio Rocha.

Cada polo de fruticultura terá uma área de plantio de dez hectares. De acordo com a prefeitura do município, os produtores receberão mudas e assistência técnica, num investimento de R$ 400 mil.

De acordo com o secretário de Agricultura de Linhares, Franco Fiorotti, a implementação das lavouras começará no segundo semestre deste ano. “Primeiro, fizemos reuniões com as comunidades para mostrar nossa ideia. Também coletamos informações sobre que tipo de cultivo poderíamos implementar. Agora, estamos no final da fase de adesão dos agricultores”, comenta.

As frutas foram escolhidas de acordo com o microclima e características do solo, como umidade e presença de minerais, de cada distrito do município. O Polo BR 101 Sul, por exemplo, trabalhará com o limão-Taiti. A fruta é adaptada a altas temperaturas e produz várias vezes ao ano, quando irrigada. Os outros polos são: Litoral (açaí), Farias (cajá-manga-anão), Baixo São Rafael (goiaba) e Alto São Rafael (uva).

A distribuição das culturas também considerou os traços culturais de cada comunidade. Nesse caso levaram em conta os tipos de cultivo que já tinham.

APOSTA

Para muitos agricultores, esta é a primeira vez que eles têm contato com a fruta que plantarão. Esse é o caso do Douglas Peruchi, 44 anos. Hoje, ele trabalha com o plantio de café, mas já cultivou milho, mamão, maracujá e inhame.

“Vou fazer parte do Polo BR 101 Sul e plantar 1,5 hectar de limão-Taiti. Já conversei com alguns amigos meus que cultivam a fruta e eles me disseram que ela tem um bom retorno. Além disso, é uma cultura boa de se lidar, porque demanda pouca mão de obra”, conta.

Já Rudney Ribeiro da Silva, 61 anos, fará parte do Polo Farias. Ele nunca plantou o cajá-manga-anão, ou cajá-mirim, como também é conhecido, e pouco sabe sobre a fruta. “Eu só tenho área com coco, café e pimenta-do-reino na propriedade. Vou plantar e, com a consultoria técnica, aprender sobre essa fruta. Um ano depois do plantio já começo a colher”, conta.

MERCADO

Segundo Fiorotti, as frutas que serão produzidas nos polos já têm um mercado potencial. No caso do limão-Taiti, por exemplo, a exportação será um dos caminhos para escoar a produção.

“Ter um polo conectado ao mercado, com segurança de saída comercial das frutas é fundamental. A médio prazo, teremos a possibilidade de implantar agroindústrias e cooperativas ligadas a esses polos”, explica.

Ainda de acordo com ele, a prefeitura ajudará os produtores a ter compradores, mas serão eles quem vão escolher a melhor opção de mercado.

SAIBA MAIS

Como se inscrever?

Produto

Apenas produtores do município de Linhares podem participar dos polos de fruticultura.

Mudas

As mudas não têm custo para os produtores, assim como a consultoria para o plantio.

Polos

São cinco polos de fruticultura: BR 101 (limão-Taiti), Litoral (açaí), Farias (cajá-manga-anão), Baixo São Rafael (goiaba) e Alto São Rafael (uva).

Frutas

Cada fruta é plantada em um polo, devido às características do local.

Inscrição

Este vídeo pode te interessar

Para se inscrever é preciso ir até a Secretaria de Agricultura de Linhares.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais