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Empreendedorismo é alternativa de capixabas para driblar o desemprego

Empreendedorismo é alternativa de capixabas para driblar o desemprego

Para contornar o problema do desemprego, pessoas estão se requalificando e buscando na criação de um próprio negócio uma alternativa para retomar uma posição no mercado de trabalho

Publicado em 30 de abril de 2019 às 22:12

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O administrador Pablo Morini investiu no ramo da barbearia após ficar desempregado. (José Carlos Schaeffer)

A taxa de desemprego no Brasil chegou a 12,7% no primeiro trimestre de 2019, e atinge 13,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (30). A crise econômica e o fechamento de vagas estão diretamente ligados. Para contornar essa situação, trabalhadores buscam na criação de um próprio negócio a alternativa para retomar ao mercado de trabalho.

Entre esses que buscaram no empreendedorismo uma oportunidade está o administrador Pablo Morini, 39. Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, e formado em Administração, ele tinha um emprego na construção civil, com cargo de superintendente executivo em uma grande empresa do ramo. Mas, por conta da crise, ficou desempregado.

Empreendedorismo é alternativa de capixabas para driblar o desemprego

“Quando eu fiquei desempregado eu me vi sem opções, devido à idade. O mercado estava com muita gente nova com salários mais baixos e eu com salário mais alto. E me vi apertado sobre o que fazer”, explicou.

A dificuldade o levou a pensar no próprio negócio. O ramo da barbearia, profissão do avô, foi o alvo escolhido por Pablo para começar a empreender. A partir daí, ele veio para Vila Velha trabalhar como motorista de aplicativo enquanto fazia o curso para barbeiro. Depois de um ano, abriu o próprio negócio e hoje faz clientela no bairro.

“Por ter feito o curso de administração, isso me ajudou muito a empreender hoje. O meu curso me deu muita base para correr atrás e saber o que fazer e como fazer, os passos que tem que se dar. Primeiro se qualificando para depois tentar entrar no mercado”, disse.

Até mesmo cursos de especialização fora do país ele fez para se qualificar, o que vem dando resultados. Antes sozinho e em um espaço de apenas 6m², em um ano e meio o Pablo aumentou a barbearia e contratou um funcionário.

“Tive a oportunidade de ir para Portugal, fazer cursos de especialização. Fiquei 3 meses, voltei e consegui expandir meu negócio assim que voltei no final do ano”, completou.

Carteira de trabalho: documento é símbolo para o trabalhador. (Divulgação)

Oportunidade

A psicóloga e especialista em Recursos Humanos, Martha Zouain, dá dicas de como um profissional pode se realocar ou até criar o próprio negócio. Para quem sempre teve o desejo de empreender, o desemprego é o momento de oportunidade.

“Algumas pessoas têm o sonho de empreender mas vão adiando porque é difícil você deixar um emprego certo, com algumas garantias e arriscar em um mercado que está crítico para todo mundo. A perda é a oportunidade para ter essa coragem que você não teria. Busque algumas organizações que passam informações de credibilidade sobre o empreendedorismo e, se for o caso, é deixar o medo de lado e dar o primeiro passo para esse projeto”, disse.

Para quem quer continuar no mercado, uma reavaliação das competências e habilidades é primordial. E, caso seja identificado alguma necessidade de melhora, o tempo livre é imprescindível para um upgrade nessa qualificação.

“Se você quiser mesmo continuar no mercado, aí é avaliar, mapear esse mercado. Onde estão as oportunidades que estão no seu perfil? Submeter uma reavaliação às suas competências e habilidades, que a gente classifica como qualificação. Se falta alguma coisa, a hora de buscar é agora”.

Número de empreendedores cresce

Segundo a analista de atendimento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Renata Braga, cada vez mais pessoas estão procurando os serviços do órgão para empreender. Só esse ano, foi registrada uma média mensal de 3200 novos microempreendedores individuais no Estado. A analista conta que, por conta da crise, muitos desses buscam o serviço por necessidade. No entanto, uma grande parcela está mostrando o interesse em empreender e se munindo de informações para isso.

“Hoje tem uma grande parte de pessoas que empreendem por uma questão de desejo, de vontade, de sonho. Pessoas que querem deixar de ter um vinculo empregatício com uma organização para montar o próprio negócio. Já estamos percebendo pessoas que chegam ao nosso balcão com muito mais informação, orientação, cientes do que querem, sabedores do mercado muitas vezes e que pretendem iniciar um plano de negócio, levantamento financeiro para estruturar melhor a ideia”, explicou.

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Ainda segundo Renata, o Espírito Santo possui 216.188 microempreendedor individuais cadastrados.

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