> >
Número de homens que cuidam da casa aumenta, mas mulheres fazem mais

Número de homens que cuidam da casa aumenta, mas mulheres fazem mais

No Espírito Santo, o percentual de pessoas do sexo masculino que fazem serviços do lar foi de 72,6% em 2016 para 85,4% no ano passado, quando 1,2 milhão de homens capixabas tinham afazeres domésticos

Publicado em 26 de abril de 2019 às 20:33

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Juliana e Flávio Gianordoli com a filha Giovanna participam juntos de todas as atividades em casa. (Marcelo Prest)

Na casa do casal de empresários Flávio e Juliana Gianordoli, todo mundo ajuda nos afazeres domésticos. Os dois e a filha Giovanna, de 11 anos, fazem de tudo. Mas, no dia a dia, eles tentam distribuir as tarefas.

Flávio cozinha, leva e busca a filha do colégio e até passa roupa. A esposa lava a louça e ajuda na limpeza. Já a filha arruma o próprio quarto e já faz sua própria comida. Tudo de forma natural, sem precisar pedir. Fruto de uma verdadeira mudança de cultura que vivem as famílias.

Isso porque tem crescido o número de homens que cuidam da casa, coisa que há algum tempo atrás era quase raridade. “Essa divisão dos trabalhos de casa nunca foi um problema para nós. Sempre fluiu de forma automática, sem pedir. E isso ajuda muito porque não tem atrito, ninguém briga por isso, e a casa está sempre arrumada”, conta Juliana.

No Espírito Santo, o percentual de pessoas do sexo masculino que fazem serviços do lar vem crescendo pouco a pouco e foi de 72,6% em 2016 para 85,4% no ano passado, quando 1,2 milhão de homens capixabas tinham afazeres domésticos.

Entre as mulheres, no entanto, esse percentual segue maior. Mais de 1,5 milhão no Estado fazem atividades domésticas, o que corresponde a uma taxa de 97,5%. A constatação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do IBGE, divulgada ontem com o recorte “Outras formas de trabalho”.

Apesar dessa participação masculina vir crescendo e ao contrário da casa de Flávio e Juliana, onde as funções são bem divididas, na maioria dos lares capixaba ainda há uma sobrecarga da mulher, que dedica, em média, 56,5% mais tempo para serviços domésticos. Esse problema, segundo especialistas, acaba fazendo com que, muitas vezes, elas não consigam ter tempo para trabalhar fora.

Horas

Mesmo que trabalhem fora, as mulheres capixabas gastam em média 22,5 horas na semana em tarefas domésticas ou com cuidados com as pessoas do lar. Já os homens gastam 12,7 horas, tempo que ainda é maior que a média nacional (no país, pessoas do sexo masculino dedicam 10,9 horas semanais nesses serviços).

“Aumentou o número de homens que fazem trabalho doméstico, mas o tempo dispendido continua o mesmo. No recorte pelo tipo de trabalho, os homens se dedicam a atividades mais leves enquanto a mulher lava, passa, cozinha, faxina a casa. Com os filhos, a mesma coisa. Eles saem para passear, mas quem dá comida, banho e põe para dormir são as mulheres”, afirma Maria Lúcia Vieira, responsável pela pesquisa.

O levantamento identificou que, no Estado, atividades como cuidados com cozinha e preparos de alimentos, lavar e passar roupas e limpeza são dominadas por mulheres. Já os homens fazem mais serviços de manutenção doméstica, como pequenos reparos e consertos.

Casamento

O casamento praticamente libera o homem do trabalho doméstico. É o que mostra a edição “Outras formas de trabalho” da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do IBGE. Entre os que moram sozinhos no Espírito Santo, 93,9% cozinham e lavam louça. Mas, entre os casados, a taxa desaba. Apenas 59,7% se dedicam a essas atividades.

Lavar roupas também é para solteiros. Quando estão nessa condição, 91,1% deles limpam a casa e lavam roupa. Quando quando possuem cônjuge, essa taxa cai para 55,2%.

Mesmo que os homens não sejam reconhecidos como responsáveis pela família, também se dedicam menos aos afazeres domésticos. As taxas são praticamente as mesmas: 57,1% cozinham e lavam louça e 49,5% fazem faxina, de acordo com a pesquisa.

Entre as mulheres, não há muita diferença. Pelo contrário, quando casam, elas se dedicam ainda mais a cozinhar, lavar, passar, faxinar. Por exemplo, entre as mulheres capixabas que moram sozinhas, 93,9% cozinham e lavam louça. Quando casam, a parcela sobe para 97,4%.

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais