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Profissionais de saúde são os que mais sofrem acidentes de trabalho no ES

Profissionais de saúde são os que mais sofrem acidentes de trabalho no ES

Foram 9,5 mil casos no Estado em seis anos. Outras áreas são administração pública e comércio

Publicado em 2 de abril de 2019 às 13:28

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Profissional de saúde: casos de acidente de trabalho com agulhas e ampolas são os mais comuns. (Divulgação)

No Espírito Santo, os profissionais da área da saúde são os que mais registram acidentes de trabalho. O manuseio diário de objetos perfurantes e a longa jornada de trabalho explicam o dado elevado. De 2012 a 2017, foram 9.516 acidentes registrados nessa área.

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O ambiente hospitalar é hostil por natureza e esse trabalhador, normalmente, tem uma rotina de 12 horas de trabalho por 36 de descanso. Então, ao final dessas 12 horas, ele apresenta um índice grande de esgotamento, o que leva à desconcentração e falhas motivadas pelo cansaço. Nos casos relacionados à saúde, os acidentes mais comuns são ferimentos com cacos de ampolas, agulhas e acidentes posturais – registrados quando é preciso movimentar pacientes acamados

Valério Soares Heringer, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo
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O segundo setor com mais comunicações de atendimentos é a administração pública em geral, segundo pelo comércio varejista e transporte de carga.

A movimentação de chapas de granito, normalmente considerada uma das mais perigosas, é a quinta no ranking no número de registros de acidentes: de 2012 a 2017, foram 2.278 registros.

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No último ano, foram 370 pessoas acidentadas. Isso aconteceu, em parte, porque conseguimos regulamentar o processo de movimentação de chapas, o que ajudou a reduzir os acidentes

Valério Soares Heringer, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo
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SINDICATOS

Para Heringer, falta informação para muitos empregados a respeito dos acidentes de trabalho. Um dos responsáveis por essa informação é o sindicato dos trabalhadores.

“Os responsáveis por informar as pessoas são o Estado e os sindicatos, mas os sindicatos estão passando por uma completa restrição orçamentária e um processo desconstrutivo. Isso não é favorável, do ponto de vista da segurança”, avalia.

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Quando você pega para avaliar o perfil dessas pessoas, muitas só têm o ensino médio, isso quando têm. O volume de informações é muito restrito e, em muitos casos, isso faz com que o próprio empregado, por medo de perder sua fonte de renda, não queira registrar o acidente. Eles não sabem, porém, que após voltar de um acidente, ele tem estabilidade de 12 meses no emprego

Valério Soares Heringer, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Espírito Santo
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Vale destacar que a estabilidade só passa a ser direito do empregado quando ele fica afastado da empresa por mais de 16 dias recebendo o auxílio-doença, pelo INSS.

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“Se o acidente não é registrado, o Ministério Público do Trabalho não fica sabendo que algumas ações podem não estar corretas. Logo, os acidentes podem continuar acontecendo”, argumenta o representante do Ministério Público do Trabalho.

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