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Custo para produzir cresce no ES, mas preços no campo caem

Custo para produzir cresce no ES, mas preços no campo caem

Segundo especialistas, produtor precisa saber se está tendo lucro e diversificar plantios

Publicado em 19 de maio de 2019 às 23:18

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Despesas com insumos, transporte e mão de obra encareceram produção. (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Os custos de produção vêm aumentando para o produtor rural, porém, os preços médios de venda não acompanharam esta alta. Em algumas culturas do Estado, as despesas com insumos, transporte e mão de obra encareceram e fizeram com a produção rural chegasse a ficar 9,1% mais cara em 2018 do que em 2016.

Nesse mesmo período, o preço médio de comercialização chegou a cair até 71% no Estado, segundo um estudo do Centro do Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), divulgado na última semana.

De acordo com a pesquisa, em média, os custos de produção no Espírito Santo tiveram um aumento de 6,37%, entre 2016 e 2018.

O estudo apontou que o valor gasto para produzir cacau (9,1%), pimenta-do-reino (9%), pecuária leiteira (8,4%), café arábica (7,3%), coco (7%), café conilon (5,7%) e mamão Havaí (5%) foram os que mais cresceram.

Apesar dessas altas, o índice médio de 6,37% ficou abaixo da inflação oficial de janeiro de 2017 a janeiro de 2019, que foi de 6,99%.

Segundo o presidente do Cedagro, Gilmar Dadalto, em 2016 o valor médio dos produtos estava mais elevado devido à baixa produção. Naquele ano, as lavouras ainda estavam sentindo os efeitos da seca de 2014 e 2015.

“Atualmente, está ocorrendo o oposto. Temos uma produção elevada, mas com preço mais baixo. Em resumo, o produtor rural teve uma remuneração baixa em 2017 porque colheu pouco por causa da crise hídrica e agora porque os preços estão baixos”, avalia.

De uma lista com 11 itens produzidos no Espírito Santo, apenas três – tomate (22%), pecuária leiteira (10%) e abacaxi (0,6%) – tiveram alta no preço médio pago ao produtor. Já pimenta-do-reino (-71%), mamão Havaí (-31%), coco (-27%) e café conilon (-25%) desvalorizaram.

A pimenta-do-reino foi a cultura mais afetada com a variação negativa dos preços de venda. O quilo da especiaria, em 2016, foi comercializado pelo produtor, em média, a R$ 23,65. Já no ano passado, esse valor caiu para R$ 6,90.

Uma das saídas para essa equação é a diversificação das culturas. Segundo o diretor-técnico do Incaper, Nilson Araujo Barbosa, é importante que o produtor não dependa de uma fonte única de renda.

“Além disso, é importante que o agricultor e o pecuarista calculem quanto gastam para produzir aquela cultura. Em alguns casos, mesmo o preço de venda estando em baixa, ele tem um bom retorno com o produto, mas o oposto também pode ocorrer, por isso, é bom ter esses cálculos”, explica.

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Ainda de acordo com Nilson, é importante seguir as recomendações técnicas da cultura. “Com isso, o produtor não desperdiça insumos e consegue melhorar sua colheita. Assim, os custo de produção acabam ficando menor em relação a uma produção mais elevada”, conta.

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