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Empresas capixabas criam salas para amamentação

Empresas capixabas criam salas para amamentação

Outra prática que tem beneficiado mães é a flexibilização de horários para consultas

Publicado em 12 de maio de 2019 às 00:33

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Claudia Coelho com as filhas, Raira Coelho Fuzer e Thaysa Coelho Belinato. (Divulgação)

Empresas no Espírito Santo já perceberam que trabalhar o bem-estar das funcionárias pode contribuir muito para a produtividade. Algumas delas permitem horários flexíveis para mães que precisam levar o filho ao médico ou disponibilizam ainda salas exclusivas para a amamentação.

É o caso do Vitória Apart Hospital (VAH) que implantou a Sala de Apoio, com uma estação de coleta de leite materno, com poltrona, material de higienização pessoal e um berço para o conforto do bebê. A iniciativa foi feita em parceria com a Perinatal e agora aguarda placa de certificação, concedida pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o hospital, o espaço foi criado para ajudar na readaptação das colaboradoras ao trabalho após o período de licença-maternidade.

Já a Marca Ambiental permite a liberação das mães para acompanhar seus filhos ao médico e acompanhamento escolar, sem comprometimento das horas, ou seja, as ausências são abonadas pelas regras da empresa.

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As companhias sabem que essa relação mais flexível é vantajosa, e o papel da liderança é muito importante

Fabiola Costa, diretora da ABRH-ES
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Na ArcelorMittal Tubarão, as funcionárias também têm uma sala de amamentação interna, além de licença-maternidade de seis meses. O espaço é destinado às mães que ainda amamentam e que precisam de um local para armazenar o leite de forma correta até o final do expediente.

O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da empresa Bruno Borba explica que essas iniciativas são para garantir o bem-estar das colaboradoras. “Sabemos da importância desse momento de ser mãe. A ideia é dar todo o apoio necessário”, comenta.

A diretora de Capital Humano da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), Fabiola Costa, observa que as empresas perceberam a importância da cultura do cuidado com as mães.

“As companhias sabem que essa relação mais flexível é muito vantajosa. Quando há essa cultura, as conversas ficam mais claras. O papel da liderança é muito importante neste ponto. No caso de uma mãe que precisa se ausentar porque o filho está doente, o gestor consegue administrar as tarefas para outras pessoas, sem prejuízo para o andamento do trabalho. Toda a equipe se ajuda”, avalia.

 

“VALEU A PENA TODO O ESFORÇO”

"Fui mãe solteira aos 22 anos. Sou formada em Sistemas da Informação, mas não consegui emprego na minha área porque morava no interior. Fui, então, dar aula de informática em uma escola. Tempos depois mudei para Vitória para trabalhar na minha área de formação. Essa foi uma época muito difícil porque minhas filhas ficaram morando em Castelo com a minha mãe e eu na Capital. Meu sentimento era de que estava abandonando Thaysa (19) e Rayra (13) por conta da minha carreira. Tempos depois, saí da empresa na qual trabalhava e fechei contrato com três escolas para desenvolver um projeto de software. Passei a trabalhar em casa e em 2013 formalizei a empresa. Hoje eu vejo que valeu a pena todo o esforço. Tenho duas filhas incríveis que entendem a real noção do trabalho e do dinheiro", Cláudia Coelho Fuzer, 41 anos, empresária.

“TIVE QUE SUPERAR O PRECONCEITO”

"O meu maior desafio foi superar as barreiras do preconceito, pois engravidei aos 18 anos. Na época, parei até de estudar e só terminei o ensino médio quando meu filho estava com cinco anos. Fiz faculdade de pedagogia quando ele já era adolescente. Nessa época, trabalhava o dia todo, estudava à noite e chegava em casa às 23 horas, fazia comida para deixar para eles e dormia apenas 4h30 por noite. Mas todo o meu tempo livre sempre foi dedicado a eles. Procuro mostrar ao Rodrigo (22) e à Sara (11) que tudo se consegue com trabalho", Mônica Alves Pereira Ribeiro, 40 anos, pedagoga.

Mônica Alves Pereira Ribeiro com os filhos, Sara e Rodrigo. (Arquivo pessoal/A GAZETA)

“PAREI PARA ACOMPANHAR A INFÂNCIA”

Quando a Helena nasceu, deixei de trabalhar para ficar só cuidando dela. Procurei aproveitar a fase da primeira infância, porque acho importante. Como trabalhar sempre foi uma realização pessoal, retomei minha carreira há três anos. Hoje trabalho como consultora de estilo em um shopping da Grande Vitória. Para mim, o maior desafio é equilibrar o tempo, mas tento não sentir culpa se preciso me ausentar algumas vezes. De vez em quando a Helena me acompanha. Tento demonstrar a ela o quanto sou feliz e realizada ao trabalhar", Isabella Castro, 42 anos, jornalista e consultora de estilo

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Isabella Castro é mãe de Helena, de 6 anos. Quando a menina nasceu ela parou de trabalhar por alguns anos até decidir retomar a carreira de jornalista de moda . (Vitor Jubini)

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