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ES pode precisar privatizar estatais para pagar aposentados

ES pode precisar privatizar estatais para pagar aposentados

Segundo secretário da Previdência, Leonardo Rolim, venda de ativos pode ser uma das alternativas para cobrir rombo

Publicado em 3 de maio de 2019 às 20:52

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Leonardo Rolim, secretário da Previdência. (MARCELLO CASAL JR)

Com uma despesa previdenciária que corresponde a 15% da receita corrente líquida, o Espírito Santo precisará reestruturar o sistema de aposentadorias e pensões com medidas que vão além das mudanças de regras na concessão de benefícios que serão estabelecidas pela reforma em debate no Congresso. Entre as opções está a venda de ativos, como imóveis, e mesmo a privatização de estatais.

Segundo o secretário da Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, que esteve nesta sexta-feira (03) em Vitória, o aporte desses recursos pode ser uma das saídas para o Estado sanar as despesas explosivas com inativos que vai atingir o pico em 2031.

O Estado, de acordo com ele, tem o quarto pior cenário para a Previdência em todo o país. “Existem mais aposentados e pensionistas do que servidores ativos. É um estado envelhecido, que acaba tendo uma despesa previdenciária mais alta que a maioria”, explica.

Rolim explica que as novas normas, como o aumento da alíquota de contribuição e a fixação de uma idade mínima, trarão economia de R$ 6,4 bilhões em dez anos. Além disso, a proposta terá efeito, no longo prazo, de 34% no déficit atuarial até o esgotamento total do fundo financeiro, regime que provoca rombo anual de R$ 2,2 bilhões nos cofres estaduais. Porém, de imediato serão necessárias outras intervenções. Uma alternativa também será estabelecer alíquotas extraordinárias para os Poderes e para os servidores.

Compra de vidas

Para que tudo isso ocorra, será imprescindível aprovar, em até seis meses após a promulgação da PEC 6/2019, um plano de readequação de débitos, na Assembleia Legislativa.

Essa lei estadual vai permitir inclusive que o Instituto de Previdência do Estado (IPAJM) faça uma operação chamada “compra de vidas”, transferência de servidores do fundo financeiro (deficitário) para o plano previdenciário (superavitário).

Será usado o dinheiro que “sobra”, recurso que não é necessário para pagar a aposentadoria de quem está vinculado ao fundo previdenciário, que neste ano apresenta saldo positivo de R$ 3,6 bilhões. Conforme o Gazeta Online revelou em 2017, 1.324 aposentados e pensionistas foram trocados de um regime para outro.

A expectativa é que o “lucro” do fundo previdenciário fique ainda maior com a reforma. A nova regra aumentará o percentual de contribuição de 11% para 14% de todos os servidores dos Estados . Esse aumento de receita vai criar um “colchão” ainda maior que será importante para o Estado cobrir parte do rombo anual.

Ajuste fiscal

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Rolim explica que o quadro do Espírito Santo só não é pior por causa do ajuste fiscal que foi feito nos últimos anos. “Além do controle de gastos, a segregação de massa, com um fundo capitalizado, já foi uma grande medida para dar sustentabilidade à Previdência.”

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