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Governo tem força para aprovar reforma ambiciosa, diz presidente do Itaú

Governo tem força para aprovar reforma ambiciosa, diz presidente do Itaú

O executivo afirmou que espera a aprovação da reforma no segundo semestre e que isso tem adiado as decisões de investimento de grandes empresas

Publicado em 3 de maio de 2019 às 13:16

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O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher. (Reprodução/Youtube)

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem força política para aprovar uma reforma ambiciosa da Previdência, afirmou nesta sexta-feira (3) o presidente do Itaú, Candido Bracher.

Ele acrescentou ainda que a equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, está comprometida com uma economia mais próxima ao R$ 1 trilhão proposto inicialmente.

"Sentimos na equipe econômica desejo de buscar esse número mais significativo, que não faça que à reforma da Previdência se sigam outras medidas de corte para manter a relação dívida pública/PIB", afirmou Bracher em entrevista a jornalistas para detalhar os resultados do banco no primeiro trimestre.

O executivo afirmou que espera a aprovação da reforma no segundo semestre e que isso tem adiado as decisões de investimento de grandes empresas. 

No primeiro trimestre de 2019, o Itaú, maior banco privado do país, lucrou R$ 6,9 bilhões, alta de 7,1% na comparação com igual período de 2018.

O banco revisou algumas metas de desempenho fixadas para o ano, mas manteve a expectativa de crescimento da carteira de crédito. Segundo Bracher, o motivo está nos sinais de recuperação da demanda que já apareceu no primeiro trimestre e que deve se intensificar nos próximos meses, justamente pela reforma.

Os principais cortes para o ano estão ligados ao setor de maquininhas de cartão.

A Rede fará o pagamento de vendas a crédito em dois dias, e não mais em 30, como é a prática do mercado, para lojistas que recebem no Itaú.

A oferta elimina a necessidade de antecipação de recebíveis, uma das receitas desse segmento. O banco não informou quanto está abrindo mão em receita nessa linha, mas reconhece que a receita vai cair.

"Fizemos as alterações [no guidance] mais ou menos na proporção do que achamos que vai ser o impacto da concorrência no setor de cartões", afirmou o presidente do Itaú.

Segundo Bracher, a reação do mercado fez a medida da Rede parecer mais surpreendente do que deveria, já que o pagamento ao lojista em dois dias é uma prática de mercado em outros países.

"As pessoas agem ou se manifestam como se essa medida fosse inesperada. O mundo inteiro paga em D+2, o Brasil que tinha posição de pagar em D+30. Isso que a gente está fazendo agora é algo viabilizado por inflação sob controle e taxa de juro estável há mais de um ano e não tem nada de extraordinário. Nos antecipamos uma tendência que nos parecia inexorável", afirmou.

A oferta da Rede está sob questionamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em ação iniciada pela associação de empresas de maquininhas não ligadas a bancos. O banco foi acusado de venda casada (porque associa a oferta ao recebimento das vendas no Itaú) e dumping, quando a empresa aceita prejuízo para expulsar concorrentes do mercado.

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"Se houvesse grandes compensações pelo fato de estar abrindo mão de receita, não teria sido necessário fazer alteração no nosso guidance. A concorrência está nos levando a reduzir nossos preços", disse o executivo.

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