> >
Estatal de gás do ES pode entrar em programa de privatização

Estatal de gás do ES pode entrar em programa de privatização

Governo federal vai propor venda de distribuidoras estaduais de gás como forma de fazer valer o "choque de energia barata" proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes

Publicado em 22 de junho de 2019 às 22:55

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Estatal de gás do ES pode ser privatizada . (Petrobras/divulgação)

Uma série de mudanças do governo federal para promover mais competição e investimentos no setor de gás natural devem ser aprovadas nesta segunda (24) pelo Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE), do Ministério de Minas e Energia.

O “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para fazer o custo do gás cair pela metade em até dois anos, deve beneficiar o Espírito Santo, quarto maior produtor do país e que está prestes a criar uma estatal, em sociedade com a Petrobras, para distribuir o insumo.

A companhia aliás, seria um dos alvos. Ainda em fase de estruturação para ser criada nos próximos meses, o governo federal já estaria de olho nela visando a uma privatização.

De acordo com a colunista Míriam Leitão, interlocutores do Palácio do Planalto já começaram a procurar governadores para que as estatais de distribuição de gás sejam privatizadas.

Conforme publicou a jornalista em sua coluna de ontem, o governo federal estaria contatando os governadores de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo para que sejam vendidas as empresas de gás para que haja mais concorrência na distribuição.

 O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, informou, porém, que não teve nenhuma conversa com membros do governo federal sobre o assunto até o momento, mas, procurado por meio da assessoria, não disse se o governo capixaba estaria disposto a vender suas ações do novo ativo.

Fontes ligadas à negociação para criação da estatal capixaba, batizada de ES Gás, afirmam que seu valor de mercado seria da ordem de R$ 1 bilhão. O governo anterior, no ano passado, havia chegado a afirmar que tinha intenções em vender a estatal após sua criação.

Para A GAZETA, uma fonte ligada ao governo federal confirmou que a privatização da ES Gás não foi tratada com o Estado, mas sim a “criação de regras locais que sejam mais competitivas para trazer investimentos que demandem gás natural”.

Já uma segunda fonte ligada ao Planalto disse que “faria todo sentido” a União negociar com o Espírito Santo uma possível privatização por se tratar de um grande player do setor.

Outro elemento que pode “pressionar” a privatização da ainda não criada companhia estadual de gás é o fato de que a BR Distribuidora está no programa de desinvestimentos da Petrobras.

Se a subsidiária – que terá 49% das ações da ES Gás – de fato for vendida para a iniciativa privada, os novos sócios poderiam atuar para terem o controle acionário da companhia, segundo avalia um especialista no setor.

Queda no preço

Além de promover competição na distribuição do gás natural com empresas privadas, o conjunto de medidas batizado de novo “Novo Mercado de Gás” tem como objetivo central o fim do monopólio da Petrobras na cadeia produtiva, com abertura do setor para outras empresas e flexibilização da importação do insumo.

Também deve ser alterada a forma da Petrobras atuar. Hoje, a estatal tem queimado gás natural em alto mar que faz falta no fornecimento de energia do país. A justificativa é de que o custo para trazer esse gás para o continente seria alto diante da baixa demanda.

De acordo com a colunista Míriam Leitão, o governo federal trabalha para que esse gás seja canalizado e trazido para o país, abrindo para a iniciativa privada a possibilidade de construir essa ligação. A viabilidade viria do interesse de empresas em comprar esse insumo. A Vale, por exemplo, seria uma das interessadas em fazer um contrato de compra de longo prazo desse gás, desde que seja a um preço mais baixo.

A meta do governo é reduzir o preço do gás natural de US$ 12,5 por milhão de BTU para algo como US$ 7 ou menos. Já o gás de cozinha (GLP) teria seu preço caindo pela metade.

Este vídeo pode te interessar

Em visita ao Espírito Santo em maio, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que as mudanças vão estimular investimentos em todo o Brasil, inclusive no Estado, que tem muitas potencialidades no setor, algumas não descobertas. As mudanças vão atrair negócios e criar empregos.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais