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Gasolina mais cara puxa alta da inflação no Espírito Santo

Gasolina mais cara puxa alta da inflação no Espírito Santo

Abastecer o carro pesou no orçamento familiar em maio. Por outro lado, passagens aéreas ficam mais baratas e ajudaram a conter o índice. Feijão e tomate também tiveram queda

Publicado em 7 de junho de 2019 às 19:15

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Abastecer dói cada vez mais no bolso no Brasil. (Gasolina)

Os sucessivos reajustes da gasolina em 2019, que levaram o combustível a atingir seu maior preço neste ano, nas últimas semanas, pressionaram a inflação na Grande Vitória em maio. Ou seja, o maior custo para abastecer o carro foi o que mais pesou no orçamento das famílias capixabas no mês, diminuindo o poder de compra dos consumidores.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial, fechou maio com alta de 0,09% no Espírito Santo, menor variação deste ano. Em 2019, o aumento acumulado dos preços de bens e serviços chega a 1,67%.

Apesar da inflação geral ter apresentado uma variação pequena no Estado no mês, a da gasolina foi de 4,12%, maior elevação do ano conforme aponta a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Impacto

Esse impacto pode ser comprovado pelo boletim de levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que aponta que em maio o litro de gasolina chegou a custar, em média, R$ 4,65 nos postos do Espírito Santo. 

Os únicos meses em que o combustível chegou ou passou desse patamar foram setembro e outubro do ano passado, quando o dólar e barril de petróleo estava em alta.

Outros combustíveis também tiveram aumento da inflação em maio na Grande Vitória. Abastecer com óleo diesel ficou em média 1,79% mais caro. O etanol subiu 1,03%.

Apesar das altas, a expectativa é que para este mês os preços dos combustíveis comecem a cair. Isso porque desde o dia 1º de junho a gasolina vendida nas refinarias pela Petrobras está 7,1% mais barata e, o diesel, 6%.

PASSAGEM DE AVIÃO, FEIJÃO E TOMATE MAIS BARATOS

Valor do tomate teve queda expressivas de -17,67%. (Pixabay)

Apesar dos aumentos, o grupo de itens relacionados a transporte apresentou uma pequena deflação, de -0,03%, puxado sobretudo pela queda dos preços das passagens aéreas, que ficaram mais baratas em média 24,90%.

Outro item de peso no orçamento das famílias, o feijão - que vinha em alta desde o início do ano - também teve variação negativa no Estado em maio, com deflação de -13,07% no tipo carioca e de -9,94%.

Também tiveram quedas expressivas a inflação de produtos como o tomate (-17,67%), manga (-19,23%) e mamão (16,87%). Todos esses itens ajudaram o grupo de alimentos - custo mais importante no orçamento das famílias -, apresentar deflação de -0,52%.

Entre os grupos de produtos, os gastos com vestuário foram os que tiveram maior alta (1,34%), embora eles pesem pouco no índice geral. 

INFLAÇÃO DO PAÍS

A inflação oficial do Brasil fechou com alta 0,13%, menor variação do ano, o que representa uma desaceleração ante a taxa de 0,57% de abril, segundo dados do IBGE. Foi o menor resultado para maio desde 2006.

A desaceleração de maio permitiu reduzir para 4,66% a inflação acumulada em 12 meses, ficando dessa forma mais próxima do centro da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para baixo, ou para cima. O mercado prevê inflação de 4,03% neste ano, segundo a mais recente pesquisa semanal Focus realizada pelo BC.

O controle inflacionário, conforme explica o economista Pedro Paulo Silveira, pode acentuar a pressão para que o BC reduza sua taxa básica de juros, a Selic. Apesar de estar desde março de 2018 em seu mínimo histórico de 6,5%, isso se mostrou insuficiente para incentivar o investimento e o consumo.

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"Nos próximos meses, a inflação acumulada deve cair para abaixo dos 4% e, com isso, abrir espaço para o Copom voltar a reduzir a taxa Selic. O cenário para a aprovação da reforma [da Previdência], porém, precisa se mostrar convincente para que os diretores do BC confirmem essa expectativa. Nosso cenário, que contempla duas quedas de 0,25%, em novembro e dezembro, pode ser revisto, com a antecipação do início das quedas e de sua amplitude", explica Silveira.

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