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Câmara retoma discussão sobre destaques em texto da Previdência

Câmara retoma discussão sobre destaques em texto da Previdência

Parlamentares começaram a discutir ressalvas na quarta, mas sessão foi encerrada por ameaça de desidratação

Publicado em 11 de julho de 2019 às 13:22

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Câmara retoma discussão sobre destaques em texto da Previdência. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Os deputados retomam nesta quinta-feira (11) a discussão dos cerca de 20 destaques ao texto-base da proposta de reforma da Previdência, aprovado na quarta-feira (10) em primeiro turno em plenário da Câmara graças ao empenho do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Os destaques são tentativas de mudar pontos específicos do projeto. Os parlamentares começaram a discutir essas ressalvas na quarta-feira, mas a sessão foi encerrada por ameaça de desidratação da proposta principal.

Líderes de partidos de centro, num acordo com a oposição, articulavam uma série de derrotas ao governo para amenizar regras de aposentadoria e de pensões para algumas categorias.

Se Maia não tivesse anunciado o fim da sessão, a Câmara começaria a analisar uma proposta do PC do B contra a fórmula de cálculo de pensões proposta pelo governo. A oposição quer evitar que essa nova regra permita o benefício abaixo do salário-mínimo.

Após a análise dos destaques, o texto ainda tem de passar ainda por análise em segundo turno. Depois, segue para o Senado, que deve se debruçar sobre o tema a partir de agosto.

A expectativa dos defensores da reforma é a de que até setembro a Previdência seja aprovada definitivamente pelo Congresso e vá à promulgação.

O texto-base foi aprovado na noite de quarta por 379 votos a favor, 71 a mais do que o mínimo necessário (308). Os contrários somaram 131, enquanto houve três abstenções.

O placar supera o obtido pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2003 com a sua reforma, que teve apoio de 358 deputados, o maior até então para esse tipo de medida.

Apesar da folga, alguns parlamentares ainda estão insatisfeitos com o tratamento dispensado pelo Planalto ao Congresso. Mesmo com a liberação de emendas, eles não têm certeza de que o presidente Jair Bolsonaro cumprirá a promessa.

A reforma é a prioridade legislativa do governo. Contrariando o discurso de campanha de que colocaria um fim ao toma lá dá cá na relação com o Congresso, o governo abriu ainda o cofre e acelerou a distribuição de emendas que os congressistas fazem ao Orçamento da União, ordinárias e extras.

Só na segunda categoria, a proposta era liberar imediatamente R$ 10 milhões por parlamentar fiel -mais de R$ 3 bilhões. Os dois ministros da articulação política, Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), estiveram na Câmara negociando com os deputados.

Apesar disso, a articulação política de Bolsonaro não conseguiu emplacar sua proposta original, que previa economia aos cofres públicos de R$ 1,2 trilhão em dez anos.

O texto foi amenizado pelos deputados, o que reduziu a previsão de economia em mais de R$ 200 bilhões.

As falhas da articulação política do Executivo levaram Maia a assumir protagonismo na condução da proposta.

Em discurso antes de anunciar o placar, o presidente da Câmara, ovacionado, criticou o governo Bolsonaro e reivindicou ao Centrão, "essa coisa do mal", a responsabilidade pela aprovação do texto-base.

"O Centrão, essa coisa que ninguém sabe o que é, mas é do mal, mas é o Centrão que está fazendo a reforma da Previdência, esses partidos que se dizem do Centrão", disse.

Em crítica velada a Bolsonaro, Maia afirmou que será a partir do Congresso que os problemas do Brasil serão resolvidos.

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"E não haverá investimento privado, com reforma tributária, com reforma previdenciária, se nós não tivermos uma democracia forte", disse. "Investidor de longo prazo não investe em país que ataca das instituições. E acho que esse é um conflito que nós temos hoje e que nós temos que superar."

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