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Capixaba deve gastar mais com fumo e bebida em 2019

Capixaba deve gastar mais com fumo e bebida em 2019

Previsão é que despesa das famílias com esses dois itens ultrapasse R$ 1 bilhão

Publicado em 1 de julho de 2019 às 21:11

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Consumo de cigarros e bebidas devem aumentar. (Pixabay)

Os capixabas devem gastar mais com fumo e bebidas neste ano do que gastaram no ano passado. É isso o que indicam os dados do IPC Maps 2019, que apresenta a geografia do potencial de consumo brasileiro.

De acordo com o estudo, os capixabas gastaram no ano passado com fumo e seus derivados – cigarros, cachimbos, narguilés, cigarros eletrônicos e etc – um total de R$ 301 milhões. Para este ano, o gasto previsto é de R$ 313 milhões. Já com as bebidas, o aumento deve passar de R$ 710 milhões no ano passado para R$ 731 ao final deste ano.

Somados, os gastos desses dois itens devem ultrapassar as despesas previstas para as matrículas e mensalidades escolares, que neste ano deve ser de R$ 965 milhões.

O economista e professor universitário Marcelo Loyola explica o aumento desses gastos com o crescimento do mercado dos itens citados.

"A gente vê uma grande expansão das cervejas artesanais. O mercado de bebidas, como um todo, tem crescido significativamente - vinhos, drinques e outras. Já o de produtos voltados do fumo abrangem também os narguilés, que estão na moda e ajudam a aumentar o índice", comentou o economista, dizendo ainda que os dois tipos de produtos estão fortemente ligados, o que explica o crescimento de ambos.

Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, destaca que o estudo não diz respeito ao que é especificamente consumido, mas sim ao potencial de consumo da sociedade.

"Para dizer que é o consumo teríamos que fazer uma auditoria nos pontos de venda. Então, fazemos um cruzamento de dados e modelos estatísticos para chegar no potencial de consumo que, no fim das contas, é praticamente igual ao consumo registrado, mas com uma margem de erro de 2% a 3%", explica Pazzini.

"No estudo também analisamos a divisão do potencial de consumo em relação às classes sociais. A partir dele, extraímos dados muito interessantes. As famílias da classe C, por exemplo, representam 50,1% da sociedade capixaba, mas o potencial de consumo dela representa 37,7% do total", acrescenta.

A título de comparação, a classe A representa 2,3% das famílias, mas é responsável por 12,7% do consumo. Já as famílias da classe B são 21,7% dos habitantes do Estado e representam 39,5% do potencial de consumo – o maior entre as classes sociais.

Despesas

Ao todo, o estudo analisou os potenciais de gastos para 2019 de 22 itens diferentes. O campeão de gastos, em todas as classes sociais, é com o item "Manutenção do lar", com R$ 25,1 bilhões ao longo de 2019.

Esse também é o tipo de despesa que mais cresceu entre 2018 e 2019. No ano passado, o potencial de consumo registrado foi de R$ 24,5 bilhões.

"Esse item, ao contrário do que muita gente pensa, não diz respeito, apenas, às obras para reparo e manutenção, mas sim a todas as despesas para manter o domicílio. Então, entram nessa conta dados como aluguel, condomínio, contas de energia, e outras", explicou Pazzini.

O item "Outras despesas", que abrange as prestações das famílias, gastos com cabeleireiros e demais despesas não categorizadas em outros itens somam R$ 16,2 bilhões.

"O padrão de consumo do capixaba não foge muito ao padrão que é observado em todo o Brasil. O que tem acontecido é que despesas essenciais têm aumentado muito e o ‘cobertor’ acaba ficando curto para muitas famílias”, comenta o responsável pela pesquisa.

O total do potencial de consumo dos moradores do Espírito Santo foi estimado em R$ 91,2 bilhões – sendo R$ 82,9 para as famílias que vivem no meio urbano, e R$ 8,2 bilhões para as que vivem em meio rural.

Para o estudo foram levados em consideração 1.182.205 domicílios para um total de 3.390.204 moradores urbanos. Os moradores rurais são 628.445, totalizando uma população de 4.018.649 habitantes.

GASTOS COM PLANOS DE SAÚDE TÊM PREVISÃO DE QUEDA

O único item que apresenta uma projeção de queda no IPC Maps entre o ano passado e este ano é o de "outras despesas com saúde", item formado quase que exclusivamente com os gastos para o pagamento de plano de saúde.

Enquanto neste ano os gastos dos capixabas com planos de saúde devem ficar em R$ 2,32 bilhões, no ano passado as cifras alcançaram 2,36 bilhões – o que indica a redução do número de clientes.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o setor, de janeiro de 2018 a janeiro deste ano o número de beneficiários se manteve praticamente estável – saindo de 1.091.817 para 1.101.976.

Para o economista e professor universitário Marcelo Loyola Fraga, as regras atuais, que permitem reajustes acima da inflação, têm feito os planos de saúde reduzirem o número de clientes.

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"Acaba que, com isso, os planos estão fazendo uma seleção de clientes e ficando somente com os que têm um maior potencial de pagamento, porque os demais não têm condições de arcar com os valores", avaliou.

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