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Saiba como usar o dinheiro que poderá ser sacado do FGTS

Saiba como usar o dinheiro que poderá ser sacado do FGTS

Guardar uma parte para reserva financeira também é fundamental, dizem especialistas. Para quem tem medo, saque é ideal, pois até poupança rende mais que o fundo.

Publicado em 18 de julho de 2019 às 10:35

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A administradora Marilene Aparecida Pereira não pretende sacar o dinheiro. (Fernando Madeira)

Após a notícia da liberação do saque das contas ativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), muitos trabalhadores já começaram a pensar como usar esse recurso. Apesar da intenção do governo federal ser de estimular o consumo, especialistas afirmam que gastar todo o recurso não é uma boa ideia.

A primeira prioridade deveria ser pagar dívidas, na visão do economista e consultor do Banestes, José Márcio de Barros. “A pessoa que tiver uma dívida deve quitá-la porque, mesmo se ela investir, dificilmente conseguirá ter uma rentabilidade em seus investimentos que seja maior que as taxas de juros cobradas nas dívidas”.

Na sequência, o recomendável é aplicar o dinheiro em um investimento, sobretudo pensando em uma reserva financeira.

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O ideal é que as pessoas deixem uns 40% dos recursos para ser uma reserva para aquelas despesas eventuais, que você nunca sabe quando virão. Um colchão de conforto para casos como demissão, que é o objetivo do FGTS

José Márcio de Bastos, economista
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Além dessa reserva, há também o investimento que possa dar um retorno melhor, lembra o economista Eduardo Araújo. “O ideal é usar em algo que te dará um retorno, como uma aplicação financeira ou mesmo investir em algum empreendimento”.

José Márcio pondera que uma parte pode sim ser usada para satisfação pessoal: “Ninguém é de ferro, então, dependendo do quanto for sacar, dá para gastar com algo que pode ir de um jantar especial ou mesmo trocar o carro”.

Não vai sacar

Nem todo mundo, no entanto, deve sacar o fundo justamente por considerá-lo como uma reserva de emergência para casos extremos, como a perda do emprego. Esse é o caso da administradora Marilene Aparecida Pereira, 43 anos, que apesar de considerar a liberação válida para ajudar a economia, não sacaria o dinheiro.

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Não sacaria, porque é minha reserva. Para aquele trabalhador que tem necessidade, vai ser uma coisa muito boa, mas para aquele que não precisa sacar, acho bom deixar a reserva lá porque, no futuro, em caso de um possível desemprego, o trabalhador sairá prejudicado

Marilene Aparecida Pereira, administradora
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Para esses trabalhadores, a dica dos especialistas é tirar o dinheiro do FGTS mesmo assim, mas investi-lo de outra forma, levando em conta que o rendimento do fundo é de apenas 3% ao ano, menos que a poupança por exemplo (que rende 4,55% ao ano em média). “É possível encontrar aplicações financeiras em que consiga o dobro do que seria o rendimento do FGTS”, afirma José Márcio de Barros.

Sindicato teme fim do fundo

A descapitalização do Fundo de Garantia pelo governo federal pode ser um motivo para que ele seja inutilizado, aponta o presidente do Sindicato dos Comerciários (Sindicomerciários), Rodrigo Oliveira Rocha.

Segundo Rocha, junto à liberação do saldo das contas do FGTS veio a cautela e o medo de que este seja um mecanismo para acabar com o fundo. “Ainda não sabemos o que está realmente por trás da liberação do dinheiro do fundo. Por isso, vemos tudo com muita cautela. Com sucessivas liberações do saldo do FGTS ocorrerá a descapitalização dele, o que pode se tornar um motivo para que seja inutilizado”, afirma.

Para ele, os trabalhadores precisam ficar atentos ao utilizarem o dinheiro sacado. “É preciso pensar no amanhã”, aconselha.

Como usar o dinheiro

Pagamento de dívidas

Fuja dos juros

Para quem tem dívidas, a primeira coisa a se fazer é usar o dinheiro do FGTS para pagá-las. Se forem muitas, priorize as com juros mais altos, como cheque especial e cartão de crédito. Mesmo se você destinar o recurso a um investimento, dificilmente será possível conseguir um rendimento que é superior a essas taxas de juros.

Realização de investimentos

Maior rentabilidade

Se não tiver dívidas, o ideal é destinar o recurso a um investimento, seja em aplicações financeiras ou em empreendimentos. Isso vale para quem tem dúvidas se vale a pena tirar o recurso do fundo. Hoje, ele rende apenas 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), que é definida pelo governo e atualmente está zerada. Isso é menos do que rende atualmente a poupança (4,55%) e quase todos as aplicações financeiras, como títulos públicos federais.

Reserva de emergência

Ao investir, é aconselhável deixar uma parte do recurso para ser uma reserva de emergência em casos extremos. Aplicações financeiras com boa liquidez são as recomendadas nesses casos.

Previdência privada

Como um dos objetivos do FGTS é ajudar na aposentadoria, você pode destinar parte dos recursos para uma conta de previdência privada ou para um outro investimento com esse objetivo.

Compras

Em caso de necessidade

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Gastar o recurso com coisas dispensáveis não é recomendado. Mas você pode usá-lo para adquirir algo que precisa, como dar entrada em um apartamento, trocar de carro ou terminar uma reforma, por exemplo. Assim você evitar pagar juros para um banco, o que não é aconselhável.

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