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Análise: volta do investimento é o pontapé para a retomada do PIB

Análise: volta do investimento é o pontapé para a retomada do PIB

Medida é essencial para criação de novos empregos, para o aumento da renda e do consumo das famílias

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 20:05

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Retomada da construção civil pode impulsionar geração de riquezas. (Arquivo)

A volta do investimento sempre foi vista como o principal elemento para o Brasil sair da crise econômica que começou lá em 2014. Embora nos últimos dois anos a recessão tenha deixado de existir, o país permanecia numa forte estagnação, vendo os investimentos caindo a cada trimestre.

Mas o cenário parece estar mudando de rumo, com o investimento sendo o protagonista da retomada. Foi ele quem puxou o crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano.

A taxa de investimentos avançou 3,2%, passando de 15,3% do PIB nos três primeiros meses do ano para 15,9% em abril, maio e junho. Foi isso, aliás, que impediu os indicadores, divulgados nesta quinta-feira (29/08), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de serem negativos.

 

De acordo com o IBGE, a construção civil foi o setor responsável por aproximadamente metade do investimento que ocorreu no país no segundo trimestre deste ano. A destinação de recursos para esse setor, sempre visto como motor da economia brasileira, cresceu 1,9% em relação ao período anterior, depois de 20 trimestres consecutivos de queda.

O bom resultado da indústria de transformação, que apresentou 2% de alta, também contribuiu para empurrar o PIB para frente. O consumo das famílias, apesar de ter crescido de forma tímida, 0,3%, ainda assim foi importante. Algo que chamou atenção foi a queda nos gastos do governo, de 1%.

O crescimento do investimento revela uma melhora na confiança do investidor nas pautas econômicas que são conduzidas pelo governo e pelo Congresso. A aprovação da reforma da Previdência na Câmara enviou sinais de que o debate deve ser concluído neste ano ainda que os efeitos fiscais sejam de longo prazo. A mensagem passada é que o país vai conseguir equilibrar os gastos públicos e não entrará em moratória.

A MP da Liberdade Econômica, editada pelo governo e aprovada pelos parlamentares, também foi importante para estimular o investimento por causa das medidas de desburocratização criadas por ela.

Os números, no entanto, mesmo que positivos, revelam os desafios do Brasil de recuperar sua taxa de investimentos, que saiu de 21,1% do PIB em 2013 para 14,7% em 2017.

O investimento é imprescindível para a formação de um ciclo virtuoso. Para uma economia emergente como o Brasil e que apresenta ainda um elevado índice de desemprego, o aumento da produção de bens, a expansão e a implementação de novas plantas industriais são essenciais para a geração de novos postos de trabalho. Com mais mão de obra empregada, a consequência disso é uma elevação na renda das famílias, que passam também a consumir mais. 

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Para os próximos trimestres, as expectativas de avanço da economia vão continuar. O foco, dessa vez, será a liberação de parte do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que deve estimular o consumo, movimentando não apenas o comércio, mas também a indústria, que precisará ampliar a produção para atender a demanda que vai surgir nos próximos meses.

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