Em evento em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que vai privatizar os Correios. Pouco antes, no entanto, o ministro da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicação, Marcos Pontes, afirmou o contrário, em audiência na Câmara dos Deputados. As declarações foram dadas com um intervalo de cerca de 40 minutos, na manhã desta terça-feira (06).
Primeiro, por volta das 10h20, Pontes deu a declaração em audiência promovida em Brasília justamente para dar esclarecimentos sobre a privatização dos Correios, bandeira de Bolsonaro desde a campanha eleitoral. "Não existe nenhum procedimento de desestatização ou privatização para nos preocupar neste momento", disse Pontes. Segundo o ministro, o que há de "determinação" é "trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis, para que a empresa cresça". "Não existe nada ainda que tenha a ver com desestatização", reforçou o ministro.
Já o presidente, falando para uma plateia de empresários, no 29º Congresso Expofenabre, em São Paulo, às 11h, mas foi enfático, após dizer que estava tomando uma série de medidas para "destravar a vida de vocês". "Vou privatizar os Correios", anunciou, segundo informações do jornal "Valor Econômico", sem dar mais detalhes.
AUDIÊNCIA NA CÂMARA
Pontes e o presidente dos Correios, o general Floriano Peixoto, participaram de audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara nesta terça-feira (06). A plateia era formada principalmente por trabalhadores da empresa pública.
O presidente Jair Bolsonaro defende desde a campanha a privatização dos Correios. Em junho, Bolsonaro demitiu o general Juarez Aparecido da Paula e Cunha da presidência do órgão por "agir como sindicalista". Para o cargo, nomeou o general Floriano Peixoto, antes ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Na audiência na Câmara, o general Peixoto também disse que não está em curso a privatização da empresa. Mas apresentou dados de estudos sobre "alternativas de desestatização".
Segundo o presidente dos Correios, uma opção seria qualificar estudos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para definir "cenários" sobre modelo de privatização que poderia ser adotado. A segunda alternativa, disse, é incluir a empresa no Plano Nacional de Desestatização (PND), o que exigiria encaminhar Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e projeto de lei ordinária ao Congresso.
"Independentemente do que for defendido, ficou claro que algumas medidas adicionais serão necessárias, como ações para preservar empregos dos funcionários, em caso de desestatização, e a definição de um marco regulatório ao setor", disse Peixoto.
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