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Empresários da indústria capixaba otimistas com crescimento da economia

Empresários da indústria capixaba otimistas com crescimento da economia

Apesar de apresentar dados negativos sobre a produção industrial no primeiro semestre, cenário indica para melhoria nos próximos meses

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 23:47

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Setor de rochas apresentou crescimento de maio para junho. (Carlos Alberto Silva)

Passada a fase mais difícil da reforma da Previdência – a aprovação na Câmara dos Deputados – o setor industrial começa a olhar o cenário nacional e estadual com mais otimismo. Apesar de ainda precisar passar por situações importantes, como a reforma tributária, as concessões para melhorar a infraestrutura e os leilões de campos de petróleo, o sentimento é de que nos próximos meses a situação comece a melhorar.

"Acho que nós estamos vivendo uma época muito importante para o Brasil. Nosso otimismo decorre dessa agenda de reformas que, aparentemente, o país resolveu enfrentar. Reformas que são necessárias há anos e que, finalmente, acordaram para resolvê-las. A gente venceu a Previdência, acho que esse ano entra a reforma tributária, entra uma agenda de simplificação do país. Estamos trazendo uma carga importante de investimentos em infraestrutura e o país está vocacionado a fazer o ato de empreender ser mais simplificado", comentou o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Léo de Castro.

"Temos o marco regulatório do saneamento, que sempre foi um problema do Brasil e do Espírito Santo, e que deve acelerar a entrada de capital privado nessa área. Temos ainda a revisão da lei do licenciamento ambiental que tem condições de ser votada esse ano, a liberação do FGTS, a MP da liberdade econômica, a redução dos juros... São vários pontos que nos fazem acreditar nessa melhoria", completou.

Sinal do otimismo é o aumento da produção industrial de maio para junho. O crescimento foi tímido – apenas 1% –, mas que começa a reverter uma queda acumulada ao longo do primeiro semestre (-12%) e nos últimos 12 meses (-13,2%). O crescimento em junho foi puxado, principalmente, pelo setor de minerais não-metálicos – constituído por empresas de rochas ornamentais e cimento – e pelo setor de produtos alimentícios.

No semestre, as quedas foram acentuadas pelos setores de celulose, papel e outros produtos de papel (com um decréscimo de 28,5%) e de indústrias extrativas (-17,9%) - setor no qual entram a Petrobras, Vale e outras empresas.

Gráficos mostram a variação dos setores industriais. (Findes)

Para Léo de Castro, o segundo semestre de 2019 e o ano de 2020 tendem a ser melhores. "O primeiro semestre do setor de mineração, por exemplo, foi inconstante, com o acidente de Brumadinho e com muitas interrupções na mina de Brucutu. No segundo semestre, a produção deve ser mais estável. Mais para frente, saindo os leilões dos campos da Petrobras o Estado também tem muito a ganhar", acrescentou Léo.

Dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) apontam que 63,4% dos empresários industriais têm uma expectativa de otimismo em relação ao futuro; ainda que para 48% as condições atuais sejam de pessimismo.

Em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo permaneceu na região de otimismo e registrou um aumento de 0,6 ponto frente a junho, atingindo 59,1 pontos. O otimismo do empresário industrial capixaba é maior do que o do empresário industrial nacional, que ficou em 57,4%.

PIB

O economista Eduardo Araújo também reconhece o momento de dificuldade pelo qual a economia passa, mas compartilha parte do otimismo demonstrado pelo presidente da Findes.

"Quando olho para o primeiro semestre, vejo que a atividade comercial é que tem segurado o desempenho econômico. E se a gente pensar que a liberação do FGTS tenha neste ano um impacto semelhante ao que teve em 2017, quando foi liberado pela primeira vez, acredito que possamos fechar o ano com um Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 1%, bem parecido com o do Brasil", analisou.

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"A aprovação da reforma da Previdência dá uma sinalização positiva para o país, o que pode aumentar os investimentos. Existe certo risco político por conta de alguma fala polêmica vinda do governo federal, mas as mudanças econômicas têm sido muito bem avaliadas. É um cenário positivo. Ainda demanda muitos investimentos em infraestrutura, mas é um cenário positivo", conclui.

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