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Empresas capixabas precisam inovar para sobreviver à indústria 4.0

Empresas capixabas precisam inovar para sobreviver à indústria 4.0

Colunista de tecnologia, Pedro Dória, disse durante lançamento do Anuário 2019, da Rede Gazeta, que negócios precisam se transformar. "O que faz dinheiro não é mais o chão de fábrica, e sim a quantidade de informação que você tem"

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 03:42

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Pedro Dória, Beatriz Seixas e Rodrigo Miranda no lançamento do Anuário 20198. (Fernando Madeira)

Os negócios estão mudando em uma velocidade quase que constante. Acompanhando tendências de automação e da chamada Indústria 4.0, os investimentos em inovação têm feito chegarem ao mercado novos produtos e serviços que estão revolucionando as formas de produção e consumo.

Essa nova realidade tem obrigado empresas tradicionais a inovarem para conseguirem se manter no mercado. No lançamento do Anuário Espírito Santo 2019, promovido nesta segunda-feira (19) pela Rede Gazeta, o colunista de O Globo Pedro Dória, dono da newsletter Meio, e o empresário Rodrigo Miranda, CEO das startups Zaitt e Shipp, ressaltaram a obrigação dos negócios em desenvolver produtos inovadores e pioneiros.

“Ou você se transforma ou você não sobrevive. A base econômica do mundo mudou. Estamos saindo do industrial e entrando no digital. A lógica do negócio é outra: o que faz dinheiro não é mais chão de fábrica, e sim a quantidade de informação que você tem e a sua capacidade de lidar e processar essa informação”, afirmou Dória, que ainda pontuou:

“Em algumas empresas essa transformação é mais lenta e em outras é mais rápida, mas se posicionar para ser o primeiro ou um dos primeiros a abraçar essa transformação digital é a única forma para sobreviver”.

Se esses investimentos já vinham sendo feitos de forma mais pontual, para Rodrigo Miranda o momento exige que eles sejam contínuos e rápidos. “Esse processo vai ter que ser mais acelerado porque a medida em que o mundo está conectado – como o que acontece na China impacta aqui –, a gente precisa acelerar nossa capacidade de evolução e quem não conseguir acompanhar vai ficar para trás e ser engolido”.

No debate mediado pela colunista de Economia de A GAZETA, Beatriz Seixas, os empreendedores destacaram suas experiências e como o legado é importante nesse processo. Segundo Dória, as grandes startups têm percebido que não conseguem fazer tudo.

“O Vale do Silício está aprendendo que não consegue tudo, que ter uma empresa com 100 anos ou mais numa área faz toda a diferença. Por isso o Google, que desenvolveu a tecnologia de um carro autônomo, resolveu não fabricar o carro, mas vendeu a tecnologia dele para indústria”, disse ao citar exemplos de inovações pelo mundo, como carros autônomos, drones que fazem entregas e robôs que passam roupas e limpam vidraças.

Empresas capixabas já apostam em inovação

No Espírito Santo, muitas empresas já despertaram para a transformação digital. Um dos exemplos é a própria Rede Gazeta, que no dia 31 de julho anunciou o lançamento de um site mais moderno, no dia 30 de setembro, com tecnologia de ponta inédita no país, reformulando também seus jornais impressos, com A Gazeta deixando de circular diariamente a partir da data e passando a ter uma versão semanal, também com novo formato, que será distribuída aos sábados.

O diretor de Negócios da Rede Gazeta, Marcello Moraes, ressaltou que todas as empresas hoje necessariamente precisam passar por uma grande transformação digital. “Tudo que vem de novo é para quebrar o ciclo tradicional e é preciso ficar atento a isso, buscando desenvolver o seu negócio e ser protagonista”, disse.

Outra transformação vive a ArcelorMittal, que por demandar um grande volume de água no seu processo de produção de aço na unidade de Tubarão, está fazendo investimentos milionários em água, como numa planta para tirar sal da água do mar. "Investimos R$ 23 milhões numa planta de reúso de água e agora serão quase R$ 60 milhões numa planta de dessalinização, que será a primeira planta em larga escala do país", afirmou o gerente-geral de Sustentabilidade ArcelorMittal João Bosco Silva.

Empresa Luz e Força Santa Maria (ELFSM), concessionária de energia elétrica no Noroeste do Estado, está apostando em mecanismos que vão ajudar a prestação do serviço ser mais eficiente. "Estamos investindo em smart grids (redes inteligentes), que reduz o tempo de retorno quando tem um problema na rede; e na leitura remota, que será uma facilidade para o consumidor e também para a empresa", disse Henrique Barbieri, assessor da diretoria da ELFSM.

Fernando Ronchi, da Unimed Vitória, disse que os investimentos em inovação e novas tecnologias na cooperativa são com vistas à um momento de retomada da economia, para eles saírem na frente. "Todo o nosso parque tecnológico está sendo modernizado, como por exemplo, acabamos de adquirir novos aparelhos de ressonância magnética e tomógrafo de ponta, e também vamos investir nas unidades físicas".

A Garoto, que completou 90 anos na última semana, também tem visto na inovação como o futuro para buscar eficiência, usando robôs na produção de chocolate na unidade de Vila Velha. “Nossa fábrica já segue o conceito de indústria 4.0 e tem apostado na automação e na robotização. São 7 aplicações de robôs nas principais linhas de produção”, disse o gerente de Marketing Leandro Cervi.

Segundo Andre Brito, Gerente de Relações Corporativas da Suzano, a era digital trouxe muitos desafios para a indústria de papel e celulose, estimulando a reinvenção do negócio. "Temos dado passos importantes no sentido de compreender as necessidades do futuro, lançando produtos que atendem a crescente demanda de um mercado que deseja ser mais sustentável".

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Já Idalberto Moro, presidente do Sindicato do Comércio Atacadistas e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades) disse que o setor também tem visto na inovação o caminho. "Estamos apoiando o governo do Estado com o Fundo Estadual de Inovação e investindo buscar novas tecnologias que possam contribuir com a logística e atender o consumidor". 

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