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Petrobras faz apelo ao Congresso para estar em leilão da cessão onerosa

Petrobras faz apelo ao Congresso para estar em leilão da cessão onerosa

"É muito importante [a aprovação da PEC 98] para a Petrobras, que vai usar esse dinheiro no leilão", afirmou Castello Branco

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 07:56

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Petrobras faz apelo ao Congresso para estar em leilão da cessão onerosa. (Divulgação | Arquivo)

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, fez um apelo ao Congresso, nesta terça-feira (13), para que seja aprovada a Proposta de Emenda Constitucional que vai autorizar a União a fazer um pagamento de US$ 9 bilhões em indenização à estatal. Sem esse dinheiro, a petroleira diz que não terá como participar do leilão da cessão onerosa, previsto para o início de novembro.

"É muito importante [a aprovação da PEC 98] para a Petrobras, que vai usar esse dinheiro no leilão. Não vamos usar para reduzir o endividamento", afirmou Castello Branco em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.

Segundo o executivo, a estatal planejava fazer lances para os quatro blocos que serão concedidos. No entanto, só será possível entrar na disputa por dois deles.

"Nosso endividamento faz com que o nosso custo de capital seja três vezes maior que o de nossos concorrentes", disse. "O que é interessante para concorrentes europeus e asiáticos, que têm um custo muito menor que o nosso, não é mais para a Petrobras."

Castello Branco disse que, hoje, 35% da toda a receita é consumida pelo pagamento de juros e serviços de dívidas. Ele culpou as gestões anteriores pelos estragos financeiros causados à companhia por esquemas de corrupção que causaram danos bilionários.

Por isso, a Petrobras não viu outra saída a não ser vender empresas e participações ligadas a negócios que não sejam a exploração e produção de petróleo e gás.

A empresa decidiu vender 8 das 13 refinarias que possui, vai vender os 10% de participação remanescente na NTS (Nova Transportadora do Sudeste) e na TAG (Transportadora Associada de Gás), o controle do gasoduto Brasil-Bolívia (51% das ações), e sua participação em 19 distribuidoras estaduais de gás.

Esse plano é o pivô do processo de abertura do mercado de gás, com o qual o governo estima atrair investimentos de até R$ 32,8 bilhões em novos gasodutos e terminais até 2032, o que poderá derrubar o preço da energia em até 40% para estimular a indústria.

O presidente da Petrobras disse para os senadores que, até o momento, já foram vendidos US$ 15,3 bilhões do plano original de desinvestimento, que pode chegar a US$ 35 bilhões ao longo de cinco anos.

Nesse período, os investimentos previstos pela estatal deve chegar a US$ 100 bilhões, principalmente na exploração e produção de campos profundos e ultraprofundos.

"O retorno desse negócio [exploração] é superior a 10%. O do transporte e distribuição de gás é 6%. Estamos fazendo uma gestão de portfolio para garantir o melhor retorno para os acionistas."

Na tentativa de convencer senadores da oposição, como Eduardo Braga (MDB-AM) e Jean Paul Prates (PT-RN) contrários à venda dos ativos da Petrobras, Castello Branco explicou que, para adquirir a rede TAG (Transportadora Associada de Gás), os grupos vencedores tiveram de vender ativos na Tailândia.

"Não estamos desmontando a Petrobras, estamos transformando numa empresa melhor. Investindo naquilo que é bom. Isso se chama gestão de portfolio. Você se desfaz de um investimento menor para entrar em outro maior que vai dar mais retorno."

Castello Branco explicou ainda que a demanda de petróleo está caindo no mundo e que o país não pode perder "novamente" a oportunidade de investir no pré-sal.

"O custo do pré-sal [para a Petrobras] é de US$ 6 por barril. Em águas rasas é US$ 30 e em campos terrestres, US$ 20 [por barril]. Veremos o renascimento da indústria do petróleo", disse Castello Branco.

Para ele, empresas menores especializadas na exploração de determinados ativos têm mais condições do que a Petrobras de obter retorno. Foi o caso da Eneva, que pagou R$ 1,8 bilhão pelo campo de Azulão, no Amazonas.

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"Na Petrobras, esse campo estaria dormindo um sono profundo [diante da falta de recursos para investimento]", disse.

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