"Voltamos a enxergar a luz no fim do túnel." Foi assim que uma economista resumiu o anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB), o valor de todos os produtos e serviços produzido no país, cresceu 0,4% no segundo trimestre, em comparação com os três primeiros meses de 2019.
Agentes do mercado acreditavam que pudesse haver até uma queda no PIB, assim como aconteceu no primeiro trimestre - o que indicaria uma recessão técnica. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre totalizou R$ 1,78 trilhão. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A economista citada no início do texto é Arilda Teixeira, professora da Fucape, que acrescentou: "Mas não é para soltar fogos ainda. Os números sugerem um esboço de melhora, mas não dá para afirmar, com esses resultados, que o Brasil retomou a rota do crescimento."
De fato, diversos especialistas confirmam que o crescimento ainda é tímido, mas ele já é melhor do que a previsão negativa que havia sido feita pelos analistas do mercado. O que ajudou a puxar o PIB para cima foi o desenvolvimento da indústria, que cresceu 0,7% em comparação com o trimestre anterior.
O setor de serviços é o único que apresenta um crescimento mais constante ao longo dos últimos trimestres, apresentando um resultado positivo nos últimos cinco levantamentos.
Já o agronegócio foi o único que apresentou retração nos últimos três meses - 0,4% em comparação com o primeiro trimestre do ano.
Mario Vasconcelos, economista e professor da UVV, disse que por esses números é possível concluir que a economia brasileira passou por uma recessão muito forte, mas que vem se recuperando de forma lenta. "Até houve expectativa de que a retomada fosse mais rápida, mas para a economia deslanchar ela precisa de mais investimentos, e os investimentos estão atrelados às reformas que ainda estão saindo", comentou.
INVESTIMENTOS
Para Arilda Teixeira, os números que mais a animam são os que dizem respeito aos investimentos e também à importação. "Esses dois indicadores mostram que há uma confiança para aplicações. Provavelmente, com as empresas voltando a investir, a gente vai ver uma geração de empregos e melhoria do ritmo da economia nos próximos meses", completou.
O economista e professor da Faculdade Pio XII Marcelo Loyola destaca que a confiança dos empresários é reflexo do trabalho que vem sendo feito por diversos ministérios do governo federal.
"Tem ministérios funcionando muito bem, apesar dos destemperos do presidente. Isso dá confiança para o investidor. A maior parte dos cargos foi ocupada por técnicos, não por políticos, o que tende a trazer confiança para o mercado. Esses mesmos técnicos podem ter alguma dificuldade política no começo, mas logo essa parte é resolvida", destaca.
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