> >
PIB: investimento volta a crescer e economia reage acima do esperado

PIB: investimento volta a crescer e economia reage acima do esperado

Dados do IBGE apontam que o Produto Interno Bruto cresceu 0,4% em relação aos três primeiros meses do ano. Analistas do mercado previram PIB negativo de abril a junho

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 23:38

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Cálculos: aumento dos investimentos ajudou a puxar o PIB para cima. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

"Voltamos a enxergar a luz no fim do túnel." Foi assim que uma economista resumiu o anúncio de que o Produto Interno Bruto (PIB), o valor de todos os produtos e serviços produzido no país, cresceu 0,4% no segundo trimestre, em comparação com os três primeiros meses de 2019.

Agentes do mercado acreditavam que pudesse haver até uma queda no PIB, assim como aconteceu no primeiro trimestre - o que indicaria uma recessão técnica. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre totalizou R$ 1,78 trilhão. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A economista citada no início do texto é Arilda Teixeira, professora da Fucape, que acrescentou: "Mas não é para soltar fogos ainda. Os números sugerem um esboço de melhora, mas não dá para afirmar, com esses resultados, que o Brasil retomou a rota do crescimento."

De fato, diversos especialistas confirmam que o crescimento ainda é tímido, mas ele já é melhor do que a previsão negativa que havia sido feita pelos analistas do mercado. O que ajudou a puxar o PIB para cima foi o desenvolvimento da indústria, que cresceu 0,7% em comparação com o trimestre anterior. 

O setor de serviços é o único que apresenta um crescimento mais constante ao longo dos últimos trimestres, apresentando um resultado positivo nos últimos cinco levantamentos. 

Já o agronegócio foi o único que apresentou retração nos últimos três meses - 0,4% em comparação com o primeiro trimestre do ano. 

Mario Vasconcelos, economista e professor da UVV, disse que por esses números é possível concluir que a economia brasileira passou por uma recessão muito forte, mas que vem se recuperando de forma lenta. "Até houve expectativa de que a retomada fosse mais rápida, mas para a economia deslanchar ela precisa de mais investimentos, e os investimentos estão atrelados às reformas que ainda estão saindo", comentou.

INVESTIMENTOS

Para Arilda Teixeira, os números que mais a animam são os que dizem respeito aos investimentos e também à importação. "Esses dois indicadores mostram que há uma confiança para aplicações. Provavelmente, com as empresas voltando a investir, a gente vai ver uma geração de empregos e melhoria do ritmo da economia nos próximos meses", completou. 

O economista e professor da Faculdade Pio XII Marcelo Loyola destaca que a confiança dos empresários é reflexo do trabalho que vem sendo feito por diversos ministérios do governo federal.

Este vídeo pode te interessar

"Tem ministérios funcionando muito bem, apesar dos destemperos do presidente. Isso dá confiança para o investidor. A maior parte dos cargos foi ocupada por técnicos, não por políticos, o que tende a trazer confiança para o mercado. Esses mesmos técnicos podem ter alguma dificuldade política no começo, mas logo essa parte é resolvida", destaca.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais