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Protesto impede a entrada de caminhões na Ceasa

Protesto impede a entrada de caminhões na Ceasa

Um dos motivos do protesto é com relação à mudança na cobrança da taxa de entrada e saída para fazer compras no local. O protesto aconteceu no momento em que o governo do Estado anunciou que quer privatizar a Ceasa

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 04:33

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Um protesto que começou por volta de 2h30 da madrugada desta quinta-feira (15) impediu a entrada de caminhões de produtores rurais nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo S.A (Ceasa). A manifestação foi realizada na entrada principal da Ceasa, no bairro Vila Capixaba, em Cariacica. Por volta das 8h, os manifestantes também fecharam totalmente a BR 262. Às 9h40, o trecho da BR 101 também foi bloqueado. Às 10h25, a PRF informou que a pista central da BR 101 foi liberada em ambos os sentidos.

Por volta das 11h16, após um acordo, os manifestantes decidiram liberar a BR 262.

Um dos motivos do protesto é com relação à mudança na cobrança da taxa de entrada e saída para fazer compras na Ceasa. Antes essa taxa valia por 24 horas. Agora, segundo os compradores, a cada vez que entra no local é preciso pagar um valor (veja tabela abaixo). Também há reclamações com relação às acomodações do local para os produtores que chegam durante a madrugada.

Entregadores de produtos também alegam más condições no local. Por causa da manifestação, a pista lateral da rodovia está fechada. 

RECLAMAÇÃO DOS ENTREGADORES (quem leva as mercadorias para o carro dos compradores)

Eles alegam que tem muito entregador irregular e sem cadastro dentro da Ceasa.

RECLAMAÇÃO DOS COMPRADORES

Reajuste do preço das taxas para entrada. Era um valor diário, dependendo do veículo, agora tem que pagar toda hora que sai e volta.

TABELA COM VALORES

Moto: R$ 3 

Carro: R$ 5 

Caminhão um eixo: R$ 13 

Caminhão dois eixos: R$ 23 

Com informações de Diony Silva, da TV Gazeta

O QUE DIZEM OS MANIFESTANTES

"A reclamação é a tarifa da Ceasa que subiu, entendeu? De primeiro, a gente entrava uma vez e seu cupom valia 24 horas, você poderia entrar e sair quantas vezes você quisesse. Hoje não. Se você entrar cinco vezes, você tem que pagar as cinco vezes. No meu caso, pago R$ 13 por saída. Só ontem eu entrei três vezes, então deu R$ 39. Quer dizer, eu entro de segunda a sábado, então tá puxado pra caramba."

Diego Lorran Pimenta, comprador

"A saída do portão de cá tem uma subida muito alta e carreta carregada patina, os carros não aguentam, então pode quebrar. Saindo daqui para Domingos Martins, tem que retornar lá embaixo, a saída lá é só pra caminhão e o nosso interesse é para os caminhoneiros que saem carregado daqui, sair da mesma portaria. Tinha que voltar o que estava"

Vilmar kuster, produtor de Itarana, produtor de verduras, reclamando do novo local para saída dos caminhões

O QUE FOI ACORDADO PARA LIBERAÇÃO DA CEASA E BR 262

O que ficou acordado entre manifestantes e o secretário de Agricultura do Estado, Paulo Folleto, é que o governo vai analisar até a próxima terça-feira a exigência do grupo que liderou o protesto. Ainda de acordo com os manifestantes, na quarta-feira, se as reivindicações não forem atendidas, eles voltarão a bloquear a entrada da Ceasa. A principal exigência dos manifestantes é a saída do atual diretor-presidente da Ceasa, Carlos Roberto Rafael. 

O QUE DIZ O DIRETOR DA CEASA

O diretor-presidente da Ceasa, Carlos Roberto Rafael, em entrevista à Rádio CBN Vitória nesta quinta-feira (15), negou que os usuários do estacionamento da central de abastecimento estejam pagando mais de uma taxa de acesso por dia. Segundo ele, o local passa por modificações para controle eletrônico e que a cobrança que é feita é válida por um período de 12 horas. Carlos Roberto Rafael denunciou que o sistema que funcionava anteriormente era precário e de fácil falsificação, o que não garantia o controle do que era pago após o acesso à Ceasa.

Um protesto que começou por volta de 2h30 da madrugada desta quinta-feira (15) impediu a entrada de caminhões de produtores rurais nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo S.A (Ceasa). A manifestação foi realizada na entrada principal da Ceasa, no bairro Vila Capixaba, em Cariacica. Por volta das 8h, os manifestantes também fecharam totalmente a BR 262. Às 9h40, o trecho da BR 101 também foi bloqueado. Às 10h25, a PRF informou que a pista central da BR 101 foi liberada em ambos os sentidos. Por volta das 11h16, após um acordo, os manifestantes decidiram liberar a BR 262.

Um dos motivos do protesto era com relação à mudança na cobrança da taxa de entrada e saída para fazer compras na Ceasa. Antes essa taxa valia por 24 horas. Agora, segundo os compradores, a cada vez que entra no local é preciso pagar um valor, o que foi negado pela administração da central de abastecimento.

PRIVATIZAÇÃO

O protesto acontece no momento em que o governo do Estado anunciou que quer privatizar a Ceasa. A informação é do secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, que justifica a medida citando que a empresa não é sustentável.

"NÃO É SUSTENTÁVEL"

As Centrais de Abastecimento do Espírito Santo S.A (Ceasa) estão na mira para serem privatizadas. A informação é do secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, que justifica a medida citando que a empresa não é sustentável.

"Nós estamos trabalhando este ano para que ela se torne uma empresa sustentável. Hoje ela não é. Inclusive, estamos avaliando a possibilidade de parceiros privados para que haja uma gestão, ou em parceria pelo poder público. Pode ser até com privatização. Ainda não sabemos se isso vai à frente, mas até ano passado ela não era autossustentável e eram necessários aportes financeiros para o pagamento de funcionários, custeio ou melhorias", explicou o secretário.

Outra empresa que pode passar por mudanças é a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb-ES). Hoffmann disse que o governo se orgulha do sistema de transporte, mas que quer conceder os terminais para a iniciativa privada.

Ceasa pode ser privatizada. (Kaique Dias )

"A Ceturb também não é sustentável. Estamos avaliando se ela deve virar uma autarquia, ou se continua como empresa, mas consta no nosso portal de parcerias que uma das oportunidades para as empresas privadas é investir na administração dos terminais", informou.

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